Na última sexta-feira do mês de março, dia 31, o governo russo anunciou que aprofundará relações “mutuamente benéficas” com os países do chamado “eixo do mal” latino-americano, entre eles incluído o Brasil, que para muitos setores da esquerda hoje seria um país alinhado com o imperialismo norte-americano.
Segundo o ministério das relações exteriores russo: “Dado o progressivo fortalecimento da soberania e o potencial multifacetado dos Estados latino-americanos e caribenhos, a Rússia pretende desenvolver relações pragmáticas, não ideologizadas e mutuamente benéficas com eles”
Essa decisão veio através da aprovação do novo conceito de política externa russo, que visa mirar nos países do chamado terceiro mundo, nutrindo especial interesse na Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), no Mercosul, no Sica (Sistema de Integração Centro-Americana), na Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) e na Caricom (Aliança do Pacífico e Comunidade do Caribe). O anúncio também prevê que a Rússia desenvolva “relações com outros Estados latino-americanos, levando em consideração o grau de independência”, a Rússia declarou ainda que irá “apoiar os Estados latino-americanos interessados, sob pressão dos EUA e seus aliados, na salvaguarda de sua soberania e independência, inclusive estabelecendo e expandindo a cooperação militar, técnico-militar e em matéria de segurança”, ou seja, uma verdadeira afronta à influência política e dominação militar do imperialismo na região.
O governo Lula tem, no âmbito da política internacional, atendido às expectativas dos russos, pois vem se posicionando junto ao bloco dos países atrasados por suas posições a favor dos países oprimidos nas disputas internacionais, como foi o caso da declaração de Lula a respeito de Taiwan, onde ele defendeu que só há uma China, se posicionando a favor de uma eventual reintegração de Taiwan à China, e também, por exemplo, da declaração de Lula sobre a questão da guerra entre Rússia e Ucrânia, onde Lula declarou que a Crimeia deveria ficar com a Rússia, fora a sua posição em geral sobre o conflito, que apesar não ser abertamente pró russa, foi muito bem recebida pelas relações exteriores russas por seu caráter democrático, independente e não parcial e pró imperialista, como foi apontado por setores confusos da esquerda.
Esse anúncio do governo Russo coloca o Brasil, aos olhos do governo Russo, no mesmo bloco dos países inimigos do imperialismo na america latina, como é o caso da Venezuela de Nicolas Maduro, a Nicarágua de Daniel Ortega e Cuba, todos estados fortemente atacados e embargados pelo bloco imperialista, e camaradas diplomáticos recorrentes no passado recente da Rússia. Além disso, o anúncio da Rússia também mostra a sua atitude positiva em relação ao Brasil, pois esta vê o nosso país como um candidato a importante e poderoso polo de infuência anti-imperialista na america latina agora que Lula voltou ao poder e restabeleceu boas e próximas relações com os países atrasados anti-imperialistas.