Muito embora a guerra entre palestinos e israelenses seja, de longe, o grande tema da análise internacional no momento, o programa Análise de 3ª, da Rádio Causa Operária, começou com um debate sobre a situação na Argentina. Segundo as informações da imprensa capitalista, o candidato de extrema-direita Javier Milei pode vencer no primeiro turno.
Para Rui Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária e comentarista da Análise de 3ª, isso seria um indicativo de que a burguesia argentina já estaria formando um consenso em torno de Milei. Essa seria, segundo Pimenta, uma nova fase do processo político latino-americano, do qual a Argentina estaria apresentando, precocemente, suas características.
Da Argentina, o presidente do PCO passou para a análise do Equador, onde acabou de acontecer o segundo turno das eleições presidenciais. “Segue o padrão”, disse Pimenta. Isto é, o mesmo padrão que países como o Uruguai, que está sob o domínio da direita neoliberal. “Na América Latina, há toda uma tendência à direita, obviamente impulsionada pelo imperialismo”, observou o presidente da organização trotskista.
Antes de passar para a análise do conflito no Oriente Médio, Rui Pimenta ainda comentou o fato de que o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo indiciado sob acusações oriundas da fraudulenta “teoria do domínio do fato”, utilizada para condenar dirigentes petistas no julgamento do mensalão. “É a institucionalização dos métodos podres de Sergio Moro e Joaquim Barbosa”, definiu Rui Pimenta.
Ao tratar da situação na Palestina, o presidente do PCO não poupou críticas ao governo Lula. O Ministério das Relações Exteriores propôs uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que tem como único objetivo condenar a ação do Hamas e dos palestinos. “O Brasil tá servindo como um peão no jogo do imperialismo norte-americano”, disparou Pimenta, classificando a atuação do governo brasileiro como um “papelão”.
O presidente do PCO chamou de “canalhice” a classificação da luta do Hamas como “terrorismo”. “O povo palestino está sofrendo um processo de genocídio”, afirmou Pimenta.