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Análise Internacional

Rui e Farinazzo debatem a crise da esquerda na América Latina

No programa desta segunda, a maior mesa redonda de política internacional da internet debate a situação do Chile, Argentina e Colômbia

Nesta segunda-feira (8), foi ao ar a mais esperada mesa redonda sobre política internacional da Internet brasileira. Trata-se do programa Análise Internacional, com comentários de Rui Costa Pimenta e Comandante Robinson Farinazzo, que vai ao ar toda semana, às segundas, às 17 horas. Ele é transmitido simultaneamente no canal oficial do Diário Causa Operária, no YouTube, e no canal Arte da Guerra

Nesta edição, os temas a serem debatidos são a crise da esquerda na Colômbia, no Chile e na Argentina. Na Colômbia, houve uma crise deflagrada com a demissão de vários ministros pelo presidente Gustavo Petro, acompanhada de uma “ameaça” de que, caso não sejam passadas as reformas que o governo quer realizar, irá ocorrer uma “revolução” na Colômbia.

Rui Pimenta, ao comentar o tema, salienta que essa ameaça não passa de uma bravata. O governo colombiano é fraco e não tem os meios para cumprir com ela. Nesse sentido, o cenário colombiano é muito parecido com o brasileiro: é um governo fraco, pressionado pelo imperialismo, precisando realizar reformas que vão contra os interesses da burguesia e do imperialismo.

A diferença, evidentemente, é que Petro é um político muito mais moderado que Lula. Ele fez várias concessões aos interesses dos norte-americanos quando começou a governar e, agora que ele precisa realizar reformas para manter a sobrevivência de seu governo, ele procura usar a burguesia para isso, mas não tem a força necessária para fazer a burguesia ceder. A mesma situação ocorre com o Lula no Brasil.

Essa é uma questão essencial da política. A burguesia não irá ceder se não houver uma capacidade de impor as coisas pela força, da mesma forma como se dá com negociações dentro do sindicato entre os trabalhadores e os patrões.

Além disso, é preciso ressaltar que a “onda rosa” que passa pela América Latina nesse momento é muito mais fraca do que a anterior, do fim dos anos 90 e começo dos anos 2000. Naquele momento, a subida dos governos de esquerda se deu em meio a uma crise revolucionária, o que não acontece hoje. Atualmente, a crise é quase que uma flutuação dos regimes políticos.

Sobre isso, o Comandante Robinson Farinazzo chamou atenção para a fragmentação da capacidade dos governos de realizarem as reformas necessárias. Isso acontece em todos os países da América Latina que serão analisados a seguir. No entanto, ele acredita que o imperialismo está numa crise muito grande e que em breve não terá mais forças para impôr seus interesses com tanta tranquilidade nos países atrasados. 

No caso Chile, a extrema-direita teve uma importante vitória na eleição do conselho que irá formular a Constituição do país. O grupo de José Antonio Cast levou mais de 30% dos votos e mais de 40% dos assentos neste conselho deliberativo, deixando o presidente Gabriel Boric numa situação bastante complicada. 

O comentário do Comandante Robinson sobre o tema foi que isso se trata de uma tentativa do imperialismo de garantir que o país seja ingovernável. Isso impossibilita que o governo possa fazer algo e isso num país estratégico como o Chile, que é uma gigantesca reserva mineral. Segundo ele, o imperialismo sempre está num ciclo de fortalecer a direita quando a esquerda está no governo, e de fortalecer uma esquerda pró-imperialista quando a direita está no poder. 

Ainda sobre o Chile, ao responder a uma pergunta de uma companheira da Internet, o companheiro Rui comenta que o atual presidente, Gabriel Boric, era um ninguém antes de se eleger. Veio de uma militância cheia de demagogia, sem ligação com nenhum partido e teve para si a oportunidade de se tornar presidente do país, com o apoio da burguesia ligada ao imperialismo. Esse setor da esquerda pequeno-burguesa está disposto a fazer qualquer negócio para subir em suas carreiras.

É por isso que há um crescimento da extrema-direita no Chile. É uma comprovação do fracasso deste governo, que realizou uma série de medidas impopulares, mantendo manifestantes presos e outras coisas.

Sobre o caso argentino, o que ocorre é que o atual presidente, Alberto Fernandez, afirmou que não irá se lançar candidato à reeleição. A favorita para o cargo, Cristina Kirchner, tampouco se pronunciou e se lançou candidata, deixando o cenário político argentino indefinido.

O Comandante Farinazzo comentou que ele acredita que o setor kirchnerista conseguirá lançar um candidato, um preposto ou algo assim, que se eleja. No entanto, para ele, a Argentina é incapaz de transformar seu país também, já que eles têm muita dificuldade para acesso a crédito e o país não consegue se desenvolver.

Rui Pimenta, ao comentar o caso, ressalta que a Argentina é uma espécie de “Brasil pequeno”, mais fraco. É uma economia desenvolvida, uma das mais desenvolvidas da América Latina, então tudo que ocorre lá, ocorre de forma mais acelerada e tende a acontecer no Brasil também. Trata-se do que chamavam antigamente de “efeito Orloff”. A crise deve ser observada pelos estrategistas do governo Lula com atenção, para ter uma melhor compreensão do que será o futuro do Brasil.

Muitos outros temas foram abordados no programa, para acompanhá-lo em sua integridade, basta acessar o vídeo abaixo, disponível no canal Diário Causa Operária, do YouTube:

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