O companheiro Rui Costa Pimenta participou nesta quarta-feira (11) do podcast Monark Talks, apresentado por Monark e transmitido por seu canal no Rumble, em parceria com a Causa Operária TV, que o transmitiu por seu canal no Youtube. O programa foi o terceiro encontro entre Rui e o apresentador, sendo que o primeiro deles ocorreu quando ele ainda estava a frente do Flow, podcast do qual foi excluído através de intenso processo de cancelamento por parte da imprensa burguesa com apoio vergonhoso da esquerda pequeno-burguesa.
Durante o programa, a proposta era debater a situação política atual no cenário pós eleição de Lula, a questão do comunismo em si e os protestos que ocorreram no último domingo (8) em Brasília. O companheiro Rui levou consigo, para divulgar no programa e para presentear Monark, uma camiseta da linha Opinião não é crime, produzida pela Loja do PCO, um exemplar do livro Quem somos e por que lutamos, das Edições Causa Operária, um exemplar do último Jornal Causa Operária e as duas últimas edições do Dossiê Causa Operária.
Foram debatidos diversos temas ao longo do programa, cujo formato contém a descontração já conhecida do formato. Um dos assuntos mais discutidos foi justamente a questão do recém-empossado governo Lula. O companheiro Rui fez um importante esclarecimento a respeito do processo eleitoral. Monark compartilhava da opinião que atinge um setor grande da população brasileira, de que Lula teria sido apoiado pelas classes dominantes e pela burguesia.
Essa confusão se dá, naturalmente, pelo fato de que Bolsonaro foi muito atacado pela Rede Globo durante seu mandato e, particularmente, durante o período das eleições. No entanto, o companheiro Rui esclareceu que a posição da emissora não foi em uníssono com os outros setores da burguesia. A afirmação de Rui foi:
“A Rede Globo, por motivos muito particulares, trabalhou para o Bolsonaro não ser eleito. A gente não pode ter a concepção de que todos os setores da classe dominante agirão do mesmo jeito. A Globo, durante a eleição, destoou de parte significativa da classe dominante.”
Monark também expressou que acreditava que Lula teria sido efetivamente o chefe de um dos maiores escândalos de corrupção da história do país – posição defendida por diversos setores exteriores à esquerda, mas também por uma parte da esquerda pequeno-burguesa. No entanto, o companheiro Rui esclarece essa questão:
“O Lula é uma figura política curiosa. Ele é uma pessoa que tem interesse social real, ele é um nacionalista, uma pessoa que defende o Brasil, mas, ao mesmo tempo, ele é de certa forma um político tradicional. Ele vê a política como um jogo, que você vai juntando um daqui, outro dali, até fazer o que você quer que seja feito. Um político tradicional geralmente é um corrupto, mas o Lula não tem esse viés. Ele acredita no que faz.”
A respeito das manifestações bolsonaristas de domingo, o companheiro Rui expressou a avaliação do Partido sobre os acontecimentos. Monark se posicionou contra o ocorrido, afirmando que havia passado do ponto e que era fruto de uma polarização considerada por ele negativa. Mas também disse que tudo isso havia sido, num certo sentido, permitido pelo governo.
No entanto, o companheiro Rui procura esclarecer que a facilidade com que os bolsonaristas invadiram os prédios do governo em Brasília foram fruto da incompetência de figuras que deveriam estar trabalhando por sua defesa, como o Ministro da Justiça, Flávio Dino, e da conivência de outras dessas figuras, como o Ministro da Defesa, José Múcio.
O tema Alexandre de Moraes foi inevitavelmente levantado, pois sua política de censura e repressão, que afetou diretamente o Partido da Causa Operária, também é algo que Monark e seu público repudiam de forma enfática. O companheiro Rui explica que Moraes contribuiu muito para a revolta dos bolsonaristas contra o governo Lula.
Foi graças à política repressiva de Moraes e o STF, que procurou perseguir todos que questionavam minimamente a lisura do processo eleitoral, que o setor mais radical dos bolsonaristas (além de outros setores da sociedade) passou a acreditar que a eleição de Lula teria sido totalmente fraudulenta. Isso naturalmente foi um importante componente para levar à situação que se tem hoje.
Outros temas mais gerais também foram debatidos ao longo do programa. Graças ao fato de que os dois participantes possuem visões bastante diversas sobre alguns assuntos, a discussão foi enriquecedora e demonstrativa da capacidade de influência que possui a política revolucionária.
Entre estes assuntos estavam a influência do imperialismo na política nacional, a polêmica do PCO com o identitarismo, a questão do roubo do orçamento nacional pelos banqueiros, o declínio acentuado do imperialismo norte-americano e vários outros assuntos. Todos colocados de forma bastante espontânea graças ao clima descontraído e fluido do programa.
A importância da participação de Rui no programa foi muito grande, visto que é uma possibilidade da política revolucionária atingir setores que, a princípio, não teriam nenhum contato com ela. Setores da esquerda pequeno-burguesa falam o tempo todo em “furar a bolha” através da Internet, mas estão sempre falando para um mesmo grupo reduzido de pessoas. Os revolucionários devem ir a todos os canais possíveis para debaterem suas ideias. Além disso, a parceria entre o PCO e Monark já é conhecida de longa data e é fortalecida a cada vez que ocorre uma nova entrevista.
