No próximo domingo, os argentinos poderão definir o seu próximo presidente da República. Basta que um dos candidatos obtenha a quantidade de votos suficiente para vencer em primeiro turno.
As pesquisas de opinião, até o momento, se dividem em dois possíveis cenários. No primeiro deles, o candidato ultra-neoliberal Javier Milei vence no primeiro tuno. No outro, a vitória de Milei também aparece como resultado mais provável, ainda que não esteja claro contra quem irá concorrer.
O que as pesquisas vêm mostrando, portanto, é uma forte tendência à vitória de Milei. A seu favor, inclusive, há mais que as pesquisas de opinião: há alguns meses, o candidato de extrema-direita venceu uma espécie de eleições primárias argentinas, em que toda a população a convocada a votar.
Nas últimas semanas, os sinais favoráveis a Milei têm aumentado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu uma declaração em que se mostrava bastante preocupado.
E não é para menos: a burguesia argentina está unificando em torno de Milei. Com a proximidade das eleições, os capitalistas estão deixando cada vez mais claro quem é o seu candidato. Esse apoio, por sua vez, é explícito não apenas na imprensa argentina, como também na imprensa brasileira. Há não muito tempo, o Estado de S. Paulo veiculou uma notícia mentirosa acusando o presidente Lula de beneficiar o principal adversário de Milei, Sergio Massa. Por este episódio, ficou claro que a burguesia brasileira, seguindo a batuta do grande capital, está torcendo por Milei.
A unificação em torno de Milei expressa uma nova tendência da situação política na América Latina. A primeira tendência começou em 2009, com o golpe em Honduras. Naquele momento, houve uma tímida reação por parte da burguesia nacionalista que, em alguns países, conseguiu combater os ataques do imperialismo, como é o caso do Brasil, com a eleição de Lula no ano passado.
Agora, a burguesia imperialista está mais agressiva, disposta a apoiar um neoliberal puro-sangue como Milei para garantir a sua dominação sobre a América Latina. Algo que demonstra, também, o tamanho da crise pela qual passa o imperialismo.