As insurreições que estão ocorrendo nos países africanos seguem difundidas para outras ex-colônias e já são realidades em Burquina Faso, Níger, Mali, Guiné e Gabão. Neste último, os militares levantaram-se contra o resultado das eleições que insistiram em manter Ali Bongo no poder. Desde 2009, Bongo vigia e mantém o país amigável submetido ao imperialismo francês.
Um primeiro fato descortinado com os acontecimentos é que não existem ex-colônias na África. O imperialismo só deixa o país após criar as condições de perpetuação de alguém que atenderá seus interesses. Desta forma, possuem passe-livre para desenvolver as outras formas de opressão que são tão brutais quanto as militares.
A opressão econômica ocorre com a imposição de uma moeda, como a Franco CFA ocidental no Níger, que isola o país de outras relações comerciais, impossibilitando acordos bi ou trilaterais que tragam oxigênio à economia local.
A assimetria de poder, a infiltração de grupos comandados e financiados pelo imperialismo, a preferência dos colonizadores por determinado grupo são condições que mantém a opressão social, iniciada desde a colonização, trazendo o acirramento proposital de lutas tribais com base em diferenças nunca postas como problemas ao convívio dos grupos étnicos que formam os povos dos países africanos.
A revolta dos países é legitima! E atento à importância do tema, o PCO discutiu o apoio aos golpes que estão acontecendo, reconhecendo a natureza nacionalista e progressista dos eventos. Os militantes debateram o contra-ataque do imperialismo. Sabe-se que a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que nunca se importou com a espoliação econômica promovida pelo imperialismo, agora ameaça países como o Níger de ofensivas militares. Há muito o que transcorrer na história em andamento na África.
Os desdobramentos, especialmente do lado do imperialismo, precisam ser acompanhados e discutidos na perspectiva materialista histórica para evitar posicionamentos desconexos da realidade, que criminalizam levantes populares nestes e em outros países. Por essa razão, o PCO continuará promovendo debates sobre o tema. Acompanhe nossa página do DCO e participe!