Ao longo da história, as mulheres lutaram incansavelmente pelos seus direitos. Apesar das conquistas obtidas, continuam oprimidas pelo sistema capitalista e precisam continuar se organizando e se mobilizando nas ruas, na luta por suas reivindicações. Além disso, é essencial que as mulheres compreendam por que e como defender determinadas questões. É nesse intuito que o Coletivo Rosa Luxemburgo lançou a Revista Mulheres, contribuindo para o desenvolvimento da consciência política de todas.
A publicação destaca figuras notáveis e fundamentais para as conquistas femininas, como Anita Malfatti, importante nome do movimento modernista no Brasil, ou a revolucionária bolchevique Alexandra Kollontai, abordando a questão da prostituição e como combatê-la.
Na edição de número 42, a figura em destaque foi Nise da Silveira, uma médica psiquiatra brasileira que revolucionou os métodos de tratamento de pessoas com transtornos mentais graves em uma época em que a psiquiatria era considerada desumana. Ela nasceu em 15 de fevereiro de 1905 em Maceió, Alagoas, e foi a única mulher em uma turma de 157 homens ao se formar em medicina na Faculdade de Medicina da Bahia.
Nise se casou com o médico sanitarista Mário Magalhães da Silveira e o casal optou por não ter filhos para se dedicarem integralmente à carreira médica. Em 1933, Nise se especializou em psiquiatria e começou a trabalhar no Hospital da Praia Vermelha, no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental. Durante a década de 1930, ela militou no Partido Comunista Brasileiro e na União Feminina do Brasil, entidade feminista brasileira. Foi presa em 1936 e ficou 18 meses no Presídio Frei Caneca.
Depois disso, Nise se afastou do serviço público devido a razões políticas, retornando somente em 1944 para trabalhar no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. Desde o início, Nise lutou contra os métodos agressivos usados na instituição, como a eletroconvulsoterapia.
Além disso, a revista apresenta textos sobre temas atuais, como o problema da política identitária, que muitas vezes confunde e desvia as mulheres do verdadeiro sentido da luta revolucionária por sua emancipação.
Todas as matérias são escritas sob uma perspectiva marxista, inspiradas em discussões promovidas pelo Coletivo Rosa Luxemburgo, que ocorrem todos os sábados em diversos lugares do país. Os encontros são abertos a todos que desejam ajudar e contribuir para a luta feminina, inclusive homens, que podem comparecer às reuniões e participar dos debates. As pautas para as discussões são previamente analisadas pelo conselho editorial do coletivo, garantindo que cada edição da revista apresente uma ampla variedade de temas relevantes para os direitos das mulheres.
A revista Mulheres pode ser adquirida por R$20,00, ou em um pacote com três edições por apenas R$50,00. Há também a possibilidade de fazer uma assinatura anual ou semestral da revista e receber as edições mensalmente em casa. Todo o valor arrecadado é destinado à impressão de novos exemplares, e a publicação é sustentada pela venda dos exemplares.
Para ter acesso à revista e obter informações sobre o Coletivo de mulheres do PCO, basta entrar em contato com um militante do partido ou diretamente com a coordenação do Coletivo Rosa Luxemburgo, que também pode ajudar a participar dos debates semanais do grupo. O número de contato para esclarecer dúvidas é o (11) 93403-2386 ou é possível enviar uma mensagem para o e-mail mulheres.pco@gmail.com.