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Pelo fim do Estado de Israel

Resposta aos bolsonaristas-sionistas será à altura

Tentativas de calar militantes do PCO tem despertado a fúria de todos envolvidos na luta pela libertação do povo palestino

Nos últimos dias, deputados e figuras públicas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à extrema-direita brasileira saíram a público para condenar, ameaçar e tentar intimidar militantes e dirigentes do Partido da Causa Operária (PCO). Os ataques ao Partido começaram tão logo os grupos guerrilheiros palestinos organizaram uma operação militar muito bem sucedida contra o território ocupado ilegalmente pelo Estado de Israel.

Poucas horas após correr o mundo a notícia de que o Hamas e outras organizações haviam bombardeado Israel, o Partido da Causa Operária , a Causa Operária TV e o Diário Causa Operária publicaram textos e imagens em favor dos guerrilheiros. No Twitter, este Diário publicou os dizeres “Todo apoio ao Hamas na guerra contra o Estado de Israel” em várias línguas. Na Causa Operária TV, o presidente nacional do PCO afirmou que o Partido estava “1000% com o Hamas”.

Na Internet, centenas de perfis sionistas, defensores do Estado de Israel e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, reagiram às publicações com vários comentários negativos. Alguns direitistas, que acompanhavam a imprensa do PCO por concordar com a posição do Partido sobre as liberdades democráticas, se disseram “decepcionados”. Outros, no melhor estilo bolsonarista, prometeram uma reação violenta por parte de Israel contra o Hamas.

Não tardou para que os mesmos bolsonaristas, outrora supostos defensores da “liberdade de expressão” e críticos do “globalismo” – isto é, dos Estados Unidos -, se alinhassem 1000% à Rede Globo, ao presidente norte-americano Joe Biden e aos deputados do PSDB e saíssem na defesa aberta do Estado de Israel. E, mais que isso: passassem a marcar os perfis da Embaixada norte-americana e dos serviços de inteligência de Israel e dos Estados Unidos pedindo que agissem contra o PCO.

A farsa dos bolsonaristas “a favor da liberdade de expressão” não poderia durar muito tempo. O bolsonarista é, do ponto de vista ideológico, nada diferente de um policial: sua resposta padrão aos problemas que se colocam diante de seus olhos é a repressão, a censura e a ditadura. E é também por isso que rapidamente a reação sairia dos latidos nas redes sociais para uma verdadeira perseguição ao único Partido que vem defendendo abertamente a ação dos grupos armados palestinos.

No dia 12 de outubro, este Diário denunciou, com exclusividade, que o dirigente paulista Francisco Weiss Muniz, do PCO, havia sido ameaçado de morte por causa de suas falas em defesa do Hamas. A ameaça, anônima, aconteceu por meio de um e-mail em que constava dados pessoas, incluindo o endereço do companheiro. No mesmo momento, Vinícius Rodrigues, militante do PCO no Rio de Janeiro também era ameaçado de morte por apoiadores de Israel.

Esses dois acontecimentos já serviram para demonstrar que o sionismo não é a defesa de um povo atacado, como queria fazer crer a imprensa imperialista, mas sim um sinônimo para o bolsonarismo. Não era à toa que os bolsonaristas saíram em defesa de Israel: o Estado criado no território palestino é a expressão da mesma ideologia truculenta do bolsonarismo, é a defesa do uso da força para o esmagamento de um povo oprimido.

Alguns dias depois, no entanto, a perseguição ao PCO mudaria de qualidade. No dia 26 de outubro, um grupo de 27 deputados bolsonaristas protocolou uma queixa-crime contra o dirigente nacional João Caproni Pimenta por falas em ato público defendendo o Hamas. Entre os signatários, estavam Nikolas Ferreira, Marco Feliciano, Carla Zambelli e Bia Kicis – todos considerados parte do núcleo mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Pouco tempo depois, no dia 30 de outubro, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol seguiu seus colegas e, junto com um “youtuber”, protocolou uma notícia-crime contra João Caproni Pimenta e contra Francisco Weiss Muniz.

Os documentos impetrados pelos bolsonaristas pedem, a princípio, uma investigação por “apologia ao terrorismo”. Caso as investigações prossigam e os militantes do PCO sejam efetivamente condenados, poderão passar meses na cadeia. Tudo isso, como os próprios bolsonaristas deixaram claro, por uma opinião – a de que os grupos guerrilheiros palestinos deveriam ser saudados.

Não há por que considerar qualquer fala dos militantes do PCO como apologia ao “terrorismo” – afinal de contas, nem o Hamas, nem a Jiade Islâmica são considerados grupos terroristas pelo governo brasileiro. Mesmo que fossem, o que se chama de “apologia” nada mais é que a defesa de uma determinada posição – condená-los seria uma violação total à liberdade de expressão.

O que os casos mostraram, para além da falta de princípios dos bolsonaristas, é que, para a burguesia, a “opinião” de que o Hamas deve ser apoiado deveria ser “proibida”. Isto é, que apoiar genericamente o povo palestino, que há mais de sete décadas come o pão que o diabo amassou, seria permitido, mas apoiar que esse mesmo povo pegue em armas e combata seus opressores seria algo inadmissível.

Para os capitalistas, tal coisa é inadmissível não por qualquer preocupação “democrática”, mas sim por uma questão de interesse: defender o Hamas é defender a insurreição armada, e defender a insurreição armada é defender uma luta efetiva contra o Estado de Israel.

De uma maneira geral, a burguesia nunca é a favor de que a esquerda e o movimento de trabalhadores defendam movimentos armados de contestação. No entanto, estamos diante de um cenário muito delicado para os poderosos: o povo palestino pode impor uma verdadeira derrota a Israel. Se os grupos armados tiverem apoio em todo o mundo, eles poderão vencer Israel e desmoralizar o imperialismo por completo. E mais: o apoio ao Hamas – um grupo guerrilheiro de uma região miserável que pegou em armas para lutar contra um dos exércitos mais poderosos do mundo – pode estimular a formação de grupos armados em várias outras regiões do planeta que estão buscando se livrar da dominação imperialista.

A perseguição ao PCO, portanto, ainda que seja agressiva e truculenta, não deixa de ser um reconhecimento, por parte da direita brasileira e da direita internacional, de que a política sionista não tem apoio social algum. E que, por isso, é necessário calar todo mundo que se indisponha contra ela.

A política de se mostrar muito agressivo para evitar o contra-ataque do adversário é, neste momento, exatamente a política do Estado de Israel. Todos os dias, chovem declarações verdadeiramente nazistas do governo de Benjamin Netanyahu, prometendo “limpar” a Faixa de Gaza. De fato, os membros do governo israelense são nazistas e pensam que os palestinos são animais – assim como os nazistas pensavam que os judeus eram baratas. Contudo, as declarações cumprem um papel muito claro: inibir a ação dos grupos armados, para evitar que esses derrotem as forças israelenses em crise.

Essa política só funciona, contudo, quando as organizações dos oprimidos têm uma tendência à capitulação. No Brasil, por exemplo, a extrema-direita só conseguiu um determinado resultado nos últimos anos porque não sofreu uma reação à altura por parte das maiores organizações da esquerda nacional. O atual presidente Lula optou por se entregar à polícia, em vez de se apoiar nas massas para resistir à perseguição que sofria. Meses depois, o PT capitulou novamente e não lançou a candidatura presidencial de Lula, o que acabou por levar à vitória eleitoral de Jair Bolsonaro.

Já o Partido da Causa Operária, que foi crítico da política das direções da esquerda nestas situações, advoga uma outra política. Quando a direita ataca a esquerda, é preciso reagir à altura, de forma ainda mais agressiva. Violência não se combate com flores, e sim com mais violência.

E é por isso que o Hamas deve ser admirado. Os grupos guerrilheiros palestinos não estão respondendo aos bombardeios israelenses com discursos na Organização das Nações Unidas (ONU), mas sim com bombas.

Depois de os deputados pedirem a prisão de João Caproni Pimenta, o PCO publicou uma nota oficial em que deixa claro o seu recado:

“Engana-se a extrema-direita ao pensar que faremos como a esquerda pequeno-burguesa, que se acovarda diante de ameaças, sejam elas de violência física ou de ação policial. O PCO não se acovardou diante da ditadura militar, do STF, nem da extrema-direita nas ruas. Não será um grupo de arrivistas políticos e parlamentares desclassificados que nos amedrontará. Nosso partido e nossa militância são feitos de um material muito mais duro do que imaginam.”

O presidente do Partido, em seu programa semanal, reiterou todas as declarações em apoio aos grupos guerrilheiros e ainda pediu uma salva da palmas, em pé, em apoio a essas organizações.

O Partido da Causa Operária não só não irá se desculpar por suas posições políticas, como vergonhosamente têm feito dirigentes da esquerda brasileira, como promete uma vigorosa campanha de rua em defesa de suas bandeiras. De acordo com um dirigente do Partido, o PCO, em conjunto com os Comitês de Luta, irá publicar centenas de milhares de panfletos, adesivos e cartazes em apoio ao povo palestino e as suas organizações armadas, bem como pelo fim do Estado nazista de Israel.

Desde as primeiras ameaças contra o PCO, os veículos de imprensa ligados ao Partido têm denunciado abertamente os seus inimigos. Nikolas Ferreira, Carla Zambelli e os demais bolsonaristas-sionistas estão sendo desmascarados como verdadeiros agentes dos Estados Unidos contra o povo brasileiro. Tanto é assim que figuras como o apresentador Monark, que apresentam simpatia por figuras da direita brasileira, se mostraram solidários ao PCO e hostilizaram os deputados que assinaram a queixa-crime contra João Caproni Pimenta.

“A campanha está apenas no começo”, afirmou Henrique Áreas, um dos editores do Diário Causa Operária. “Acabamos de inaugurar uma sessão especial em nosso sítio para tratar somente das provocações contra o PCO. Já publicamos dezenas de vídeos de apoio e não iremos parar até desmascararmos por completo quem são os bolsonaristas-sionistas”.

Os comitês de luta, solidários ao PCO diante das provocações, também têm atuado energicamente. Na última semana, dezenas de ativistas têm se reunido para vender a ação entre amigos “Vai pra Cuba”, que servirá para financiar os materiais em defesa da Palestina.

“Todos os dias, companheiros de todas as regiões do País têm ligado para contatos, ido em sindicatos e conversado com parlamentares sobre a campanha. Queremos imprimir uma quantidade de material que nos permita fazer uma das maiores campanhas de rua da história”, nos falou um companheiro da coordenação dos comitês.

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