No dia 12 de novembro, o portal Esquerda Online, editado pelo grupo Resistência/PSOL, publicou a tradução do artigo “Como o sete de outubro mudou a todos nós – e o que ele sinaliza para nossa luta”, Haggai Matar. O texto, escrito mais de um mês depois da Operação Dilúvio, deflagrada no dia 7 de outubro, é uma vergonha: é a repetição de uma série de mentiras fabricadas pelos serviços de inteligência do Estado de Israel.
O artigo se propõe a fazer um “balanço” do conflito entre israelenses e palestinos, em que a primeira parte é “o massacre do Hamas”. O título já deixa claro o que pensa o autor: que o Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, teria sido o responsável por iniciar o conflito, matando, injustificadamente, mais de mil pessoas…
Vamos à primeira mentira: “Mataram cerca de 1.300 pessoas, a maioria civis”. Nem mesmo o Estado de Israel hoje fala tal coisa. No primeiro momento, os serviços de inteligência sionistas, especialistas em mentiras e falsificações, afirmaram que 1.400 pessoas haviam morrido. Recentemente, esse número já baixou para 1.200. Não custa lembrar, também, que quem organizou o ataque não foi apenas o Hamas, mas sim todos os principais grupos armados da Palestina.
E tem mais: já ficou demonstrado que cerca de um terço das vítimas foram alvos militares, e que as vítimas civis, por outro lado, foram mortas ou em tiroteios ou pelas próprias forças armadas israelenses. O cenário real é exatamente o oposto daquele contado pelo Esquerda Online:
“A carnificina foi brutal. Centenas de pessoas desarmados na festa foram mortos, incluindo alguns cidadãos palestinos que estavam lá como socorristas, motoristas e trabalhadores. Famílias inteiras foram massacradas em suas casas e alguns sobreviventes testemunharam o assassinato de seus pais ou filhos. Em algumas comunidades, um em cada quatro moradores foi morto ou sequestrado. Trabalhadores agrícolas tailandeses e nepaleses, bem como cuidadoras filipinas, também foram alvos, com militantes do Hamas atirando neles e, em pelo menos um caso, jogando granadas em um barraco onde estavam escondidos”.
A posição do Esquerda Online, baseada nas mentiras contadas pelo imperialismo, só serve, no final das contas, para justificar a ação de Israel e impedir a unidade do povo palestino em sua luta de libertação. Trata-se de uma posição reacionária, de condenar os métodos de um grupo que está lutando contra os seus opressores.