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"Genocídio em formação"?

Relatório da ONU não passa de um carinho na cabeça dos genocidas

ONU afirma que o que há em Gaza "aponta para um genocídio em formação", tem a resposta de Israel e afina ainda mais a voz

No último dia 16 de novembro, quase um mês e meio após o começo do novo massacre contra o povo palestino, saiu um relatório das Organização das Nações Unidas sobre o conflito, conforme noticiou o jornal Jerusalem Post e o próprio relatório da organização. Segundo o informe da ONU, a morte de mais de 15.000 inocentes, contabilizando quase 5.000 crianças em pouco mais de um mês, “aponta para um genocídio em formação”.

A nota da ONU é equiparável a um relatório que indicasse, durante o Brasil colônia, que as fazendas dos senhores de engenho “apontassem para um eventual uso de trabalho escravo em formação”. É uma verdadeira piada de mal gosto que a maior organização internacional do mundo, cuja atuação oficial deveria ser em defesa da paz, não tenha a coragem de sequer endurecer o discurso contra o verdadeiro martírio do povo palestino promovido por um Estado, por meio do terrorismo de Estado e do massacre de civis.

Em 2014, a mesma ONU, que age como uma pocilga que reúne diversos países, condenou a anexação da Crimeia pela Rússia como uma “violação da integridade territorial e soberania”, fechando olhos para verdadeiras violações ocorridas na Ucrânia, como o Euro Maidan e a morte de mais de 10.000 civis no Donbass por conta do regime ucraniano. Uma resolução da Assembleia Geral da ONU, inclusive, chegou a invalidar um referendo realizado na região, além da emissão de inúmeras resoluções condenando a ação russa – fechando seus olhos para o que havia sido cometido com o apoio do imperialismo. A morte de 400 operários e inocentes ucranianos no incêndio provocado por “manifestantes” no Massacre de Odessa passou em branco para a ONU, não recebendo sequer uma nota de rodapé.

Já em 1990, na Iugoslávia, a ONU desempenhou um papel de protagonista, estabelecendo tribunais internacionais, uma dura campanha contra supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade e enviando missões atrás de missões para, supostamente, “manter a paz” em áreas afetadas pelos conflitos, apoiando cada medida norte-americana contra a Sérvia e toda a Iugoslávia.

A ONU, que agiu como um tigre contra países que se opõem ao imperialismo norte-americano, não tem a coragem de agir sequer como um gato em defesa do povo palestino. Na nota, de forma cínica, afirmam que muitos dos membros da ONU já deram “o alarme sobre o risco de genocídio em Gaza”, sendo uma dupla aberração. Primeiro, pois considerar a morte de mais de 15.000 inocentes em um curto período de tempo, o bombardeio intencional de hospitais, escolas e creches e a expulsão de um povo de seu território sob despejo de bombas na rota de fuga como um “risco de genocídio” chega a ser sutil de uma forma criminosa, tratando a vida de milhares de pessoas como uma piada. Segundo, pois “soar o alarme”, que é o máximo que esses países conseguem ter de iniciativa, não serve para absolutamente nada. Sequer um palestino foi salvo dos mísseis israelenses por conta de uma nota emitida por um líder de Estado.

O que ajuda a vida dos palestinos, no entanto, é a ação dos grupos que estão na resistência e apoiando a resistência da forma que lhes é possível. Tanto o Hamas, na linha de frente junto com a FPLP e a Jihad Islâmica, quanto o Hesbolá e o Iêmen, que abrem frontes contra o regime de ocupação sionista por onde conseguem, estão fazendo mais do que a pocilga que se tornou a assembleia da ONU. Continuando em seu relatório, por sua vez, a ONU afirmou que “Israel continua a ser a potência ocupante no território palestino ocupado”. Uma alegação que poderia ser certa, no caso, mas que não passa de palavras vazias e pútridas, pois mencionam o fato anterior e não sugerem sequer uma medida.

Se Israel é a potência ocupante, como informam, e de fato é, a primeira medida pedida por uma organização até moderada seria ordenar que Israel desocupasse o território que não os pertence. Mas, mesmo assim, os agentes fascistas da ocupação sionista não se contentaram com a passada de pano gigantesca feita pela ONU. O Ministério das Relações Exteriores nazista de Israel rejeitou a avaliação, emitindo um comunicado em que afirma que “aqueles que assinaram a declaração insultam as vítimas de genocídio ao longo da história”. A pior parte da nota, no entanto, é quando os promotores do genocídio e martírio da população palestina afirmam que “Israel est’acomprometido com o direito humanitário internacional”, alegando, ainda, que seu país artificial “continuará a tomar medidas para prevenir danos aos civis em Gaza”.

É de se esperar que, após essa rejeição completa de uma resolução do maior conglomerado de países, a ONU tirasse uma nota a respeito ou, no mínimo, endurecesse o discurso contra Israel, mas, uma vez mais, a realidade é outra. O secretário-geral se recusou a comentar, sobrando para o porta-voz da Organização das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, a confecção de uma nota burocrática, onde afirmam que “sobre a questão do genocídio”, a ONU é muito clara na posição, defendendo que “um genocídio só pode ser rotulado por um tribunal competente”. No mais claro português, a postura da ONU é não só agir como mulher de bandido, mas como cúmplice do que verdadeiramente acontece na Palestina. Esperar que o Tribunal Penal Internacional ou qualquer outra corte subjugada ao imperialismo coloque os responsáveis pelo massacre dos palestinos no banco dos réus é um ato de ingenuidade dentre os civis e sordidez dentre os países. É sabido que os financiadores do movimento sionista não só não serão condenados, como sequer serão acusados pelos crimes que cometem.

Se o relatório da ONU indica que o que acontece na Palestina “aponta para um genocídio em formação”, este artigo aponta que a ONU não passa de uma pocilga subjugada aos interesses do imperialismo, com uma incompetência coletiva ímpar no tocante a resolver quaisquer problemas.

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