“No dia de hoje, 30 de agosto, nós, das forças de defesa e de segurança unidas no Comitê para a Transição e Restauração das Instituições, pelo bem do povo gabonense e pela proteção das instituições, decidimos defender a paz pondo um fim ao regime atual”. Foi desta maneira que um porta-voz anunciou o golpe militar contra o presidente Ali Bongo, do Gabão.
A decisão da junta militar se deu após o anúncio oficial por parte do Centro Gabonense de Eleições (CGE) de que Ali Bongo havia a corrida presidencial com 64,27% dos votos. “Estão anuladas as eleições de 26 de agosto e os resultados manipulados”, anunciou um dos militares.
Horas depois, em uma segunda declaração, o grupo informou que o presidente reeleito está detido em sua residência, caracterizando o governo de Ali Bongo como “irresponsável e imprevisível”. Entre os militares que fizeram o anúncio estavam membros da Guarda Republicana (GR), a guarda pretoriana da Presidência.
“Todas as instituições da República foram dissolvidas: o governo, o Senado, a Assembleia Nacional e o Tribunal Constitucional […] Reafirmamos nosso compromisso de respeitar os compromissos do Gabão com a comunidade internacional”, disseram. O grupo fala em nome de um “Comitê para a Transição e Restauração das Instituições” e pediu à população que “mantenha a calma e a serenidade”.
Além disso, destacando que “o país passa por uma séria crise institucional, política, econômica e social”, o porta-voz do comitê declarou que “Decidimos defender a paz, pondo fim ao regime atual”.
Ali Bongo era parte de uma dinastia que já governava o Gabão há 56 anos.