Em vídeo gravado nesta última semana, o apresentador bolsonarista Ratinho publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que o todos os militantes do Partido da Causa Operária (PCO) deveriam ser presos devido ao apoio do Partido ao Movimento Resistência Islâmica (Hamas), grupo político que luta pela libertação palestina contra o Estado sionista de Israel.
Ratinho afirma que leu na imprensa do PCO e descobriu o apoio do Partido ao “grupo terrorista” e que a “lei deve ser para todos”, declarando que o Partido deveria ser criminalizado por apoiar um grupo político.
A bizarrice do comentário chama a atenção. Como afirmaram os companheiros Márcio Roberto, Uriel e Francisco Weiss no programa Reunião de Pauta – transmitido na Causa Operária TV -, vindo de quem vem, é praticamente um elogio.
“Vindo do Ratinho é uma coisa maravilhosa, ficaria triste se ele elogiasse o PCO. Ele é um inimigo de causas sociais e de qualquer coisa progressista. Se ele está nos criticando, quer dizer que estamos fazendo a coisa certa” brincou Marcio Roberto.
Já Uriel destacou que “ele não entende nada de política, é só um direitista que gosta de falar. Ele fala pela lei que todo mundo que apoia o Hamas tem que ser preso, já que ele leu no New York Times que o Hamas é terrorista, mas se for assim tem que prender quem apoia a China, a Rússia, o favelado contra a polícia… Ele quer tacar um Partido com milhares de filiados na cadeia, quer entuchar todo mundo na cadeia.”
“É uma posição extremamente fascista. Era melhor quando ele fazia teste de DNA no programa mesmo”, complementou o companheiro Francisco Weiss.
Nesse sentido, a declaração de Ratinho é um total contrassenso também com a suposta luta “anti-globalista”, termo que a direita utiliza em referência ao imperialismo, que tanto setores bolsonaristas dizem encabeçar.
Criticar o identitarismo é fácil, agora se colocar contra os interesses econômicos e políticos do imperialismo, ou “globalismo”, parece ser algo inimaginável para a política bolsonarista.
O que ocorre na faixa de Gaza é justamente a luta do “globalismo”, sobretudo do imperialismo norte-americano e seu Estado fantoche contra um povo totalmente massacrado após décadas de opressão. A ação do Hamas, lideres da rebelião palestina deveria ser aplaudida por qualquer um que de fato luta contra os interesses do imperialismo e pela liberdade de todos os povos.
No entanto, se a falação em nome da “liberdade” funciona no caso da Ucrânia, onde o imperialismo quer avançar contra os russos, na hora de defender um povo de fato esmagado e oprimido pelos “globalistas” os bolsonaristas se colocam a favor do imperialismo.
Chama ainda mais atenção o apoio a política oficial de Joe Biden e do Partido Democrata, os principais nomes do imperialismo mundial. Onde está luta contra o globalista Biden por parte dos bolsonaristas? Onde está a luta contra o sionista George Soros, financiador do Estado de Israel? Onde esta a luta contra um Estado que cerceia a liberdade de toda uma população e oprime várias religiões? Está claro, que no frigir dos ovos, na hora de fato de lutar contra o imperialismo de verdade, os ditos “anti-globalistas” são na realidade uns verdadeiros oportunistas, capachos do imperialismo.