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Golpismo e pró-imperialismo

Questão do clima: PSTU se torna o “revolucionário” da ONU

PSTU acusa Lula de imperialista para se juntar ao imperialismo

A esquerda pequeno-burguesa copia toda a propaganda imperialista: identitarismo, censura e agora a suposta preocupação com o meio-ambiente. E não importa se é uma esquerda mais abertamente reformista ou se são aqueles que tentam passar uma aparência radical, todos caem na caçapa da política imperialista.

O PSTU é um desses que se esforçam para parecer revolucionário, mas falha miseravelmente na tentativa. O novo fiasco é o meio-ambiente, ou melhor dizendo, é seguir exatamente a política imperialista sobre o meio-ambiente. Em matéria publicada no último dia 24, chamada “Meio ambiente: a hipocrisia do imperialismo e a diferença entre discurso e prática de Lula”, o PSTU repete toda a campanha do imperialismo e usa para atacar Lula.

O artigo é sobre o discurso de Lula em Paris, que gerou certa comoção já que o presidente brasileiro criticou, ao seu modo, as imposições ambientais dos países imperialistas. Esse fato gerou uma série de artigos em órgãos ligados ao imperialismo falando que Lula é uma “decepção”, como foi o caso do jornal francês Libérattion, e que Lula é um “inimigo do Ocidente”.

Enquanto todo o imperialismo identifica em Lula um inimigo, o PSTU faz o que? Identifica Lula como um inimigo. Mas como o PSTU é um partido de esquerda, ele apela para o malabarismo. Lula falou tudo isso da boa para fora porque Lula não é a favor do meio-ambiente.

O problema é que justamente é nesse ponto que o imperialismo está atacando Lula. E assim, o PSTU e transforma no “revolucionário” da ONU.

Não adianta criticar, como faz o PSTU em seu artigo, os países imperialistas por serem os “principais responsáveis pela crise climática que ameaça a civilização”. Já que é para falar em hipocrisia, em “falar da boca pra fora”, essa crítica do PSTU não vale nada. O que vale é que, na prática, eles está alinhado com o imperialismo para atacar Lula e está procurando qualquer pretexto para fazer isso, mesmo que seja viajar cerca de uma década no passado:

“Não dá para passar uma borracha sobre o que Lula fez no passado. Foi em seu governo que a usina de Belo Monte foi construída, sem dúvida um dos maiores ataques recentes à floresta amazônica.”

O PSTU foi até o episódio da construção da usina de Belo Monte como pretexto para atacar Lula. O problema é que justamente esse episódio só foi como foi porque na época ele já foi usado como uma peça de propaganda golpista do imperialismo contra o governo do PT. E o PSTU, assim como outros grupos da esquerda filo-imperialista, abraçaram a campanha com tal força que até hoje a estão usando como pretexto golpista.

Mas e se a construção de Belo Monte tivesse sido um crime tão brutal como tentam mostrar? Mesmo se fosse assim, não justificaria em nada usar o episódio e se alinhar com o imperialismo que ataca Lula nesse momento.

Se no uso do passado o PSTU falhou, voltemos ao presente. O PSTU traz à tona o Marco Temporal:

“A votação em regime de urgência passou, inclusive, por meio de uma colaboração do governo Lula, que liberou a sua base parlamentar na votação (…) Chama a atenção o fato de o Marco Temporal ser aprovado logo após o Congresso ter aprovado o chamado Arcabouço Fiscal.”

Segundo o PSTU, ao melhor estilo bolsonarista, diz “a culpa é do PT”. O Marco Tempo? É culpa do PT. O PSTU é tão desonesto na discussão que diz que o governo liberou a base, mas omite o fato, muito mais importante, de que nenhum parlamentar do PT votou no Marco Temporal. Se é assim, dizer que o Marco Temporal foi aprovado com a colaboração do governo é uma canalhice completa.

Questão climática é a política do principal setor do imperialismo

Se toda a manobra política rasteira para justificar uma política golpista contra o governo não basta para mostrar como a posição do PSTU é pró-imperialista, vale ainda uma palavra sobre a farsa do problema ambiental.

A posição do PSTU é a mesma do principal setor do complexo-industrial norte-americano. Incrível como um partido que se diz revolucionário e marxista sequer questiona os acordos internacionais, que até mesmo os ecologistas criticam, como o Acordo de Paris, citado pelo artigo do PSTU.

Em suma, o PSTU repete a política imperialista, do setor mais poderoso e reacionário do imperialismo, sem questionar nada. Se não questiona do ponto de vista técnico, já que o PSTU não deve conhecer nada de ciência ambiental, ao menos deveria questionar do ponto de vista político.

É até óbvio. Um partido que se diz marxista deveria pensar: “se o imperialismo está falando, deve ser um golpe”. Mas como o PSTU é o “revolucionário” da ONU, ele simplesmente aceita tudo e repete.

A posição do PSTU é profundamente pró-imperialista e ela termina num discurso contra qualquer desenvolvimento do País, que é o objetivo do imperialismo. Para quem acha exagero:

“Aliam-se a isso outros projetos como a estúpida ideia de pavimentar a BR-319, a estrada do “fim do mundo”, entre outros projetos neoextrativistas.”

Para o PSTU, pavimentar uma estrada é uma ideia estúpida. Permita-nos dizer que isso é a coisa mais estúpida que alguém que se diz marxista poderia dizer.

Essa é a política ambiental: impor à maioria do país o atraso econômico.

Por que os países imperialistas têm esse interesse?

O problema está em que o imperialismo é dependente da matéria-prima dos países atrasados e a posse dessa matéria-prima é um problema estratégico para o domínio global. 

A ideologia ecológica cumpre um objetivo militar que é garantir minimamente o acesso a essa matéria-prima. Ela serve de pressão para que os países atrasados não explorem essa matéria-prima e deixem aos países ricos. É uma coisa de sobrevivência do imperialismo.

Além disso, divulgar a ideologia ecológica pode servir inclusive de pretexto para intervenções militares. 

O imperialismo acredita que está desenvolvendo um conflito de longo prazo com os países atrasados. Se esses países conseguem controlar a mão de obra, o imperialismo ficaria refém deles. Brasil, China, Rússia, Índia, Irã e África do Sul concentram a maior parte das matérias-primas do mundo e de um jeito ou de outro todos esses países estão rebelados contra o imperialismo.

Se levarmos a sério a posição do PSTU, que em última instância é a posição do setor mais poderoso do imperialismo, deveríamos defender que a maioria da produção do país seja paralisada. No caso do Brasil, por exemplo, não poderia haver mineração, nem extrativismo. O desenvolvimento industrial, que depende muito do petróleo e da energia elétrica, também deveria ser interrompido. A produção nacional deveria, então, ser toda agrícola? Mas isso, além de ser nitidamente o retrato do atraso de um país, também seria ruim do ponto de vista ecológico. Fica claro que a posição do PSTU é inviável e incoerente, ou seja, o partido não é nada mais do que um ideólogo da propaganda imperialista, essa sim muito coerente para seu interesse.

Uma vergonha para um partido que procura se apresentar como trotskista! A política do PSTU não é nem revolucionária, muito menos marxista e trotskista. É uma simples reprodução da propaganda imperialista.

O PSTU é o “revolucionário” de estimação da ONU e do imperialismo.

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