Em artigo publicado no Estado de S. Paulo, o articulista Marcelo Godoy afirma que uma “general americana” estaria vendo “intenções malignas da China, da Rússia, do Irã e do Hezbollah no Brasil”. A ideia, que chega a ser folclórica, tamanha a sua bizarrice, não passa de mais uma demonstração de como a imprensa capitalista brasileira é uma verdadeira serviçal do imperialismo.
Em primeiro lugar, seria preciso perguntar: quem são as Forças Armadas norte-americanas, de onde teria saído essa general? Ora, são nada menos que a mesma organização que controla os sistemas de inteligência norte-americanos, que foram os organizadores do golpe militar de 1964 e do golpe contra Dilma Rousseff em 2016. As Forças Armadas norte-americanas são a mesma instituição que destruiu países inteiros como o Iraque e que planejou e executou os únicos lançamentos de bombas atômicas da história.
Desse ponto de vista, não há como dizer outra coisa senão que quem tem “interesses malignos” no Brasil são os Estados Unidos. E isso fica cada vez mais evidente quando os mesmos Estados Unidos estão impulsionando Organizações Não Governamentais (ONGs) na Amazônia brasileira e no interior da esquerda brasileira, com o objetivo evidente de controlar o território de nosso País, bem como desestabilizar o governo Lula.
Nem China, nem Rússia, nem Hesbolá, nem Irã seriam capazes, mesmo que quisessem, de provocar 1%de toda a destruição causada pelos Estados Unidos. Os “interesses malignos” desses países e organizações são, na verdade, o exatamente oposto de “maligno”: são uma tentativa flagrante de enfrentar a ordem mundial imposta pelos Estados Unidos. Neste sentido, devem ser apoiados pela esquerda, independentemente de suas contradições internas.