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Filhos da classe trabalhadora

Quem são os craques da seleção da brasileira?

Historicamente, os maiores jogadores do futebol, que atuaram nos mais importantes clubes do País e também na seleção brasileira, possuem a mesma origem social

Não existe em lugar algum do globo terrestre um povo que tenha uma relação tão grande com futebol quanto os brasileiros. O esporte que já foi privilégio das elites da sociedade se tornou a alegria da classe operária de todo o mundo nas últimas décadas do século XIX. No Brasil, o futebol se tornou uma verdadeira paixão nacional, não atingiu somente os operários, mas também setores ainda mais despossuídos. As enormes contradições sociais deram lugar ao triunfo dos oprimidos no maior esporte de massas do planeta, no seio da majoritária e subjugada população negra brasileira foram forjados os maiores jogadores que o mundo conheceu.

A derrota do regime escravagista, poucos anos antes do futebol chegar ao Brasil, não facilitou em nada sua participação dos negros no esporte que viria a se tornar o mais popular. A oposição à introdução de negros no futebol resultou em acontecimentos importantes como a seleção formada unicamente por jogadores brancos em 1921 e a exclusão da equipe do clube Vasco da Gama da Liga do Rio de Janeiro em 1924. Marginalizados desde sempre por sua condição econômica, os negros tiveram que superar a força do opressor com a criatividade, a ginga própria do samba transformou o futebol em arte e alegria.

Historicamente, os maiores jogadores do futebol, que atuaram nos mais importantes clubes do País e também na seleção brasileira possuem a mesma origem social. Através de uma análise detida, é possível demonstrar que esta realidade não foi alterada em nada absolutamente, quase que a totalidade desses verdadeiros artistas da bola são negros de periferia. Desta forma, não fogem da regra os maiores craques do futebol brasileiro e do mundo na atualidade, é o caso do volante Casemiro, o ponta-esquerda Vinicius Jr., o atacante Richarlison e, é claro, o meia-atacante Neymar.

Casemiro

Carlos Henrique Casemiro, recém-contratado pelo Manchester United, um dos clubes mais importantes do futebol inglês, conquistou títulos importantes em todas as equipes onde atuou. O mais importante no São Paulo, onde atuou nas categorias de base, foi a Copa Sul-Americana em 2012. Já no Real Madrid, grande rival da equipe do Barcelona na Espanha, ganhou três torneios Mundial de Clubes (anos de 2016, 2017 e 2018). E, na seleção do Brasil, foi campeão da Copa América em 2019.

O grande volante da seleção brasileira, assim como muitos meninos de bairros de pobres, foi criado sem a participação do pai desde os três anos de idade, uma realidade que resulta grande peso sobre a maior parte das mães do país. Ao chegar da escola, ainda na infância, Casemiro esquentava e servia comida para os irmãos mais novos, todos os dias cuidava deles até anoitecer. Sua mãe trabalhava de domingo a domingo, limpando casas para pagar o aluguel de onde viviam, uma simples casa com único quarto, cozinha e banheiro. A dura situação imposta às famílias pobres também recai e exige maiores responsabilidades dos filhos.

Vinícius Jr.

Vinícius José Paixão de Oliveira Júnior se formou como jogador de futebol nas categorias de base do Flamengo e, em 2017, com apenas 16 anos de idade, foi transferido para o clube Real Madri. Em 2018, o habilidoso ponta-esquerda brasileiro conquistou, pela equipe espanhola, o Mundial de Clubes. Antes de Vini Jr. ganhar o mundo, o craque viveu em São Gonçalo (RJ) , uma das cidades mais pobres do país, e dividia quarto com sua mãe, avó e irmã. Quando tinha sete anos, seu pai se mudou para São Paulo pra trabalhar como instalador de internet como forma de garantir o sustendo da família. O bairro onde residiu, Porto Rosa, destaca-se pela enorme pobreza, pela tragédia social associada às drogas e, consequentemente, pela grande violência policial.

Richarlison

Richarlison de Andrade, antes de atuar fora do Brasil, jogou no América Mineiro e no Fluminense. No clube carioca conquistou uma Taça Guanabara, no ano de 2017, e uma Primeira Liga em 2016. No futebol inglês, atuou pelo Watford, Everton e atualmente no Tottenham Hotspur. O camisa número 9 da seleção brasileira participou da conquista da Copa América no ano de 2019 e do, até então inédito, Jogos Olímpicos de 2020, no qual foi artilheiro com 5 gols. Na última Copa do Mundo, o atacante brasileiro marcou o gol mais bonito da competição.

Os pais do grande atacante brasileiro eram muito pobres, o dinheiro que ganhavam trabalhando não era suficiente para pagar as contas de casa, muitas vezes para se alimentar tinham que recorrer a outros parentes. Richarlison ficou sob a guarda do pai depois do mesmo separar-se de sua mãe, mas, aos seis anos de idade, foi deixado para viver com uma tia grávida e três primos. Isso porque seu pai foi trabalhar em uma pedreira situada na cidade de Vila Pavão-ES. Num barraco de dois cômodos em Nova Vinécia, que alagava com as chuvas, Richarlison viveu até os treze anos de idade.

Neymar Jr.

Neymar da Silva Santos Júnior entrou para o futebol de base do Santos aos 11 anos de idade, no clube da Baixada foi tri campeão paulista (2010, 2011 e 2012), conquistou também Copa do Brasil em 2010, Copa Libertadores da América em 2011 e Recopa Sul-Americana em 2012. Aos 21 anos, o menino Ney foi transferido para o Barcelona, onde conquistou a Super Copa da Espanha em 2013, duas edições da La Liga, três Copas do Rei, a Liga dos Campeões da UEFA de 2014-15 e a Copa do Mundo de Clubes em 2015. No Paris Saint-Germain, clube francês que defende atualmente, conquistou quatro vezes a Ligue 1, três Copas da França, duas Copas da Liga Francesa e três Supercopas da França. Entre os mais importantes títulos conquistados, atuando pela seleção do Brasil, estão a Copa das Confederações em 2013 e a Olímpiada de 2016.

Além dessa coleção de importantes títulos, a maior estrela do futebol brasileiro conquistou a artilharia do Campeonato Paulista em 2012, da Copa Libertadores da América em 2012, da Liga dos Campeões e da Copa do Rei de 2014-15. Também recebeu prêmio de goleador internacional mais efetivo de 2014 pela Federação Internacional de História e Estatísticas (IFFHS, sigla em inglês).

O camisa 10 da seleção nasceu em Mogi das Cruzes, no interior do Estado de São Paulo, e morou em um bairro marcado pela pobreza e violência. O pai de Neymar também foi jogador de futebol, mas não teve o mesmo sucesso, não atuou em clubes de ponta do futebol, não ganhou dinheiro e teve sua carreira interrompida precocemente devido a um acidente de carro. Sem trabalho fixo, não encontrou forma de manter financeiramente a família, assim tiveram que se mudar para casa da avó de Neymar em uma favela na capital paulista e lá viveu até ser contratado pelo Santos.

Inimigos dos filhos da classe trabalhadora

Esses filhos da classe trabalhadora e dos demais setores oprimidos são sabotados constatemente pela burguesia imperialista, os países opressores não estão dispostos a tolerar que um país atrasado se destaque no maior esporte de massas do planeta. Além da direita subserviente aos interesses do império nesses países, a burguesia se utiliza de setores que se colocam no campo da esquerda, mas que finalmente fazem o jogo dos opressores como é o caso dos identitários. Este setor que diz defender a representatividade dos negros, ou seja, uma suposta acensão aos mais altos níveis sociais e econômicos. Porém, atribuem a culpa da miséria àqueles que justamente a superaram por sua arte e inteligência.

É preciso esclarecer que o negro pequeno-burguês não defende o sucesso de qualquer outro negro, não pode exaltar um negro indesejado pela burguesia como Neymar, não pode defender o legado de Pelé que era a maior celebridade negra do planeta. Seus critérios estão fundados na falácia da meritocracia burguesa, a suposta luta em defesa do povo negro, que afirma defender e se colocar como liderança, não passa de uma demagogia barata para atingir seus objetivos pessoais.

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