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Elemento direitista

Quem é Ricardo Cappelli, interventor de Dino no DF

Escolhido para ser interventor no DF, Ricardo Cappeli já deu mostras de que é um defensor de uma política direitista dentro da esquerda

A esquerda assistiu apavorada, nos últimos dias, a ofensiva da extrema-direita, que organizou mobilizações em todo o país desde o fim do processo eleitoral, culminando neste fim de semana em uma invasão aos prédios do STF, do Congresso e do Planalto, em Brasília. A burguesia, através da grande imprensa, procurou estabelecer um clima de violenta repressão contra os manifestantes. A esquerda pequeno-burguesa, que sucumbe à imprensa como cachorrinhos de madames levados em suas coleiras, apoia toda essa campanha direitista e emite palavras de ordem como “prisão para todos os terroristas”, “não à anistia” etc.

Um aspecto fundamental de tudo isso é que a PM bolsonarista do Distrito Federal, comandada pelo governador Ibaneis Rocha, não reprimiu em nada os manifestantes. Permitiu que eles entrassem nos prédios e depredassem tudo, à vontade. Isso é uma evidência clara de que o aparato repressivo do estado burguês não tem nenhum interesse em impedir a ação dos fascistas.

Em reação a isso, o Governo ordenou uma intervenção federal no DF, a ser executada pelo Ministro da Justiça, Flávio Dino. A medida, em si, configura erro gravíssimo de avaliação do governo. O expediente da intervenção federal já foi utilizado anteriormente durante o governo Temer no estado do Rio de Janeiro, sob a desculpa de que estariam combatendo os criminosos e o “tráfico”.

Na prática, é colocada sob o controle do Governo Federal, o departamento de segurança pública de um Estado. Quando aplicada por Temer no RJ, isso significou colocar o Exército nas ruas para reprimir a população, algo totalmente inconstitucional. Ainda que o Governo Lula não conduza a intervenção da mesma forma, ela é uma medida que fortalece o aparato repressivo do Estado, e procura solucionar o problema do fascismo através da da polícia e do judiciário. O que, pelo que já foi exposto anteriormente, não irá funcionar.

A pessoa escolhida para desempenhar esse papel é Ricardo Cappelli. Ele é jornalista e foi selecionado por Flávio Dino para ser seu segundo em comando no Ministério da Justiça. Ele já havia atuado com Dino anteriormente, como secretário de comunicação, quando este governava o Estado do Maranhão. Também trabalhou no Ministério do Esporte durante o governo Lula, entre 2003 e 2006.

Cappelli sempre foi ligado a Flávio Dino. Ele, inclusive, anunciou desfiliação do PC do B no mesmo momento em que o então governador do Maranhã havia feito. No período anterior, ele atuava como uma espécie de defensor da política direitista de Dino nas páginas do jornal progressista Brasil 247, já que Cappelli era um de seus colunistas.

Durante as eleições, Ricardo Cappelli foi ferrenho defensor de, por exemplo, “perdoar a Rede Globo”. Em sua coluna intitulada “É hora de perdoar a Globo”. Ele procura provar que a Rede Globo seria o aliado mais importante de Lula para a vitória contra o Bolsonarismo. Em sua matéria, ele relembra todas as diversas maldades cometidas pela Globo – desde o apoio à ditadura militar, até o apoio à Lava-Jato e ao golpe contra o PT – mas afirma que é preciso ter “menos fígado e mais política” e perdoar a Globo naquele momento, pois ela seria peça fundamental na vitória contra Bolsonaro.

No período pré-eleições de 2018, Cappelli propagandeou, através de suas matérias no 247, a suposta necessidade de uma chapa de Ciro Gomes com Lula. Segundo ele, “a chapa Lula-Ciro reedita a necessidade histórica que se impôs em 1998 e obrigou PT e PDT a superarem querelas e disputas menores com a formação da chapa Lula-Brizola”, procurando passar a falsa ideia de que Ciro Gomes seria um nacionalista.

Ele também foi um grande defensor da política de apoio ao STF. Procurando mostrar, em algumas de suas colunas, que o inquérito das fake news, de Alexandre de Moraes, seria o responsável pela prisão e desbaratinação de todo o esquema bolsonarista. Em uma coluna com o título “STF deu um xeque-mate. Agora é quebrar ou ser quebrado”, ele afirma que “o inquérito conduzido por ele [Moraes] atingiu o coração da blitzkrieg”.

No fim das contas, ficou claro que o inquérito era só para promover a censura e o clima de perseguição a quem questionasse a autoridade do STF. Haja visto o próprio caso da imprensa e das redes sociais do PCO, perseguidas por Moraes devido a críticas feitas ao ministro do Supremo.

O atual interventor do DF, já desfila com seu punitivismo, afirmando que “ninguém ficará impune”, ao se referir aos manifestantes de Brasília. Ele demonstrou ser um apoiador das políticas mais direitistas da esquerda em períodos anteriores. É o principal braço direito de Flávio Dino, um notório direitista infiltrado no governo Lula para promover uma política golpista.

Roberto Cappelli será mais um a levar adiante a política direitista e persecutória do setor de Flávio Dino dentro do governo Lula. Esses elementos são perigosos e devem ser observados com cautela por todos que defendem que o atual governo deve levar adiante uma política que favoreça a população e sua mobilização por seus direitos.  

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