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Jean Paul Prates

Quem é o novo presidente da Petrobrás?

Senador do PT é ligado às petroleiras estrangeiras

No penúltimo dia de 2022 Lula indicou um dos mais importantes cargos do país, o presidente da Petrobrás. Jean Paul Prates, senador do PT pelo Rio Grande do Norte, será o próximo presidente da mais importante empresa estatal do Brasil. Apesar de esse ser filiado ao PT, a escolha vai contra a tendência que teve Lula nos casos do BNDES e da Economia, pois Prates tem relações com a petroleiras estrangeiras, ou seja, com as maiores inimigas da Petrobrás.

Ao contrário dos ministros de direita em diversos ministérios, que são uma barganha com os partidos de direita no Congresso Nacional, Jean Paul Prates é ligado diretamente aos monopólios estrangeiros. É um ponto fora da curva nas indicações da economia que indicava que Lula teria uma posição nacionalista na economia, de reindustrialização do Brasil, até mesmo uma reversão, mesmo que moderada, da economia neoliberal. Sendo a Petrobras, detentora de uma riqueza imensurável, um ponto chave para toda essa política.

Ao que tudo indica, Lula resolveu não abrir um confronto imediato com essas petroleiras, que foram em grande medida responsáveis pelo golpe de Estado de 2016. É bom lembrar que as denúncias de Snowden mostram que os altos executivos da Petrobrás eram espionados em conjunto com a própria presidenta Dilma Rousseff. Além disso, a operação Lava Jato teve como um de seus principais objetivos a destruição da Petrobras, sendo que os governos Temer e Bolsonaro mantiveram essa política constantemente com a venda de poços de petróleo, refinarias, da própria BR Distribuidora e a destruição geral da empresa como forma de privatizá-la por completo.

Ante essa pressão da direita Lula, indicou alguém que inspira confiança nos investidores para que não iniciem uma onda golpista. Aqui é preciso lembrar também do caso do presidente peruano Pedro Castillo que tentou se salvar das investidas golpistas indicando ministros de direita o que apenas fez com que o seu governo se enfraquecesse e a direita golpista ganhasse cada vez mais força até de fato conseguir derrubar o presidente. A realidade é que a luta pelo Petróleo brasileiro é inevitável e se colocará agora com um ministro que trabalhará mais em defesa dos interesses dos monopólios estrangeiros do que da classe operária.

A Associação de Engenheiros da Petrobrás denunciou o caráter do novo presidente da empresa em nota oficial: “Prates foi entusiasta da quebra do monopólio estatal do petróleo exercido pela Petrobrás, no governo FHC, em 1997. Defendeu a privatização da Petrobrás, participou da elaboração da Lei do Petróleo (Lei No 9478/97) e foi redator do Contrato de Concessão. Desde 1991, atuou como empresário e consultor das petrolíferas que pretendiam explorar o petróleo e o mercado brasileiros, através da Expetro Consultoria”.

Outro texto da AEPET intitulado “Jean Paul Prates Revelado” mostra que no primeiro governo Lula ela se colocava ainda a favor da política neoliberal de FHC, em suas palavras: “Fomentar a indústria nacional deve ser só uma parte do processo, não o carro-chefe. A Petrobrás não é mais o braço estatal operando a indústria do petróleo no país e no exterior”. Os seus anos no PT não devem enganar ninguém, da mesma forma que Flávio Dino ter sido do PCdoB não significa que terá uma política de esquerda, como a realidade já deixou claro.

Os senadores do PT são em geral a ala mais direita do partido, há casos famosos como o de Humberto Costa que poucos meses após o golpe de Estado contra a presidenta Dilma falava a revista Veja em “virar a página do golpe”. Outro é o senador Jaques Wagner, que defendeu Ciro Gomes como candidato para as eleições de 2018 enquanto o presidente Lula estava preso ilegalmente pela operação Lava Jato. Nos casos de Mercadante e Haddad ficou claro que a relação com Lula prevalecerá, o que não é claro no caso Prates dada o seu passado tucano e também a pressão enorme sobre a Petrobrás.

Assim, o presidente da Petrobrás entra em conjunto a Flávio Dino e Marina Silva como as piores indicações de Lula a Ministérios e altos cargos de governo. Esses inimigos dos trabalhadores infiltrados no governo Lula são ao mesmo tempo o que enfraquece o governo, por puxá-lo para a direita e que servem como a base golpista interna ao governo. As empresas do petróleo deram o golpe contra a presidenta Dilma e agora tem um homem de sua confiança no mais importante cargo relacionado ao seu ramo no Brasil.

Apesar do indicação ruim o quadro geral mostra que o governo Lula pode ser um grande defensor da Petrobrás. Com um movimento nacional em defesa da estatização de toda a cadeia produtiva do petróleo e do retorno da Petrobrás ao que era em sua fundação do governo Vargas, a tendência é que o presidente Lula troque o presidente da empresa para alguém que de fato defenda os interesses do Brasil. A política de Lula, apesar das contradições, está sujeita à pressão da classe operária, que ao entrar em movimento pode fazer Lula mudar sua posição.

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