Nos últimos dias, o Partido dos Trabalhadores divulgou uma resolução discutida e aprovada pelo Diretório Nacional que defende a reeleição do presidente Lula em 2026 – algo, além de óbvio, extremamente correto, mas que é o suficiente para dar o que falar na imprensa burguesa.
Em mais um editorial inteiro destinado a atacar Lula, o Estadão, porta-voz da burguesia, atacou duramente a decisão do PT, assim como proferiu críticas esmiuçadas às falas antigas do Lula, que dizia não querer se reeleger. Ora, é óbvio que o seu pensamento na tentativa de se eleger em 2022 não seria já na reeleição de 2026, ainda mais quando via sua campanha sendo sabotada por diversos setores, tanto por dentro, quanto por fora. O Estado de S. Paulo pega uma frase em específico do presidente logo no começo de seu editorial: “Todo mundo sabe que não é possível um cidadão com 81 anos querer reeleição”. No entanto, que bom que o Diretório Nacional do PT, assim como o PCO, não é composto por cidadãos de 81 anos e conseguem enxergar o óbvio: o PT está certo em apoiar, desde já, a reeleição de Lula.
Setores da burguesia, do imperialismo e da esquerda pequeno-burguesa, que dança a música tocada pelo imperialismo, criticam com força a decisão do Partido dos Trabalhadores. Mas é claro que criticam, sobretudo porque há uma tentativa diária e crescente destes setores para empurrar Lula para a direita, seja com campanhas identitárias ou ataques pessoais às suas falas e decisões. Dentre inúmeras falas dentro da própria “esquerda”, precisamos lembrar de algumas das que mais ecoaram. Quando não estava mais na moda defender o Lula, Marcelo Freixo (ex-PSOL, atual PT-RJ) chegou a dizer que “Lula livre” não unificava a esquerda, sendo preciso arrumar outra pauta. O humorista de araque do Leblon Gregório Duvivier, por sua vez, chegou a dizer enquanto Lula estava preso que era “decepcionante” que o PT pensasse em lançar Lula para presidente e não em criar novas lideranças. Pela direita, no entanto, Folha de S. Paulo, Estadão, Globo e todos os meios de comunicação financiados pelo imperialismo e pela burguesia fazem questão de dar ênfase em cada fala do Lula, cada gesto, colocando sua política perversa de ataque à classe trabalhadora em cada comentarista e jornalista na hora de falar sobre o presidente, suas ações e suas falas. A crítica, no entanto, é a mesma de setores pequeno-burgueses: é preciso uma nova liderança. “Lula está velho”, dizem.
Essa campanha tem origem nos piores inimigos dos trabalhadores. Quanto a imprensa capitalista ou os vendidos da esquerda defendem a “substituição” de Lula por alguém mais novo, não há preocupação nenhuma com o país, com os trabalhadores, com o PT ou com o que for. Há, apenas, uma defesa explícita da criação de um Gabriel Boric no lugar do líder Lula. Querem uma figura vendida para o imperialismo, controlada por Washington e subserviente às ações das ONGs, como Guilherme Boulos. É fundamental, também, que esse “novo líder” não possua nenhuma relação com a classe trabalhadora, tendo obrigatoriamente como pauta o encarceramento em massa de pessoas pobres, utilizando-se do identitarismo para tal feito.
Por isso, é preciso destacar, uma vez mais, que a decisão do Partido dos Trabalhadores é acertada. Apoiar a reeleição de Lula é o correto a se fazer e o momento é agora, fechando o espaço que ONGueiros queiram assumir e destacando que nenhum inimigo dos trabalhadores, pelo menos agora, se lançará presidente pelo maior partido de esquerda da América Latina. O recado da Direção Nacional do PT foi claro: a contragosto do Estadão, o PT não se tornará (pelo menos agora) um novo PSDB.
