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Editorial

PT caminha para enterrar os direitos democráticos da população

Após ter seu perfil no X invadido, primeira-dama passou a fazer campanha em torno da regulamentação das redes sociais

No dia 11 de dezembro, um adolescente de 17 anos teria invadido a conta de Janja Lula da Silva, atual primeira-dama, no X (antigo Twitter). A invasão, que não teve maiores consequências, como a exposição de fotos íntimas ou o roubo de dados bancários, resultou na publicação de ofensas, xingamentos e conteúdos pornográficos como se tivessem sido produzidos pela socióloga.

A primeira-dama classificou a invasão como um novo “patamar” dos “ataques de ódio” que “sofro diariamente”. Considerando que Janja é casada com o atual presidente da República, é natural que seja alvo de ataques de seus opositores. A invasão pode ser tipificada como crime, e a primeira-dama tem todo o direito de levar o caso à delegacia. Ocorre, no entanto, que sua reação foi além.

Em declaração feita no dia 19 de dezembro, Janja afirmou que irá processar o dono do X, Elon Musk, pela demora em retirar seu perfil do ar, e aproveitou para defender um programa político para a Internet: “a gente precisa não só da regularização das redes, mas a gente precisa discutir a monetização dessas redes sociais, porque hoje não importa se é do bem ou do mal, eles ganhando dinheiro, está tudo bem. Eles estão acima de tudo, acima do mercado”.

A declaração de Janja ultrapassa qualquer procedimento jurídico normal por parte da primeira-dama e passa a ser uma declaração claramente política. O seu objetivo não é somente mostrar indignação com o fato de ter tido sua conta invadida, mas também exigir que as redes sociais sejam tuteladas pelo Estado. O caso é grave e mostra que o Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual Janja e Lula são filiados, no que diz respeito às questões democráticas, perdeu totalmente o rumo.

Não se trata de uma fala isolada. Anteriormente, vários setores do governo Lula e do próprio PT já estavam apoiando abertamente o Projeto de Lei 2630, o famigerado PL das “fake news“, que, caso aprovado, levará a um estrangulamento total da informação independente. Os próprios dirigentes do PT já vinham, desde 2018, contribuindo para que se criassem as condições para tal projeto ao defender, repetidamente, que a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro teria sido resultado não de um golpe de Estado, mas sim da divulgação de notícias falsas.

Segundo a imprensa capitalista, a invasão do perfil de Janja serviu para que os deputados federais voltassem a se mobilizar em torno da aprovação do PL das “fake news“, que, diante de sua impopularidade, precisa do apoio integral da esquerda para ser aprovado, bem como de um fato político sobre o qual o imperialismo possa voltar a fazer uma campanha em sua defesa.

Apoiar um projeto de censura a essa altura dos acontecimentos é de uma cegueira política total. Todas as medidas coercitivas que foram apoiadas pela esquerda no último período no que diz respeito à liberdade de expressão estão se mostrando completamente inócuas para combater a propaganda de guerra do sionismo e do imperialismo no Brasil. Todos os dias, a imprensa mente de maneira escancarada, chamando o Hamas de “terrorista” – sendo que o Estado brasileiro não o reconhece como tal – e reproduzindo acusações grotescas, como a de que os combatentes islâmicos teriam decapitado 40 bebês.

Ao mesmo tempo em que a imprensa mente impunemente, aqueles que se esforçam para trazer a verdade à tona estão sendo censurados e perseguidos. É o caso de Breno Altman, jornalista filiado ao PT, que foi forçado, por decisão liminar, a excluir publicações feitas em suas redes sociais. O Partido da Causa Operária (PCO), que no passado já teve suas contas nas redes sociais suspensas por uma medida arbitrária do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje é vítima de duas notícias-crime, protocoladas por figuras públicas bolsonaristas, que poderão levar à prisão de dirigentes da legenda.

Apoiar a “regulamentação das redes sociais” ou qualquer outra medida neste sentido só irá aumentar a perseguição contra aqueles que denunciam os crimes praticados por “Israel” e pelo imperialismo. Tal política não pode ser apoiada pela esquerda e pelo movimento popular no geral.

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