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A desculpa das mulheres

PSTU utiliza oito de março para atacar o governo Lula

PSTU consegue mais um motivo para atacar o governo Lula, em vez de ser propositivo e trabalhar para montar uma base popular para pressionar o gonverno à esquerda.

Mulheres russas lutando

O PSTU utiliza o Dia Internacional de Luta das Mulheres para desferir outro de seus ataques ao governo Lula. Desta vez, publicam matéria em seu sítio intitulada “Desafios para as mulheres trabalhadoras: O que esperar do governo Lula-Alckmin?”. Novamente, temos de chamar a atenção para o truque de se colocar o nome do vice-presidente, um tucano, para designar essa gestão, pois assim fica mais fácil esconder o sectarismo da oposição que o PSTU, e diversos setores da esquerda, vêm fazendo mesmo antes da formação do governo.

A matéria diz que este seria o primeiro 8 de Março sob a gestão Lula/Alckmin – nem poderia ser diferente, pois este é o primeiro ano do mandato –, o que o que coloca novas discussões e desafios às mulheres e à classe trabalhadora.

O texto faz uma concessão a Lula/Alckmin e diz que É inegável o sentimento de alívio pela derrota eleitoral de Bolsonaro; seu governo foi marcado por brutais ataques aos trabalhadores, aos pobres e aos oprimidos. Diz que as mulheres foram as vítimas especiais desse período, sofrendo com o desemprego, fome, sobrecarga de trabalho doméstico. Falou dos ataques aos ‘direitos sexuais e reprodutivos’ etc. E que “Não por acaso chegamos ao 8M com um aumento sem precedentes na violência contra a mulher e o maior índice de feminicídios de nossa história”.

A seguir, apontam que “derrotar Bolsonaro, ainda que nas urnas, não foi secundário, o que não quer dizer que a ultradireita esteja acabada; ao contrário, ela segue organizada, como vimos na tentativa fracassada de golpe do dia 8 de janeiro. Nesse ponto, comete o erro de achar que os eventos em Brasília teriam sido uma tentativa de golpe. Mas já explicamos que não se dá golpe sem que haja o engajamento de forças militares, ainda que nos bastidores.

O que houve na Praça dos Três Poderes foi o primeiro ato de uma política de desgaste e aproximações sucessivas contra o governo Lula. O desdobramento dos acontecimentos mostrou, para quem tem olhos para ver, que o alto-comando das Forças Armadas não será investigado, apesar de ter orquestrado as invasões; e que as punições, quando ocorrerem, serão contra pessoas ultra secundárias. Provando que o STF não está lutando contra o fascismo.

Dito isso, é inútil o PSTU dizer que exige a prisão de Bolsonaro e de todos os golpistas, incluindo os setores burgueses que financiaram essas ações e todos os militares envolvidos na tentativa de golpe. Exige de que jeito? Quem controla as instituições? Será que o PSTU acredita que o ministro do STF, Alexandre de Moraes – vulgo ‘Xandão –, vai enquadrar a cúpula do Exército e vai peitar um ex-presidente com força na extrema-direita?

Essa gritaria exigindo prisão é inútil, não passa de esquerdismo demagógico. Vencer uma eleição não significa que os eleitos assumam o controle do Estado. Não bastasse isso, a prisão não resolver absolutamente nada. Aliás, pode ter até efeito contrário. Nikolas Ferreira, o deputado federal do PL que a esquerda quer na prisão por fazer uma ironia no Congresso, ganhou 40 mil novos seguidores nas redes sociais. Enquanto a esquerda segue sonhando que tem a chave da cadeia nas mãos.

Elogiar antes atacar

Depois de falar do alívio da derrota de Bolsonaro – não da vitória de Lula – o texto diz que “É compreensível que muitos ativistas, em especial os que militam nos movimentos de luta contra as opressões, tenham expectativas no novo governo, que finalmente nossas pautas serão atendidas. Sabemos que existem diferenças entre o projeto de governo de Bolsonaro e o de Lula/Alckmin, mas será que este último representa os interesses das mulheres trabalhadoras? Opinamos que não”.

Para provar que o novo governo não representa os interesses das mulheres, o PSTU diz que a nova gestão foi eleita “com o apoio de diversos setores da burguesia, incluindo a ala dirigente do imperialismo americano, representado por Biden”. Apesar de Lula não proibir o envio de munição para a Ucrânia, o que forçou um pronunciamento de intimidação de Victoria Nuland; e de deixar atracar um navio de guerra iraniano no Brasil, o que causou reação de EUA e Israel, conforme o texto “Seu comprometimento com a burguesia é nítido”. Se o governo Lula declarasse guerra aos EUA, o PSTU diria que é uma manobra pró-imperialista para forçar a invasão do Brasil.

O aumento de mulheres no governo, para o PSTU, nada mais é que uma dessas medidas aparentemente progressivas. Dizem que mais mulheres no governo “sem dúvida, é importante, pois é parte da luta por sermos reconhecidas, mas entre essas mulheres estão burguesas como Simone Tebet, representante do agronegócio e defensora da reforma trabalhista que tanto penaliza as trabalhadoras, portanto não é uma aliada”.

Mesmo que a nova gestão, com todos os seus limites, esteja entrando na onda identitária para colocar mulheres e todas as identidades possíveis no governo, nunca vai estar bom para o PSTU. A crítica a Simone Tebet já fizemos, inclusive a manobra da terceira via que setores da esquerda tentaram fazer com que aderíssemos. No entanto, o governo Lula não é um governo revolucionário, mas reformista. Isso já sabemos, mas quais são as propostas. O papel da esquerda é forçar o governo para a esquerda. No entanto, a pressão não deve destruir o governo, senão forçar para expurgar elementos direitistas de seus quadros.

Caminhando para o final do texto, o PSTU diz Da primeira vez que esteve à frente do governo, em troca de seu apoio e de setores mais conservadores, o PT de Lula e Dilma deixou pautas como a legalização do aborto, salário igual para trabalho igual paralisadas, abrindo espaço para a ultradireita conquistar as eleições de 2018. De fato, a busca de apoio à direita foi um grave erro. Mas, para o PSTU o governo já era um governo liberal e pró-imperialista, o que o levou a apoiar o golpe contra Dilma Rousseff. Como uma criança travessa, esse partido agora esconde a mão.

A extrema-direita venceu em 2018 após um tremendo desgaste do PT, promovido pelo imperialismo, grande imprensa, Judiciário e que contou com a adesão de grupos de esquerda que apoiaram a Lava Jato e pediram a saída de Dilma Rousseff. A cereja do bolo para eleição da extrema-direita foi a prisão ilegal de Lula, devidamente conduzida pelo Supremo Tribunal Federal, este que o PSTU quer que prenda Bolsonaro.

Em nome das alianças burguesas, Lula já sinalizou que não deverá atender uma das demandas mais urgentes das mulheres trabalhadoras, a revogação integral de todas as reformas. O PSTU deveria explica por que meios o governo fará a ‘revogação integral de todas as reformas’ se não tem maioria no Congresso.

Mais do mesmo

Se o governo “buscado incorporar também ao governo partidos de esquerda e os movimentos sindical e social”, é apenas para “assegurar que não expressem nenhum tipo de oposição a sua política de conciliação com nossos inimigos”. O PSTU reclama que tem Simone Tebet no governo e se este coloca partidos de esquerda é apenas para amordaçá-los, pois, “ao se localizarem no campo governista, essas organizações afiançam os compromissos com a burguesia e acabam atuando contra os interesses do movimento e da classe trabalhadora”. Como acabamos de ler, este é um governo que atua contra os interesses da classe trabalhadora.

A profissão de fé do PSTU diz: Nós, ao contrário, defendemos que é preciso manter nossa independência política e de classe frente a esse ou a qualquer governo, seja burguês ou de conciliação, e dizemos que não devemos confiar nem no governo, nem nas organizações que o apoiam, mas organizar nossas forças e a luta para exigir nossas pautas.

O PSTU, embora se diga independente, anda de braços dados com o imperialismo. Foi assim no golpe militar no Egito; no apoio ao governo nazista da Ucrânia; no apoio ao golpe contra Dilma Rousseff; tem servido para atacar o governo cubano etc.

A política do PSTU é aquela que já conhecemos, alinhada com a direita e sempre à procura de motivos para atacar qualquer governo mais à esquerda, mesmo um moderado, como o do PT. Desta vez, a desculpa é o Dia Internacional de Luta das Mulheres.

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