O ex-candidato a governador de Mato Grosso do Sul e militante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Adonis Marcos, foi nomeado para cargo em comissão no governo do latifundiário tucano e principal inimigo dos índios e da luta pela terra no estado Eduardo Riedel (PSDB).
O cargo recebido pelo integrante do PSOL Adonis Marcos foi assinado pelo secretário da Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica), Pedro Caravina, e foi publicado no Diário Oficial do estado.
Em vídeo publicado nas suas redes sociais, o psolista Adonis Marcos afirmou que foi convidado pelo governador Eduardo Riedel para integrar a gestão e agradeceu não somente ao latifundiário Eduardo Riedel como ao ex-governador tucano e inimigo dos índios, Reinaldo Azambuja, responsável por inúmeros massacres contra os índios guarani-caiouá.
Essa postura de Adonis Marcos não é recente, pois já havia declarado voto em Eduardo Riedel e elogiou de maneira incisiva o latifundiário, chamando-o de “democrata, governo responsável e técnico”. Um absurdo sem fim.
Nem precisamos mostrar aqui que o PSDB do Mato Grosso do Sul e Eduardo Riedel são o que há de pior na política nacional para a população pobre e trabalhadora, ainda mais para os índios e trabalhadores sem-terra, que sofrem constantemente abusos das forças policiais do estado a mando do governador e de seu secretário de justiça e segurança pública, Antônio Carlos Videira. Os dois são responsáveis por massacres contra os índios, ações ilegais da polícia, perseguição a lideranças da luta pela terra, despejos sem autorização judicial e muitas outras medidas. Sem contar o passado de presidente da Famasul (espécie de UDR do estado), que organizava a pistolagem contra ocupações e retomadas de terra.
Silêncio sobre os ataques aos índios no estado
Uma coisa que ficou evidente desde o início do mandato do tucano latifundiário Eduardo Riedel foi o silêncio do PSOL diante de todos os ataques aos índios. Desde que assumiu, Eduardo Riedel manteve a política genocida de seu antecessor Reinaldo Azambuja.
A primeira impressão foi a manutenção de um dos principais inimigos dos índios e sem-terra do estado, o atual secretário de justiça e segurança pública, Antônio Carlos Videira. Videira, que é ex-delegado da Polícia Civil e conhecido pelos ataques à luta pela terra se manteve no cargo mesmo com massacres e arbitrariedades contra os índios.
Outro ponto foi nos despejos ilegais e ataques da PM a mando do governo contra as retomadas Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante, Kurupi, em Naviraí e Iwu Vera, em Dourados, resultando em ações ilegais da PM, despejos sem autorização judicial e 13 índios presos em operações farsas da polícia.
E diante de todos esses ataques, o silêncio foi total e completo do ex-candidato ao governo Adonis Marcos e do PSOL. Não tiraram sequem uma notinha contra as ações criminosas do governo tucano.
Demagogia só para ganhar voto e conseguir um “carguinho”
Não resta dúvidas de como é o funcionamento do PSOL e sua “luta” identitária. Mas mais que achincalhar essa política é preciso entender quais os interesses que estão por trás dessa política supostamente de defesa do índio (ou de outras causas como ambiental, negro etc).
O PSOL é um dos partidos mais identitários do País e um dos que a imprensa golpista mais faz propaganda positiva, como os parlamentares desse partido dentro do Congresso Nacional ou nas Assembleias Legislativas dos estados.
Na verdade, todo esse aparato propagandístico para mostrar essas “lutas” do PSOL não passa de demagogia para esconder que o interesse desse partido é de mostrar governos extremamente violentos ou de ataques aos trabalhadores como democráticos ou de defesa da classe oprimida, como estamos vendo no Mato Grosso do Sul.
Alguns podem até dizer que é apenas uma pessoa que foi atrás de cargo, mas no conjunto das pessoas é a mesma política, como outro psolista do estado que está em busca de cargos, como o índio Eloy Terena, que estava de abraços e afagos com um dos piores inimigos dos índios no Mato Grosso do Sul, o secretário de justiça e segurança pública Antônio Carlos Videira.
E diante disso há o silencio de outros integrantes do PSOL que sequer fazem uma crítica a essas posições de “elogiar” genocidas, receber cargos ou mostrar os piores inimigos dos índios como pessoas democratas.