PSD e União Brasil dão vazão a sabotagem ao governo Lula por dentro do governo, com a manutenção do núcleo bolsonarista no governo, inclusive com recontratações recentes de bolsonaristas e direitistas demitidos dos ministérios no primeiro dia de governo Lula. Juscelino Filho, do União Brasil, e Alexandre Silveira, do PSD, realizaram as recontratações na última semana, inserindo bolsonaristas demitidos em posições de importância dentro dos ministérios da Comunicação e Minas e Energia.
Os recontratados irão ocupar cadeiras de alta importância no governo, como a secretaria-executiva, que atua com a autoridade do ministro em caso de necessidade de substituição.
Alguns dos recontratados são:
- Sônia Faustino Mendes, atual secretária-executiva da pasta. Ela é ex-chefe do Departamento de Estruturação Regional e Urbana do Ministério do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro;
- Maximiliano Martinhão, atual secretário de Telecomunicações. Ele é ex-secretário de Radiodifusão na gestão de Fábio Faria durante o governo Bolsonaro. Nas redes sociais, Martinhão compartilhou fotos ao lado do ex-capitão em motociatas;
- Nathalia Lobo, atual diretora do Departamento de Política Setorial. Ela era secretária de Telecomunicações na administração bolsonarista;
- Flavia Duarte Nascimento, atual secretária-executiva adjunta da Secretaria-Executiva. No governo Bolsonaro, ela ocupava o mesmo cargo, mas havia sido demitida pelo governo federal no dia 1º;
- William Zambelli, atual assessor do secretário de Telecomunicações. Ele era um diretor de Radiodifusão subordinado a Martinhão;
- Otávio Caixeta, atual assessor do secretário de Telecomunicações. Ele era um diretor de Radiodifusão subordinado a Martinhão;
- Wilson Wellisch, atual secretário de Comunicação Social Eletrônica. Ele chefiava o Departamento de Política Setorial na última gestão;
- Marcus Vinicius Galletti Arrais, atual coordenador-geral de Projetos de Infraestrutura. Na gestão passada era diretor do Departamento de Projetos de Infraestrutura da Secretaria de Telecomunicações;
- Pedro Lucas Araújo, era chefe do Departamento de Investimento e Inovação, foi demitido pelo governo federal, mas retornou ao cargo com o aval de Juscelino.
Juscelino também contratou Willer Tomaz, um advogado dono de rádios e emissoras de televisão no Maranhão, que é amigo pessoal de Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, sendo inclusive defendido por ele na CPI da Covid de Renan Calheiros.
Lula se posicionou, prometendo que Juscelino terá de explicar todos os atos de clara sabotagem que praticou dentro da pasta da Comunicação na última semana, e caso não prove que agiu de maneira inocente, Lula declarou que o mesmo será demitido.
Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia do PSD no governo Lula, indicou para o conselho da Petrobrás figuras de oposição ao governo Lula. Alexandre Silveira também tem forte ligação com o seu antecessor na pasta, o almirante da marinha Bento Albuquerque. Silveira apontou para um dos cargos da pasta Bruno Eustáquio, que foi secretário-executivo adjunto do Ministério das Minas e Energia da pasta sob o comando de Albuquerque, e outra é a Marisete Pereira, que ocupava a posição de secretária-executiva.
Assim que Silveira assumiu a pasta, Silveira tentou nomear Eustáquio para seu secretário-executivo, cargo de suma importância. A tentativa foi posteriormente vetada pela Casa Civil, e depois disso Silveira articulou para apresentar o nome de Marisete, tentativa que foi respondida com um “nem tente” do governo.
Ao invés de apontar, então, alguém alinhado ao governo, Alexandre Silveira continua tentando colocar Eustáquio dentro do governo, mantendo o ministério sem um secretário-executivo por conta disso.
De toda maneira, tanto Eustáquio quanto Marisete continuam atuando de forma informal no gabinete de Silveira, inclusive participando de reuniões e conversas com autoridades e políticos, um claro combate à política petista e sabotagem vindo de dentro do governo.
O ministro Alexandre Silveira insiste em colocar bolsonaristas para trabalhar com ele (além disso, ele nomeou pessoas ligadas aos partidos golpistas PSB e União Brasil para o conselho de administração da Petrobrás, contrariando o Planalto e gerando revolta dos petroleiros). O ministro Juscelino Filho também insiste em manter bolsonaristas em sua pasta, além de ser um latifundiário.
É necessário que o governo Lula rompa imediatamente com essa suposta frente ampla que tem em sua razão de ser a paulatina sabotagem do governo petista. Caso Lula deseje governar, tem que se livrar do PSD e União Brasil dentro do governo. Do contrário, sua queda será inevitável.
O governo Lula tem que ser um governo combativo constituído pela mobilização popular, articulações políticas e ceder espaço dentro do governo para golpistas já se provou insuficiente e falho no passado.
