Foi realizado, nessa segunda-feira (27), um acordo, mediado pelo Egito e pelo Catar, para prorrogar a trégua entre o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla árabe) e o Estado de Israel em mais dois dias. Durante mais dois dias, serão realizadas trocas entre prisioneiros palestinos e israelenses, sob os mesmos termos da trégua anterior.
O acordo original, que entrou em vigor na sexta-feira e estava programado para expirar no início da manhã de terça-feira, estipula a libertação de 150 palestinos em troca da Resistência libertar 50 prisioneiros israelenses. Agora, o Hamas terá de soltar novos 20 prisioneiros israelenses em troca da libertação de 60 palestinos presos por Israel.
A prorrogação da trégua confirmou novamente o fracasso da invasão israelense à Faixa de Gaza. Com o objetivo de “erradicar o Hamas” e expulsar todos os palestinos da região para o Egito, Israel falhou ao adentrar na Faixa, sofrendo inúmeras baixas no combate contra a resistência armada palestina.
Israel também não conseguiu estabelecer base operacional no norte de Gaza, nem expandir o controle para o sul. Assim, diante do fracasso militar, teve de aceitar a troca de prisioneiros com o Hamas, que lidera a resistência palestina. A prorrogação da trégua também indica que Israel ainda não tem condições de retomar sua operação militar em Gaza.
O Hamas conseguiu um feito histórico ao obrigar Israel a libertar mulheres e crianças presas há anos pelo Estado sionista. A libertação dos reféns foi seguida de uma intensa mobilização popular para receber os prisioneiros palestinos, que estenderam bandeiras do Hamas tanto na Cisjordânia quanto na Faixa de Gaza, mostrando o apoio ao movimento islâmico.
A situação na Cisjordânia, onde a Autoridade Palestina, em crise, tem dificuldade de conter a mobilização popular, enquanto Israel assassina centenas de palestinos na região, coloca a possibilidade de uma nova Intifada. Assim, o conflito se ampliaria a leste de Israel, onde diversos grupos armados estão organizados e teriam apoio da população árabe local.
Os israelenses precisam ceder enquanto eles e seus aliados imperialistas capengam para derrotar a resistência palestina. O genocídio promovido na Faixa de Gaza não será suficiente para derrotá-la. Ainda, o conflito está se ampliando. O partido islâmico libanês Hesbolá destruiu inúmeras bases militares no norte de Israel, enquanto o Ansar Allah (conhecidos como Hutis), do Iêmen, ataca os sionistas a partir do sul da Península Arábica.
No cenário internacional, os israelenses também estão isolados, sendo apoiados apenas pelo imperialismo, enquanto países árabes, pressionados pelas mobilizações populares em seus territórios, começam a atuar para impedir o massacre israelense contra palestinos.