No dia de ontem (27), algumas horas antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomar o julgamento que poderá tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível, a conta oficial do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) publicou um cartaz assinado pelas “Mulheres do PSOL” exigindo a prisão do ex-presidente.
Esse é o PSOL, o partido que a CIA gosta. Um partido que carrega “socialismo” no nome, mas que pede cadeia em meio a um processo grotesco e fraudulento. Se o PSOL dissesse “prisão para Bolsonaro porque meus adversários não devem ter direitos políticos”, ao menos seria mais honesto.
Afinal, é tão somente isso que se trata o debate. Bolsonaro não está sendo levado aos tribunais pela vergonhosa entrega da Eletrobrás por R$1 bilhão, um valor que sequer paga a construção da usina de Itaipu. Tampouco Bolsonaro será julgado por sua responsabilidade nas mortes causadas durante a pandemia ou pelo duro ataque às aposentadorias com a reforma da Previdência.
O mérito do julgamento, para aqueles que se deram ao trabalho de estudar, é claro: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) está exigindo a cassação dos direitos políticos de um ex-presidente da República por um suposto abuso do poder econômico e da autoridade de seu cargo durante as eleições de 2022. O problema, contudo, é que o PDT não apresenta prova do tal abuso. Afinal, o partido não entrou, por exemplo, com uma investigação contra a distribuição de verbas para compra de votos, o que recairia sobre centenas de setores da burguesia, mas apenas se baseou naquilo que a Rede Globo critica o ex-presidente: o seu discurso.
As grandes provas do PDT são meia dúzia de falas de Bolsonaro, na então condição de presidente, defendendo seus interesses político-partidários. O PDT apresenta como “prova” do tal “abuso”, por exemplo, o fato de que Bolsonaro discursou após o velório da Rainha Elizabeth II, entre vários outros casos. O partido chega ao ridículo de considerar discursos oficiais em que o ex-presidente fala um “Brasil do passado” em “divisor de águas” ilícitos. Se for assim, toda vez que Lula denuncia a taxa de juros em um evento oficial seria motivo para seu impeachment.
Não se trata de nenhum exagero. O grande argumento da tese do PDT é o de que um presidente que expresse sua opinião é um criminoso. E as “mulheres” do PSOL, ao que indicam, têm a mesma opinião.
E não fica por aí. O partido das ONGs quer Bolsonaro preso porque atacou o sistema eleitoral! Se for assim, teria que colocar na cadeia o presidente Lula e a maioria da esquerda e do movimento popular, que dizia que “eleição sem Lula é fraude”.
E tem mais, senhoras e senhores! O revolucionário PSOL quer prender um ex-presidente da República por um crime muito, muito grave: propagar mentiras! Seriam as mesmas mentiras que o PSOL propaga sobre o regime venezuelano?
Mas se mentir seria um crime, há algo ainda mais grave, diz o solzinho: Bolsonaro “zombou”. Ouviram bem? Ele cometeu o crime de zombaria, tipificado pelo Código Penal na página…. ops, não está no Código Penal. E o que ele zombou? A democracia brasileira, a coisa mais séria e respeitável que existe. A democracia do senhor Alexandre de Moraes, que manda prender quem fala o que lhe desagrade…
Bolsonaro aparece nesse caso como mero espantalho. O que as mulheres do PSOL queriam mesmo é mostrar sua devoção ao imperialismo.