Uma dinastia de 56 anos chegou ao fim em um piscar de olhos. Ali Bongo, filho de Omar Bongo, já governava o Gabão por 14 anos, quando foi surpreendido com um golpe militar liderado por membros de sua própria guarda. O fim da dinastia Bongo foi comemorado efusivamente pela população nas ruas, que aplaudiu os carros das forças armadas e cantou em apoio ao golpe.
E não era para menos. O presidente do Gabão era um funcionário do imperialismo francês e do imperialismo norte-americano. Um homem cujo papel era permitir que países ricos saqueassem o seu próprio país.
Enquanto a França enriquecia extraindo os minérios e o petróleo gabonense, Ali Bongo, por sua vez, também se enriquecia pessoalmente. Afinal, ninguém dedica a sua vida a entregar todo o patrimônio de seu país de graça. Bongo sempre foi bastante paparicado pelo imperialismo, ao ponto de ter nada menos que 28 propriedades de luxo na França.
Os “presentes” dos franceses para Ali Bongo, contudo, não se resumiam a carros e mansões. Até mesmo a esposa que Ali Bongo arranjou é uma parisiense! Nada viria mais a calhar: por viver acima da miséria do povo de seu país, Ali Bongo se acha francês.
Aos gabonenses, que viveram tanto tempo sob os cruéis governos dos Bongo, só resta agora rir do fato de que Bongo, depois de sofrer um golpe, descobriu que não era francês. Como o imperialismo está muito debilitado, até agora seu amigo Emmanuel Macron não veio lhe socorrer.