Movimentos sociais e lideranças dos índios da Guatemala denunciaram no último dia 4 a truculência policial contra manifestantes, que exigiam a renúncia da procuradora-geral, Consuelo Porras, e outros membros do Ministério Público do país. Repercutindo denúncias feitas pela imprensa local, o sítio venezuelano TeleSur informou que “um grupo de manifestantes que permanecem fora da sede do Ministério Público foi atacado por homens encapuzados armados com paus e facões.” (“Denuncian represión policial a manifestantes en Guatemala”, 5/10/2023).
No X (antigo Twitter), o órgão guatemalteco No-Ficción denunciou que a repressão partiu de um “grupo de choque se identifica como vendedores e dizem ‘deixem a senhora’, ‘não ligamos para política’, ‘precisamos vender’. Eles vêm com paus e ferros contra a resistência que permanece no MP reivindicando que retirem os bloqueios de diversos pontos do país.”
No link abaixo é possível ver registros da repressão:
#URGENTE 🚨 | El grupo de choque se identifica como vendedores y dicen “dejen a la señora”, “no nos importa la política”, “necesitamos vender”.
Vienen con palos y hierros contra la resistencia que se mantiene en el MP alegando que quiten los bloqueos de los distintos puntos del… pic.twitter.com/smoFzmxqDQ
— No-Ficción (@noficciongt) October 5, 2023
Atos de repressão também foram relatados na área de Puerto Quetzal, no departamento de Escuintla, onde forças de choque e caminhoneiros atacaram manifestantes contrários ao golpe de Estado denunciado pelo presidente eleito Bernardo Arévalo. Desde junho, o presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, e seu partido, Movimiento Semilla (Movimento Semente, em português), são alvos do MP guatemalteco, que pede a suspensão do partido devido a supostas irregularidades em seu registro, no ano de 2017. As eleições do país da América Central ocorreram no dia 20 de agosto, vencidas por Arévalo, que, desde então, denuncia o que chama de “golpe de Estado em câmera lenta”.