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Sucateamento

Povo grego toma as ruas após descarrilhamento com 57 vítimas

Imperialismo saqueou o povo grego e é responsável pelo atraso do país

No dia 28 de fevereiro, terça-feira, um trem de carga colidiu com outro trem, que levava a bordo 350 pessoas, na cidade de Lárissa, Grécia. O descarrlhamento consequente da colisão casou a morte, até o presente o momento, de 57 pessoas, sem contar o grande número de feridos e de outros 10 passageiros que ainda estão desaparecidos. O motivo da colisão dos trens ainda não foi divulgado pelas autoridades responsáveis, de modo que não se sabe ainda, se o acidente foi causado por um erro em solo ou da parte de um dos maquinistas.

O descarrilhamento ocorrido em solo grego, pode ser comparado a um outro, que ocorreu na cidade de Palestina Oriental, no estado de Ohio, Estados Unidos, no último dia 13 de fevereiro. Dos 100 vagões, pelo menos 20, transportavam materiais químicos perigosos. Embora este evento, além dos danos ambientais óbvios, possa vir a ameaçar diretamente a saúde dos moradores da região, o fato foi encoberto pelas autoridades e pela imprensa norte americana e mundial. De modo que, se as empresas gregas responsáveis pelos trens e mesmo o estado, como no caso de Konstantinos Agorastos, governador da região de Tessália, onde ocorreu o acidente, afirmaram desconhecer as causas do acidente, os motivos do descarrilhamento talvez não sejam tão misteriosos como tem sido apresentado ao público.

Colapso grego em favorecimento do mercado financeiro

A Grécia vivenciou de maneira trágica a crise de 2008, que afetou todo o mundo. Como não se encontrava estruturada economicamente, não se viu preparada para aguentar as consequências oriundas da crise. Para socorrer sua economia já tão debilitada, o país precisou recorrer ao Banco Central Europeu e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) recebendo cerca de 240 milhões de euros destas organizações. Atualmente o país tem uma dívida global que já ultrapassa os 320 bilhões de euros, ou seja, 180% acima de seu PIB. Como os bancos internacionais não fazem caridade e nem dão pouco que seja, sem cobrar muito em troca, a Grécia se viu obrigada a implementar medidas, não podemos deixar de dizer, antidemocráticas, para receber o auxílio. Entre elas, redução de gastos públicos, cortes de direitos trabalhistas, benefícios e aumento de impostos. Trocando em miúdos, a classe trabalhadora, como já é de costume acontecer, teve que pagar a conta a duras penas.

Como se já não bastasse esse cenário de terror, a Grécia tem visto sua economia sendo sistematicamente minada por tecnocratas, com a ajuda do Banco Central, que assim como acontece no Brasil, é independente, e portanto, serviçal dos interesses do mercado financeiro, que se importa unicamente em arrancar a maior fatia possível do orçamento público grego, que deveria ser empregado na melhoria material de sua população, e no investimento em infraestrutura. Vale ressaltar, que são justamente tecnocratas e o Banco Central responsáveis por não permitirem que o país revogue as medidas antidemocráticas mencionadas acima. É necessário que estes ataques continuem, porque, desse modo, favorecem, como já foi mencionado, a política assassina de beneficiar o mercado financeiro em detrimento da população.

Desse modo, o país não tem como se industrializar, ou seja, se desenvolver, já que não pode intervir nos mandos e desmandos do Banco Central. E essa falta de investimento pode ter sido uma das motivações para o choque entre os dois trens e as mortes de dezenas de pessoas, como apontou, em entrevista para a BBC, Zoe Rapti, vice-ministra da Saúde da Grécia, ao declarar que “É claro que as coisas deveriam ter sido feitas durante esses anos, mas a Grécia enfrentou uma grande crise econômica por mais de dez anos, o que significa que muitas coisas ficaram atrasadas”.

Protestos contra descarrilhamento

A declaração de Zoe Rapti lança luz a real motivação da tragédia, embora, seguindo a lógica imperialista de seus feitos espúrios, provavelmente tentará encobrir o caso. Inclusive a questão já caminha pra isso, pois logo após o acontecido, o diretor de estação de Larissa foi acusado de homicídio culposo e negligência. Uma clara tentativa de atribuir o descarrilhamento e jogar a culpa das mortes nas costas de um único homem.

Por sua vez, na quarta-feira, dia primeiro de março, aconteceu um protesto em frente ao parlamento grego. Esta mobilização contou com a presença de 12mil pessoas, que protestaram pela morte dos 57 passageiros e sobre o sucateamento do sistema ferroviário comprometido pela política de privatização e não investimento em reformas de um sistema ferroviário que já se encontra defasado em termos de segurança. Naturalmente, assim como acontece toda que trabalhadores se unem contra o estado, estes manifestantes foram duramente reprimidos pelo aparato policial.

Tragédias como esta dos trens, mostram que se faz necessário, cada vez mais, mobilizar a classe trabalhadora contra os vampiros da figura de um Banco Central, que não deveria ser independente, isto é, servir apenas aos interesses dos bancos e especuladores e contra todas as medidas que são ataques, um verdadeiro genocídio contra a classe trabalhadora.

 

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