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Mobilização contra o golpe

Povo está há mais de 100 dias nas ruas contra ditadura no Peru

O governo de Dina Boluarte segue duramente contestado pelas massas, que exigem novas eleições

O governo golpista de Dina Boluarte enfrenta mais de 100 dias de mobilização no Peru. Manifestações seguem sob repressão pesada, direcionada à classe operária.

Luta de classes

Após o golpe contra o presidente peruano Pedro Castillo, os movimentos populares lutam contra a dominação da burguesia pró-imperialista. Os enfrentamentos permanecem há mais de cem dias e escalam diariamente.

Há uma clara polarização da população peruana contra a política do imperialismo, expressa em uma luta contínua. A rejeição à política do imperialismo se expressa em uma série de manifestações populares em todo o país.

Desde a conclusão do governo de Ollanta Humala em 2016, há um acirramento na luta de classes no Peru, com uma investida do imperialismo norte-americano para conter a situação. Nesta crise, o país teve seis presidentes em seis anos, não havendo durante o período um único mandado com conclusão regular.

Ditadura do imperialismo

A ditadura da golpista Dina Boluarte já acumula quase cem mortes em sua conta, havendo uma repressão reconhecidamente fascista no país. O perfil criminoso do governo peruano pró-imperialista é admitido, ainda que de maneira envergonhada, até por instituições internacionais.

“As autoridades são responsáveis ​​pelos eventos ocorridos sob seu comando e têm a obrigação de garantir que os manifestantes não corram risco de morte ou ferimentos graves apenas por expressarem seu descontentamento”, afirma Erika Guevara-Rosas, diretora das Américas da Anistia Internacional.

Entretanto, apesar da violência, a população resiste mobilizada, estando longe de aceitar o sufocamento. A classe trabalhadora peruana luta contra o jugo dos agentes imperialistas.

“Já se passaram 100 dias desde o início de um período muito doloroso para o país. Dezenas de famílias estão de luto ou se esforçando para apoiar seus entes queridos que ficaram com ferimentos graves. Unidos, eles encontraram apoio e força para exigir profissionalismo de instituições que não dão mostras de ter meios ou vontade de garantir a verdade, a justiça e a reparação. Hoje, mais do que nunca, a Procuradoria-Geral da República deve tomar medidas decisivas para garantir investigações imparciais e completas, alocando recursos e pessoal suficientes para evitar a impunidade”, reconhece Marina Navarro, diretora executiva da Anistia Internacional Peru.

Um instrumento para os trabalhadores

Há mais de cem dias que a população toma as ruas no Peru. Todavia, os frutos dessas mobilizações são poucos frente às suas possibilidades.

Ocorre que a ausência de um partido operário e popular, que oriente no sentido da revolução, emperra o desenvolvimento político do movimento. Essa ausência é a principal deficiência do movimento para atingir os seus interesses.

Entretanto, essa situação tende a mudar, a população mobilizada caminha para superar suas direções. Sendo uma realidade a tendência a organização em torno de uma política independente.

Retomada do movimento operário na América Latina

O cenário de mobilização atual do Peru, pelo seu caráter combativo e de classe, tem muitas similaridades com o movimento operário boliviano. Na Bolívia, apesar da capitulação das direções, o movimento popular lutou bravamente contra o golpe, conseguindo uma vitória parcial, que foi a eleição de um representante bastante moderado do Movimento ao Socialismo (MAS).

Em 2016, por exemplo, mais de 5 mil operários mineiros, armados com explosivos, fecharam as estradas em toda a Bolívia.

Quais as posições das lideranças peruanas

Para o ex-presidente nacional do Peru de 2011 a 2016 e atual presidente do Partido Nacionalista Peruano, Ollanta Humala, “a indolência e irresponsabilidade do Congresso não conhece limites”. Humala apresenta uma política de tipo nacionalista, o que o tornou vítima de um desdobramento do processo golpista da Lava-Jato.

“O Executivo deve resolver essa crise agora! Presidente Dina Boluarte, você tem que dar o primeiro passo, renunciar. O custo da violência do Estado é alto demais para esperar mais um dia”, afirma Humala.

Para Veronika Mendoza, ex-candidata à presidência pela coalizão Frente Ampla, o regime golpista de Boluarte é inaceitável, em suas palavras sobre a repressão na Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM):

“Ato inaceitável e arriscado típico de uma ditadura: um grande número de policiais entra com tanques na Universidade San Marcos, onde estudantes de várias regiões que vinham se manifestar pacificamente eram acolhidos de forma humanitária”, coloca Mendoza.

Já na concepção do secretário-geral do Peru Livre, ex-governador regional de Junín de 2011 a 2014, e do neurocirurgião Vladimir Cérron, o Peru Livre não deve compor o governo Boluarte. A posição foi expressa de forma acabada pelo parlamentar Flávio Cruz Mamani, que caracterizou o diálogo com o governo como “trair um povo que protesta”.

Cérron já teve seis pedidos de prisão decretados contra a sua pessoa, e pode ser impedido de se candidatar à presidência nas próximas eleições em razão das condenações em primeira instância.

“Deve haver dois pontos de união: impedir que a direita fascista, representada pelo fujimorismo, ganhe as próximas eleições; e instalar uma Assembleia Constituinte para dirigir uma nova Constituição”, afirma Cérron.

Nem desastres naturais desanimam a população mobilizada

No dia 26 de maio de 2022, ocorreu um terremoto com magnitude de 7,2 graus na escala Richter, atingindo o Peru. No dia 18 de março, outro de magnitude 6,8 na mesma escala ocorreu no Equador.

Os dois tremores citados, entre tantos outros eventos sísmicos de magnitude menor, castigam a região, ocasionando perdas humanas e materiais. A população – principalmente a socialmente mais vulnerável – dos países da região, com foco no Peru e Equador, sofrem pela falta de estrutura e assistência estatal.

Mesmo esses trabalhadores recebendo repressão no lugar de amparo governamental, as mobilizações continuam. A população segue mobilizada lutando contra o golpe pró-imperialista no Peru.

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