A imprensa burguesa está fazendo uma das maiores operações de desinformação da história. Era algo de se esperar, sendo o assunto em questão o Estado de “Israel”, o Estado mais mentiroso do planeta. Mas em sua sanha para demonizar o Hamas e as organizações da luta palestina a imprensa deixou escapar uma realidade, o povo brasileiro não está contra o Hamas. Mesmo com a campanha gigantesca o que só pode significar que, na prática, caso a realidade venha a tona, o povo brasileiro, na verdade defende o Hamas.
A pesquisa em questão é a da Quaest coletada entre os dias 19 e 22 de outubro, ou seja, com cerca de duas semanas do confronto atual entre Israel e Palestina. A grande glória da imprensa é o que o Poder 360 publicou em sua manchete: “Para 57%, Brasil erra ao não classificar o Hamas como ‘terrorista’”. Mas se isso é real, então 43% do país não considera que o Brasil deveria taxar o Hamas de “terrorista”, um número muito expressivo ante toda a desinformação. Mas a pesquisa apresenta muito mais dados que esse.
O primeiro fato importante é que 80% dos brasileiros estão acompanhando o confronto, uma taxa altíssima. Desses, mais da metade acompanha com muita atenção. O segundo é que apenas 30% considera a ação de Israel como justificável, algo deve diminuir muito conforme o genocídio vai sendo divulgado para todos. Aí é que se chega no principal dado com a pergunta “o Brasil deveria tomar lado ou ficar neutro sobre classificar o Hamas como grupo terrorista”. Nesse momento, apenas 19% concordam que o Brasil deveria classificar o Hamas assim!
Não só isso, como também pergunta se “o Brasil deveria tomar lado ou ficar neutro sobre classificar o Hamas como grupo de resistência”. Nesse caso 14% apoiam que o Brasil considere o Hamas um grupo de resistência! É uma diferença muito pequena entre os pró Hamas e os anti Hamas e a maioria se coloca de forma neutra, que, na prática é não taxar o grupo de “terrorista”. Esse dado é o mais impressionante. Primeiro que 14% dos brasileiros já consideram o Hamas como o que ele de fato é, um grupo de resistência. Segundo que 78% não caiu na campanha da imprensa. É uma desmoralização completa dos meios de comunicação.
Essa pesquisa, que provavelmente não é confiável, pois tende a apoiar “Israel” é uma demonstração que o sionismo não é popular como a direita imagina que é. Com a totalidade dos órgãos da imprensa burguesa, as igrejas neopentecostais, o Congresso nacional e até mesmo a esquerda capitulando ao sionismo, mesmo assim o povo brasileiro não considera o Hamas como terrorista. E também não considera que o Brasil deve assumir o lado de “Israel”. Essa campanha de bilhões de dólares apenas confunde o povo, mas não consegue colocá-lo para apoiar o Estado nazista de “Israel”.
Essa realidade é muito importante. É uma demonstração de que por meio de uma ampla campanha política é possível virar o jogo, é possível colocar a esmagadora maioria dos trabalhadores a favor da Palestina. Isso é necessário para fazer o governo Lula parar sua capitulação ante o imperialismo e agir enfaticamente em defesa dos palestinos. Diante do genocídio e da inação de todos os governos, a iniciativa fica para a classe operária, que deve defender até as últimas consequências nossos irmãos palestinos.