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Opressores e oprimidos

Por que não há paz possível com o sionismo

Desde sua fundação até os dias atuais, Israel é o que existe de mais próximo ao Grande Satã para os povos árabes da Palestina

Imagine o leitor que em um determinado dia, hordas de homens que aparentam terem saído das profundezas do inferno, invadissem um local fortemente armados, atirando a esmo contra a população, matando indiscriminadamente tudo o que vê pela frente mulheres, velhos e até crianças. Desde o início do século XX, essa tem sido a vida do povo palestino, que muito antes da fundação do Estado de Israel, já sofre com massacres e uma forte campanha de terror promovida pelo imperialismo contra a população árabe, muçulmanos ou judeus. Em 7 de abril de 1920, por exemplo, o Império Britânico promoveu o Massacre de Jerusalém, quando ocasionaram a morte de nove palestinos (cinco judeus e quatro árabes) e deixaram pelo menos 234 feridos.

A data do massacre, menos de três anos após a famigerada Declaração de Balfour, mostra que a barbárie e o terror são, desde o princípio, os métodos fundamentais para o imperialismo controlar o território palestino, um sistema de dominação que não responde e não entende outra tática de luta que não seja a força. A violência extrema está no cerne da ação de organizações do maquinário político infernal de Israel, caso de grupos como o Haganá (milícia sionista financiada pelo Barão de Rothschild, atuante desde os anos 1920 e em particular nas revoltas árabes de 1936 a 1939), Irgun (organização à direita do Haganá e precursora do partido Likud, do atual Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu) e o Lehi (dissidência do Irgun, mais próximo ao stalinismo), entre outras.

Mais de cem anos desde o primeiro massacre da população civil árabe em grande escala, a brutalidade da invasão sionista da Palestina, longe de arrefecer, acentuou-se. Em 2014, até este ano a mais brutal ofensiva israelense contra o povo palestino, 2.251 árabes morreram, conforme as Nações Unidas.

Em meio ao massacre da população civil palestina pela ditadura sionista (já então governada Netanyahu), o partido revolucionário palestino Movimento Resistência Islâmica (Hamas), chegou a apresentar um plano de cessar-fogo, visando interromper a ofensiva israelense contra a Palestina. Segundo a professora Amyra El Khalili, em artigo publicado no jornal O Nortão (31/10/2023), os termos do Hamas eram:

  • retirada de tanques israelenses da fronteira de Gaza;
  • levantamento do bloqueio e abertura das passagens de fronteira para comércio e pessoas;
  • estabelecimento de um porto e aeroporto internacionais sob supervisão da ONU;
  • ampliação da zona de pesca permitida para 10 quilômetros;
  • internacionalização do Cruzamento de Rafá (importante ponto de passagem na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito) sob supervisão da ONU e de algumas nações árabes;
  • presença de forças internacionais nas fronteiras;
  • facilitação das condições para obter permissões para orar na Mesquita de Al-Aqsa;
  • proibição de interferência israelense no “acordo de reconciliação” (acordo entre o movimento Fatá e o grupo Hamas, que visa a reconciliação e a unificação das duas principais entidades políticas palestinas);
  • reestabelecimento de uma zona industrial e melhorias no desenvolvimento econômico na Faixa de Gaza.

Observa-se que a proposta feita pelo Hamas nem de longe pode ser considerada radical, do ponto de vista da luta pela soberania da Palestina. Os militantes do partido que governa a Faixa de Gaza pediam portos e aeroportos abertos e sob supervisão da ONU, assim como a ampliação da zona de pesca de seu próprio território, presença de tropas internacionais nas fronteiras entre Gaza e Israel (leia-se, tropas da ONU, o que também pode ser traduzido como comandadas pelo imperialismo), além de uma permissão para o exercício da fé muçulmana em uma mesquita localizada em Jerusalém, cidade localizada no território palestino nos termos do acordo de 1948 e que teria sua administração dividida entre israelenses, e árabes.

Mesmo sendo muito moderado, o acordo foi rejeitado pelo governo sionista. Tal como na atual campanha, o bombardeio incessante da população civil durante 51 dias levou a uma mortandade que chocou o mundo. O governo brasileiro, por exemplo, chegou a criticar o “massacre” promovido por Israel, sendo respondido pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, que chamou o Brasil de “politicamente irrelevante” e um “anão diplomático”, à época. A atual ofensiva israelense, entretanto, faz a de 2014 parecer uma operação humanitária.

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