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Resultado do 8 de janeiro

Por que Haddad está mais independente do governo?

Proposta do Ministro Fernando Haddad de salário-mínimo de fome é sinal de que governo está na defensiva

Em meio às diversas crises dentro do governo Lula, foi inaugurada mais uma. Trata-se da questão do salário-mínimo. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propõe que o salário seja aumentado em pouco mais do que o valor da inflação, totalizando um aumento de R$90. O salário, portanto, iria de R$1.212 para R$1.302. Trata-se do exato valor que o ex-presidente, Jair Bolsonaro, prometeu para este ano ao final de seu mandato.

A CUT reivindica, através do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que esse aumento é muito pouco diante do que o trabalhador precisa, dizendo que precisa haver pelo menos um pouco da recomposição da inflação no aumento do salário-mínimo. O valor reivindicado seria, pelo menos, mais R$40, totalizando R$1.342.

Esse mísero aumento no salário-mínimo é algo exatamente oposto ao que deveria estar propondo o governo Lula. É uma demonstração da dificuldade que o governo tem em realizar ações que favoreçam a classe operária, graças à pressão que vem da burguesia e do imperialismo contra ele.

No entanto, a ideia vigente é de que Haddad teria vencido a disputa interna e conseguido propor essa miséria para os trabalhadores. Isso é resultado do ocorrido no dia 8 de janeiro, quando manifestantes bolsonaristas, impulsionados e auxiliados pelo alto comando militar, invadiram os prédios do governo em Brasília: Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF.

Apesar de muitos dizerem que o ocorrido foi uma tentativa de golpe de Estado derrotada pelo governo Lula, o que implicaria em uma vitória do governo e uma consequente posição ofensiva, está evidente que não foi nada disso. A realidade é que a ação foi executada pelos militares no sentido de procurar desestabilizar o governo e colocá-lo na defensiva, o que foi bem-sucedido. Prova disso é que nenhum militar está sendo punido ou sequer acusado abertamente pelas invasões.

A própria esposa do general Eduardo Villas Bôas, Maria Aparecida Villas Bôas, estava entre os manifestantes, figurou em diversos vídeos dos acampamentos bolsonaristas em Brasília e era tratada como celebridade entre os presentes, saiu incólume após a invasão, e o mesmo ocorreu com seu marido, que obviamente estava envolvido com a organização dos atos.

A questão do salário-mínimo também é prova de que o governo foi colocado na defensiva pelas invasões. Toda essa discussão e dificuldade em impor a política correta para o salário é efeito disso, assim como a proposta de Flávio Dino de um “pacote da democracia”. É preciso reconhecer que o que aconteceu foi uma derrota do governo.

Alguns dizem que o governo sai fortalecido do enfrentamento com os bolsonaristas, mas se fosse assim, por que o governo está recuando em questões como essa? Se estivesse fortalecido, ele teria capacidade de defender um aumento verdadeiro do salário-mínimo para a população.

Além de ser algo vergonhoso o governo Lula propor o salário-mínimo com o mesmo valor proposto por Bolsonaro, isso também é um fator que irá prejudicar muito profundamente a estabilidade do governo. Além da própria ofensiva bolsonarista, é preciso lembrar que o governo venceu uma das eleições mais apertadas da história. Nesse sentido, Lula precisa conquistar um amplo apoio popular para ser capaz de governar. Um aumento verdadeiro do salário-mínimo seria uma dessas medidas para colocar o povo ao seu lado.

O cenário, com as invasões bolsonaristas e também a recente destituição do presidente da FIESP, Josué Gomes, um apoiador de Lula, tem aspectos que remetem à preparação de um golpe de Estado. É preciso ficar atento a isso e ter a capacidade de mobilizar a população para enfrentar essa possibilidade. Medidas como um aumento do salário-mínimo, a revogação das reformas trabalhista e da previdência, um Bolsa-Família com valor que realmente ajude a população, além de maiores investimentos em setores que afetam diretamente a qualidade de vida da população, como a saúde e a educação, são medidas fundamentais para que o povo crie a disposição de apoiar e se colocar ao lado do Governo.

No mais, é preciso encarar com realismo a questão do 8 de janeiro. A tentativa de Haddad de levantar a cabeça dentro do governo e procurar impor uma política direitistas para o Ministério da Fazenda, a tentativa de Flávio Dino de criar um pacote da democracia – que visa combater as “manifestações golpistas” (leia-se, quaisquer tipos de manifestação), são sinais de que, com o governo colocado contra a parede, ele fica desorientado e com dificuldade de colocar em prática a política correta. Se as organizações populares não se mobilizarem e se organizarem para defender o governo e exigir dele uma política verdadeiramente popular, a ofensiva direitista irá colocar em risco a manutenção de Lula no governo.

É preciso, portanto, mobilizar a CUT, o MST e a população em geral, com a realização de plenárias nacionais amplamente convocadas e com aspecto bastante democrático, para esclarecer a população da situação e planejar a ação popular nas ruas, que irá impedir que a direita derrube o governo ou faça pressão pra que ele leve adiante uma política anti-popular.

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