Na política brasileira, se tornou normal a seguinte ideia: se o que está acontecendo favorece alguém pessoalmente, essa pessoa bate palma. Se não favorece, na pior das hipóteses, ela fica quieta. Isto é, vigora uma uma política de defesa dos interesses privados.
Isso pôde ser visto com clareza no julgamento político de Jair Bolsonaro. Para a esquerda, que não gosta do ex-presidente, é bom que ele seja punido, não importa como. “Se é meu seu desafeto, que seja condenado”. Nada poderia estar mais equivocado.
A política correta não deve ser feita em função de interesses privados. Ela deve ser feita em função dos interesses públicos. Quer dizer, em primeiro lugar deve estar sempre a defesa dos interesses populares, os interesses do povo brasileiro. A violação dos direitos democráticos de alguém, mesmo de Bolsonaro, não serve aos interesses do povo brasileiro.
O Brasil está hoje em uma gangorra em que, quando o Judiciário faz uma lambança e condena Lula, os lulistas são contra. Quando Bolsonaro sofre o mesmo tipo de processo, os lulistas ficam a favor. Nessa gangorra, o interesse popular é sempre sacrificado, o Judiciário adquire um poder de árbitro nacional, que ele nunca poderia ter.