No inicio do mês, uma caminhonete com quatro pistoleiros fortemente armados entrou no Distrito de Montinho, município de Itabela, no Extremo Sul da Bahia e disparou dezenas de tiros contra a residência de uma liderança dos índios Pataxó, o Cacique Binho.
Os pistoleiros gritavam para que o indígena Pataxó saísse da residência, mas se enganaram e estavam na casa errada. Os projéteis perfuraram toda a fachada da residência e entraram na sala e um tiro chegou ao corredor. Por muita sorte ninguém ficou ferido na ação de pistolagem, mas o medo e o terror se instalaram no pequeno povoado.
A ação dos pistoleiros ocorreu como retaliação a uma série de ocupações de terras realizadas pelos índios Pataxó na região de Porto Seguro (BA) para a demarcação de seu território, a Terra Indígena de Barra Velha, que se encontra demarcada, mas parcialmente ocupada pelos indígenas e que a esmagadora maioria dessas terras estão nas mãos dos latifundiários.
Os culpados pelos ataques são de latifundiários locais, como o fazendeiro Venturino e do gerente Wilson, um dos administradores de sua fazenda. Antes do ataque realizado por pistoleiros, capataz de Venturino, Wilson passou pelo menos umas seis vezes na frente da residência de Cacique Binho. E depois a caminhonete com pistoleiros chegou ao local e realizado dezenas de disparos.
Mesmo com os ataques e as denúncias nenhuma medida foi tomada pela polícia e nem pela Força Tarefa criada pelo governo do estado para “pacificar” a região. A região caminha para o aumento exponencial dos conflitos e de morte de indígenas caso nada seja feito para a demarcação da terra.
É preciso denunciar amplamente a ação criminosa de latifundiários que contratam pistoleiros e policiais militares da região para atacar os indígenas e impedir a demarcação da Terra Indígena Barra Velha na sua totalidade. E diante do apoio da polícia e do judiciário aos latifundiários e grileiros terra é preciso criar comitês de autodefesa dos índios Pataxó para impedir novos ataques, ameaças e mais mortes de índios na região.
