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Eleições presidenciais

Pesquisas na Turquia mentiram: Erdogan tinha muito mais votos

Erdogan, com forte apoio popular, saiu na frente no primeiro turno das eleições, contra toda máquina do imperialismo

Os turcos foram às urnas nas eleições mais cercadas pelo imperialismo desde a tentativa de golpe de Estado em 2016 contra o atual presidente do país, Recep Tayyip Erdogan. Em meio a uma onda de terremotos de mais de 5 pontos na escala Richter, em que o imperialismo tenta tirar proveito informando que não há nenhuma ajuda “humanitária” por parte de Erdogan, há uma forte manobra para promover a mais forte interferência eleitoral no país otomano. A denúncia de interferência foi feita ao vivo, durante entrevista para a CNN turca, pelo ministro do Interior de Ancara, Suleyman Soylu, dois dias antes das eleições deste domingo (14).

Anteriormente, além de declarações da Casa Branca contra a política de Erdogan, Muharrem Ince, líder do Partido da Pátria, da oposição, desistiu restando três dias para as eleições de primeiro turno, a fim de beneficiar o candidato do imperialismo Kemal Kilicdaroglu, presidente do partido CHP, que emergiu como o principal rival do atual presidente. De acordo com Soylu, “os Estados Unidos têm interferido nesta eleição desde o início. [Presidente dos EUA Joe] Biden disse que não fomos capazes de fazer isso com um golpe em 2016. Desta vez, faremos isso com uma eleição, não com um golpe”, afirmou Soylu.

A corrida entre Erdogan e Kilicdaroglu. Enquanto o atual presidente afastando seu país da integração com a UE e fomenta laços estreitos com a Rússia, Kilicdaroglu defende uma política alinhada ao imperialismo. Diversas pesquisas de intenção de voto tentavam induzir voto útil em Kilicdaroglu, pois em situação de forte polarização poderia fazer com que o imperialismo obtivesse mais de 50% dos votos, liquidando a fatura no primeiro turno, o que não aconteceu.

O imperialismo quer a todo custo a queda do presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Ele governa o país por 20 anos, estabelecendo relativo equilíbrio entre o imperialismo, Rússia e China, porém, o imperialismo quer afastar Erdogan para controlar o estreito de Bósforo e o Mar Negro, todo o sistema de oleodutos e balcanizar a Turquia utilizando os curdos. Sabe-se que Erdogan se aproxima da Rússia em meio à contradições gigantescas, pois as tensões chegaram a ser colocadas em xeque diversas vezes, atingindo ápice em 2015 com o abatimento de avião de guerra russo na fronteira entre Síria e Turquia. Putin chegou a classificar a operação de Erdogan como uma traição. Outra contradição com a Rússia é a manutenção de tropas na Síria, na região noroeste, o que dificulta as pretensões de aproximação com o Irã. Apesar disso tudo, Putin estabeleceu laços com a Turquia visando a grande política contra o imperialismo.

Apesar dos desafios, Putin e Erdogan encontraram pontos em comum contra o imperialismo, como a construção do primeiro projeto nuclear civil da Turquia, a usina de Akkuyu, construída conjuntamente com a Rosatom. A usina terá controle do Estado russo, que investiu cerca de 20 bilhões de dólares no projeto que mais bem representa os atuais laços entre Rússia e Turquia. O nível de cooperação entre a Turquia e a Rússia incomoda profundamente os Estados Unidos.

Eleições sob tensão e falsificações contra Erdogan

Até o fechamento desta edição, temos vitória de Erdogan, que terá que enfrentar nova bateria de ataques instrumentalizados pelos identitários, que atuam na direção de colar a imagem de Erdogan como misógino, homofóbico etc.; movimentos artificiais que organizam na Turquia um movimento padrão “revolução colorida eleitoral”, isto é, movimentos coordenados por ONGs e imprensas capitalistas locais e do próprio imperialismo. Também lançam sistematicamente diversas pesquisas falsas para confundir a opinião pública.

Fonte: Aksam

Além das eleições presidenciais, 26 partidos estão disputando as eleições, o que coloca abaixo a tese de “autocracia” de Erdogan. Todos os 26 partidos estão organizados em torno de quatro alianças, uma coalizão da situação entre o Partido da Justiça e Desenvolvimento e o Partido Movimento Nacional. A oposição possui duas alianças centrais compostas pelo Partido Republicano do Povo e o Partido do Bem; e a Coalizão do Trabalho e da Liberdade, que consiste no Partido Curdo da Esquerda Verde e no Partido dos Trabalhadores Turcos. A pequena Aliança Ata também é composta pelos partidos Vitória e Justiça. 

Erdogan está concorrendo à presidência sob o lema “o homem certo na hora certa”. Promete melhores salários e novas isenções de impostos. Dirige críticas à oposição, que ele considera um movimento “LGBT” aliado com o “terror curdo”. O candidato da oposição da Turquia, Kemal Kılıçdaroğlu, do Partido Republicano do Povo (CHP), fez campanha em nome da “liberdade” e promessas de democracia, com a destruição da “autocracia” de Erdogan, que na realidade está lutando dentro da retomada de uma Turquia soberana geopoliticamente. Daí as situações pontuais de contradição com a Rússia, como a disputa pelo controle dos oleodutos no Mar Negro.

Em todo caso, Erdogan tem apoio popular, pois o imperialismo comprou ex-apoiadores do presidente, que desertaram nas últimas semanas, principalmente em virtude da economia, que sofre profundo abalo com as sabotagens do imperialismo. A campanha realizada pelo CHP é uma das mais baixas e mentirosas entre as três eleições vencidas por Erdogan. O candidato fantoche do imperialismo inclusive apela para formar um novo regime político em que haja um parlamento mais representativo por membros atualmente ligados aos movimentos identitários.

No Twitter Erdogan já informa que haverá segundo turno, por uma pequena margem. De acordo com o presidente: “nossa nação tem livre-arbítrio”, sublinhando que as eleições de 14 de maio foram uma das eleições de maior participação eleitoral da história, o Presidente Erdogan disse: “As eleições de 14 de maio foram realizadas em um ambiente festivo condizente com a nossa democracia com a previsão e a previsão de nossa amada nação. Nossa nação; Apesar da engenharia política de Kandil, Pensilvânia, canais de mídia social e capas de revistas estrangeiras, defendeu seu livre arbítrio.”

Importância da vitória de Erdogan

A derrota de Erdogan, em uma das regiões geograficamente mais importantes do mundo, seria um verdadeiro desastre para a Rússia e para os países atrasados da região, além de enfraquecer o incipiente movimento de contra o imperialismo representado pela ascensão de Lula, o fortalecimento dos BRICS e a renúncia de aceitar ordens por parte de diversos países africanos, no COMMONWEALTH liderado pelo Reino Unido e pela crise financeira representada por diversos bancos nos Estados Unidos e Europa.

Apesar das contradições com o avanço mais progressista das forças políticas anti-imperialistas, Erdogan é a liderança que o movimento internacionalista deve apoiar, caso contrário, uma tragédia poderá ocorrer na divisa entre Europa e Ásia. Um dos maiores exércitos, o turco poderá atuar como proxy mais ativo da OTAN, ou até mesmo se rebelar contra o imperialismo em uma ditadura militar ainda mais conservadora, desprovida de orientação geopolítica e organização. A situação da Turquia é grave, e nas próximas duas semanas os ataques contra Erdogan serão aprofundados, inclusive em caso de vitória da coalizão do governo, ainda assim suceder uma tentativa de golpe como ocorreu na Bielorrússia, em 2020 contra Lukashenko. Enfim, as tensões contra o imperialismo estão sendo observadas pelos apoiadores de líderes populares e em contradição com o regime imperialista.

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