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Os números do campo

Pesquisa mostra o tamanho da população rural e o atraso nacional

Pesquisa realizada apresenta dados importantes para dimensionar o tamanho da classe trabalhadora no país e mensurar os atrasos no desenvolvimento industrial

Pesquisa veiculada no artigo Land Inequality in Brazil: Conflicts and Violence in the Countryside”  (Desigualdade de Terras no Brasil: Conflitos e Violência no Campo, em português), publicado pelos pesquisadores da UFABC (Universidade Federal do ABC) Artur Zimerman, Kevin Campos Correia e Marina Pereira Silva, torna evidente o tamanho da população rural no Brasil, por vezes subestimado, e escancara as dificuldades de desenvolvimento do País sob o jugo do imperialismo.

O texto compõe um dos capítulos do livro “Agriculture, Environment and Development: International Perspectives on Water, Land and Politics” (Agricultura, Meio-Ambiente e Desenvolvimento: Perspectiva Internacional sobre Água, Terra e Política), publicado pela editora Springer em 2022, que apresenta resultados de pesquisas realizadas no Brasil, Índia e Europa.

“Se o país é atualmente um dos maiores produtores e exportadores de commodities agrícolas, essa produção, provavelmente, é diferente daquela do antigo proprietário de terras ou latifundiário em termos de escala, mas semelhante em princípios, mantém a desigualdade rural tão presente hoje quanto foi no passado”.

“A concentração da propriedade ou da posse da terra é enorme em toda a América Latina –particularmente no Brasil. Apenas 1% da população concentra a metade de toda a área já apropriada”, diz Zimerman, 1º autor do artigo, que recebeu apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) no projeto “Por que os conflitos agrários se tornam violentos na América Latina)? Compreendendo a crise alimentar e como aliviar os impactos da violência agrária”, desenvolvido na Universidade de Londres, no Reino Unido.

“E a modernização protagonizada pelo agronegócio, que levou alta tecnologia ao campo, não apenas excluiu a população rural de seus benefícios como diminuiu a oferta de empregos no trabalho agrícola”, continua. “Conflitos com a segurança particular dos grandes proprietários ou com a polícia já provocaram, desde 1985 até hoje, 1.836 mortes no campo brasileiro – 564 delas no sul-sudeste do Pará.”

A pesquisa afirma ainda que a diminuição no número de trabalhadores empregados em atividades agropecuárias não deve ser associada necessariamente ao êxodo rural. Apesar de muitas pessoas trabalharem nas cidades, ainda moram no campo, com movimentações migratórias pendulares.

“A definição de rural e urbano adotada pelo IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] baseia-se em parâmetros definidos na época do Estado Novo, entre 1937 e 1945, que já não correspondem à realidade de hoje. O IBGE é uma instituição respeitável, mas, no tocante a este tema, seus parâmetros, que são seguidos por outros institutos de pesquisa do continente, estão totalmente desatualizados”, diz o pesquisador Zimerman.

“Critérios mais modernos, propostos pela OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] e pelo Banco Mundial, e adotados por autores conceituados como José Eli da Veiga, Ricardo Abramovay e Ivair Gomes, dentre outros, nos obrigam a redefinir o tamanho da população rural, que tem sido claramente subestimado.” – acrescentam.

“Como detalhamos em nosso artigo, para definir zonas rural e urbana os organismos internacionais levam em consideração os seguintes parâmetros: densidade populacional menor ou maior do que 150 habitantes por km², infraestrutura e distância a uma cidade com mais de 100 mil pessoas. Quando adotamos esses critérios, o tamanho da população rural da América Latina praticamente dobra: de 24% para 46%”.

O artigo torna claro que, além da necessidade fundamental de uma reforma agrária, também é necessário retomar e desenvolver o parque industrial do País, praticamente destruído pelo governo neoliberal de FHC e pelos governos golpistas de Michel Temer e Jair Bolsonaro. A esquerda e seus organismos, como a CUT e o MST, precisam se mobilizar para a geração de novos empregos, na luta contra a pobreza e pelo fortalecimento da classe trabalhadora.

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