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Contribuição sindical

Pelegos imploram aos patrões

Para os setores classista a questão não é "mendigar" ou pedir "boa vontade" dos patrões, que não vão dar nada para os trabalhadores, mas organizar uma mobilização

Diante do “bombardeio” da imprensa capitalista à proposta do governo Lula de criar uma nova contribuição sindical dirigentes de entidades que se denominam “centrais” e que foram criadas como parte da política da burguesia de dividir o movimento sindical diante do crescimento da CUT (Central única dos Trabalhadores), resolveram se manifestar, publicando uma nota comum.

A nota é assinada pelos presidentes  da  Força Sindical, Miguel Torres;   da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo; da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Antonio Neto, e da da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) , Moacyr Auersvald. Justamente as “centrais” com maiores relações com a burguesia, quase todas ligadas à partidos e políticos burgueses e que – coma devida  exceção da CTB – apoiaram abertamente o golpe de Estado (de 2016) que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, que deu lugar ao governo golpista de Michel Temer, responsável (junto com o Congresso reacionário) por aprovar a famigerada reforma trabalhista (2017),  que extinguiu a contribuição sindical (“imposto”), o que levou milhares de sindicatos a uma situação de dissolução e, praticamente, liquidou com o funcionamento dessas mesmas “centrais”.

O texto se destina a uma pregação, como quem procura “rogar” aos patrões que apoiem o financiamento dos sindicatos, em nome da “defesa da democracia” que os sindicalistas procuram fazer crer – e não é de agora – que os seus patrões também defendem.

“Uma democracia demanda representatividade social. Uma democracia precisa de entidades sindicais (sindicato, federações, confederações). São essas entidades que negociam, por parte dos trabalhadores, no extenso e complexo mundo do trabalho”, afirmam os presidentes.

Como se nada tivessem a ver com isso, não tivessem alguns deles perfilado ao lado da direita que se vestiu de verde e amarelo, gritaram “Fora Dilma” e saudaram o pato da FIESP (responsável direta pela criação da Força Sindical) , eles lamentam que o

“campo sindical foi prejudicado pelo avanço de políticas antissociais e antidemocráticas que se viu durante os governos Temer/Bolsonaro. Para restaurar plenamente o Estado Democrático de Direito precisamos reparar o erro que foi a ofensiva antissindical. Ofensiva que tanto prejudicou o povo brasileiro, com o aumento do desemprego, da precarização do trabalho, do rebaixamento dos salários, do aumento da fome, da miséria e da violência em todas suas formas“.

E se esforçam para “dar aula” – ou ao menos encenar de que o fazem – para os capitalistas sobre o que seria melhor, acreditem, para o capitalismo:

As melhores práticas internacionais mostram que uma categoria se fortalece quando seu sindicato é forte, com ampla base de representação, com um sistema deliberativo para a negociação coletiva assentada na soberania das assembleias, que devem contar com a participação de todos (sócios e não sócios) que se beneficiam das negociações coletivas (acordos e convenções).

Para em seguida, praticamente, pedirem desculpas aos patrões pelo fato dos sindicatos defenderem o pagamento da contribuição dos trabalhadores para as suas (ou pelo menos deveriam ser) entidades

“Não é verdade, como está sendo veiculado em alguns meios de comunicação, que as entidades sindicais pleiteiam uma contribuição maior que o imposto sindical. Este imposto foi extinto! E isso não está em questão”.

E passam a dar “explicações”  totalmente desnecessárias, como se o problemas dos ataques dos capitalistas e da sua venal imprensa fosse de ignorância e não na defesa dos seus interesses contra os dos trabalhadores. Assim afirmam que

“Com a reforma trabalhista de 2017, a contribuição sindical, que antes era obrigatória a todos os trabalhadores e empresas, passou a ser facultativa. Ou seja, ela não foi extinta, hoje ela é facultada. O item que está em tramitação em reuniões tripartites, com trabalhadores, empresários e governo, é a Contribuição Negocial. Ela não tem nenhuma relação e nem permite um comparativo com o extinto imposto sindical, já que é definida em assembleia de forma amplamente divulgada e democrática”.

E conclui “discursando” que  “é pela valorização do povo que lutamos! Para que todos tenham trabalho decente, direitos e sindicatos fortes e representativos!”, como se a nota, que foi apenas publicada nos sites das centrais e quem sabe em alguns órgãos da imprensa burguesa e alternativa, sem qualquer esforço para que chegue às mão s dos trabalhadores (já que essas “centrais” não têm, e nunca quiseram ter, órgão de imprensa e materiais dirigidos aos trabalhadores).

O que se destaca é o fato de que há por parte da burocracia sindical um enorme esforço para tratar do assunto como se fosse possível chegar a um bom acordo com os patrões que gostariam de manter ou até mesmo aprofundar a situação de crise financeira dos sindicatos, porque eles entendem o perigo da própria existência dessas organizações que, mesmo quando dirigidas por pelegos, podem ser tomadas pelos trabalhadores ou se verem forçadas a manter uma mobilização diante do medo que a burocracia, tanto ou mais que os patrões, têm da revolta dos trabalhadores.

Ao contrário dessa política de “pedintes”, de quem busca manter boas relações com seus senhores, o que a CUT e os sindicatos combativos precisam fazer é denunciar a politica escravocrata da burguesia golpista, mostra a relação direta do enfraquecimento dos sindicatos com o retrocesso nas condições de vida e trabalho de milhões, levantar clara e publicamente a necessidade dos trabalhadores financiarem suas organizações de luta, tomarem essas organizações em suas mãos. para levarem adiante a luta por reivindicações concretas dos trabalhadores.

O Congresso de hoje é tão ou mais reacionário do que aquele que aprovou a “reforma” trabalhista em 2017. A burguesia está, agora, anida mais desesperada diante do avanço da crise e da sua política de atacar o governo Lula e enfraquecer as organizações que lhe apoiaram etc.

Para os setores classista, a questão não é “mendigar” ou pedir “boa vontade” dos patrões, que não vai dar qualquer resultados favorável aos trabalhadores.

É preciso levantar uma ampla campanha nacional, nos locais de trabalho, com materiais próprios de programando, com reivindicações concretas dos trabalhadores, construindo  Comitês de Luta para impulsionar um novo ativismo, de base etc. e para derrotar a política da burguesia de estrangulamento dos sindicatos e de todas as organizações dos trabalhadores. Prestes a completar 40 anos (no próximo dia 28), a CUT (cujo nascimento deveu-se a um gigantesco processo de luta contra o peleguismo e a ditadura militar) tem total condição de fazer isso.

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