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Devaneios dos "entendidos"

Pelé era um mito criado pela imprensa?

Alucinados, ignorantes tentam diminuir Pelé, o melhor jogador de todos os tempos

Circula pelas redes sociais a ideia de que Pelé, o Rei do Futebol, na realidade, seria uma fraude. Um completo absurdo para qualquer um com um mínimo de noção sobre qualquer coisa. Menos para alguns “entendidos” de futebol, que, papagaiando a imprensa pró-imperialista, ficam buscando alguma perna-de-pau para colocar na condição de melhor futebolista de todos os tempos.

Um suposto entendido, nas redes sociais, afirma que assistiu “a uma dúzia de partidas completas de Pelé, de 1958 a 1977, no Santos, na Seleção Brasileira e no NY Cosmos, e posso atestar que ele não foi o melhor de todos os tempos. Ele é o mito daqueles que não o viram jogar”.

Para justificar sua ignorância, aponta supostos dados. “Durante os jogos, ele costumava estar ausente a maior parte do tempo, tocando cerca de 30-40 bolas em média (um jogador regular toca cerca de 70-80); depois, ele perdeu pelo menos metade das bolas por despossessão de defensores rivais; várias outras bolas eram passes horizontais, inconsequentes, para jogadores a poucos metros dele, e o resto foi distribuído entre maus (às vezes, lançamentos terríveis), alguns bons passes longos e dois ou três lançamentos bem dirigidos”, alega.

“Suas habilidades com a bola não estavam nem perto daquelas com as quais normalmente são comparadas: Maradona, Messi, Di Stefano, ou Ronaldinho, talvez. Estes últimos eram muito despojados e cada bola era mais ou menos útil na criação de oportunidades para sua equipe. Além disso, os chutes livres de Pelé eram muito potentes, mas às vezes terrivelmente dirigidos. Alguns deles passavam a metros do gol. Eu mesmo assisti a isso”, completa.

Vale destacar alguns pontos, mas sem entrar no mérito das mentiras contadas pelo internauta, que não teria de onde tirar esses dados a menos que ele mesmo os tivesse reunidos — algo pouco crível. Primeiro, com exceção de Di Stefano, que veio antes de Pelé, os outros jogadores mencionados nem mesmo existiriam não fosse o Rei. Isso porque a forma habilidosa e dribladora de se jogar futebol foi uma criação dos jogadores brasileiros, dos quais Pelé é a maior expressão.

Sobre Di Stefano, deixemos que o Ferenc Puskas, ídolo da Hungria e do Real Madrid, que jogou ao lado do argentino, explique, para ele, quem é o melhor: “O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stéfano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo”. Ou seja, de tão bom, Pelé não poderia nem ser considerado humano.

No entanto, o “entendido” sobre futebol, para justificar sua ignorância, espalhou outras mentias. Ele afirma, por exemplo, que “Pelé não foi instrumental em nenhuma das seleções que jogou durante as copas do mundo”. 

Bom, em 1958, Pelé marcou o único gol brasileiro contra o País de Gales, classificando a Seleção Brasileira para as semifinais. Depois, marcou três gols na vitória brasileira sobre a Seleção Francesa por 5 a 2; e dois gols na conquista do mundial, contra a Suécia, que perdeu também por 5 a 2. Aliás, foram seis gols em quatro jogos e, dentre o todo, alguns dos gols mais bonitos da história das Copas do Mundo. Exemplo disso é o chapéu que deu no zagueiro sueco, numa final de Copa, antes de marcar seu primeiro gol. Em 1958, Pelé tornou-se o jogador mais novo a marcar em uma final de Copa e a conquistar a competição. Marca até hoje não superada.

Em 1962 e 1966, Pelé não apareceu muito, pois sendo o melhor jogador em campo, foi brutalmente caçado pela violência dos adversários. Mesmo assim, na única partida em que participou inteiro em 1962, na vitória por 2 a 0 contra o México, marcou um dos gols e deu assistência para o outro. Na Copa de 1966, marcou um dos gols brasileiros na vitória por 2 a 0 contra a Bulgária.

Em 1970, Pelé fez uma das maiores atuações da história das Copas do Mundo. Além de marcar quatro gols em seis partidas, a maioria dos gols da Seleção Brasileira saíram de jogadas suas. Jairzinho, artilheiro brasileiro, não teria sete gols sem a atuação de Pelé. Sem falar de jogadas extraordinárias que, pela força do destino, não foram gols, como drible de corpo no goleiro contra o Uruguai, o chute de meio-campo contra a Tchecoslováquia, entre outros lances. No entanto, bastaria lembrar que Pelé, até hoje, é o único a conquistar três Copas do Mundo, mais do que países inteiros considerados “potências” do futebol mundial: como Inglaterra, França e Espanha.

Para piorar, o internauta visa reduzir o número total de gols marcados pelo Rei, alegando que a FIFA, dentre cerca de 1250 gol, só considera 752 “oficiais”. O que o papagaio da FIFA e a própria federação não consideram é que, naquela época, a organização do futebol internacional e, especificamente, brasileiro era totalmente diferente. Naquela época, os jogos “amistosos” que o Santos de Pelé realizavam eram muito mais importantes para os times brasileiros que a própria Libertadores, um campeonato considerado “oficial”. Isso porque a bagunça do futebol nacional fazia com que os clubes brasileiros buscassem arrecadar fundos com as excursões internacionais, enquanto a competição continental era pouco lucrativa e era desprezada pelos brasileiros. Em geral, os torneios eram outros, a quantidade de jogos também, etc. Considerar apenas uns gols é, desta forma, totalmente arbitrário.

“Pelé é uma fraude”, diz o internauta. “Seu controle de bola, passes, tiros ou mesmo inteligência para jogar não estava de forma alguma no mesmo nível de Maradona, Messi ou outros”, continua. A mentira pode ser desmentida assistindo aos jogos do Rei, que o crítico de Pelé diz ter assistido. Mas, vale um ponto, Pelé é um recordista e tem melhores números que os dois argentinos mencionados. Isto numa época em que os campos eram piores, a estrutura precária, as bolas e as chuteiras muito mais pesadas. Ao contrário do que se alega, se Pelé jogasse hoje, sua hegemonia sobre os outros jogadores seria ainda maior.

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