Antônio Carlos Silva

Professor de Matemática. Fundador do PCO, integra a sua Executiva Nacional. Atuou na fundação do Coletivo de Negros João Cândido. Liderou a criação e coordenação dos Comitês de Luta contra o golpe e pela liberdade de Lula. Secretário Sindical Nacional do PCO, coordena a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, da CUT.

Um ano depois

Pela vitória da Rússia contra o imperialismo

A luta do povo russo é a luta de todos os povos oprimidos contra a máquina de guerra dos EUA e da OTAN, do imperialismo, inimigo da classe trabalhadora de todo o mundo

Há cerca de um ano, poucos dias depois da Rússia iniciar suas operações militares na Ucrânia, realizamos atos em frente à Embaixada e Consulados russos no Brasil para hipotecar nossa irrestrita solidariedade à iniciativa, uma das mais importantes da luta dos povos oprimidos de todo mundo das últimas décadas, ao lado, da vitória espetacular do povo afegão contra poderosas tropas norte-americanas, da luta do povo iraquiano contra os mesmo invasores e da resistência do povo sírio contra a covarde ação para dividir o País em favor dos interesses dos grandes monopólios internacionais,

Em Nota, nós do PCO, afirmamos, sem qualquer dúvida:

“O que temos aqui não é uma guerra da Rússia contra a Ucrânia, o que está acontecendo é um conflito entre uma nação ameaçada e o imperialismo mundial, onde a nação ucraniana entrou infelizmente como instrumento do imperialismo”

Desde o início da Operação Militar Especial para a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, iniciada em 24/3/22, após Moscou reconhecer a independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e assinar um acordo de cooperação militar com os dois países, essa afirmação ficou, a cada dia, dada vez mais comprovada.

Apesar de toda a gigantesca campanha do imperialismo e de sua venal imprensa internacional e no Brasil em defesa dos genocidas da OTAN e do apoio desses ao regime ultra reacionário, com ampla presença de nazistas de Zelensky e Cia., a luta libertadora das forças russas junto com as milícias populares das repúblicas do Donbass (que acabaram por aprovas sua anexação à Rússia) , não pode haver a menor sore a de dúvida de que a missão russa foi coroada de êxito ao conseguir parar o genocídio que estava sendo cometido contra os povos daquela região leste da Ucrânia, desde 2014, que levaram a um saldo de cerca de 15 mil mortos em nove anos.

A ação militar vem sendo vitoriosa também de que conteve, com a destruição da maior parte do poder ofensivo com o qual, o regime integrado pelos nazistas, ameaçavam a própria soberania e existência da Rússia como país. Ficou desmascarado que o governo de Vladimir Zelensky é mais do que um regime fantoche da OTAN e dos EUA, que se declara disposto a levar a guerra “até o último ucraniano” para defender os interesses dos poderosos monopólios norte-americanos que lucram com a guerra.

Em apenas um ano, os EUA e seus aliados imperialistas despejaram mais de US$150 bilhões em armas, equipamentos, contratação de mercenários etc., armaram todo tipo de boicote possível contra a Rússia, mas estão perdendo a guerra.

Esse apoio – dezenas de vezes superior aos parcos recursos usados em todo o Mundo para combater a fome – é o motivo pelo qual Putin ainda não derrotou a Ucrânia completamente. Sob o tacão dos EUA, o imperialismo mundial atua de forma ativa e direta dentro da Ucrânia. Uma situação que está acelerando a crise econômica, política e social em todos esses países; que derrubou governos e está gerando uma crescente revolta da classe trabalhadora, forçada a pagar pela guerra que serve aos interesses de meia dúzia de monopólios.

Os EUA e a OTAN são uma ameaça real à soberania nacional da Rússia e de todos os povos do Mundo, inclusive de seus aliados. Suas garras atuam não apenas na Ucrânia, mas atuam contra a soberania chinesa (Taiwan etc.), mantém o regime fascista dos sionistas contra os palestinos, organiza golpes de Estado na América Latina e em outras regiões e atua militarmente no Oriente e onde quer que considere devido.

Por isso mesmo é preciso celebrar que, um ano após a operação russa, o imperialismo esteja ainda mais enfraquecido. Seja pelas vitórias militares das forças que lutam pela liberdade contra o nazismo e a OTAN, seja pelo apoio popular crescente (apenas da campanha da reacionária) que a luta do povo russo desperta em todo mundo, seja pela crise que se aprofunda nos países que armam e financiam a Ucrânia, que batem recordes de inflação em quatro décadas e têm crescentes manifestações contra a guerra e contra seus governos, de fato, responsáveis por ela.

O bloqueio imposto à Rússia, por exemplo, esta provocando um sofrimento muito maior nos países que o adoram, como a Alemanha, que esta semana reconheceu ter gasto mais de US$107 bilhões a mais em despensas com energia por ter sido forçada (pelos EUA) a deixar de importar gás e petróleo russo. Governos reacionários. E cresce a disposição de enfrentar o imperialismo e seus lacaios em todas as partes do Mundo, inclusive em nosso Continente.

Não há da parte dos russos, qualquer sina de recuo. Pelo contrário.

No horizonte, um claro sinal do aprofundamento das contradições de todos os países oprimidos com os opressores imperialistas. Diante de sua crise histórica, o capitalismo, dominado pelos grandes monopólios e suas potências imperialistas, não têm outra alternativa que não seja atacar os interesses da maioria e, até mesmo, colocar em risco a sobrevivência de bilhões de seres humanos.

Para os explorados, não há o que fazer, para achar uma saída diante dessa situação, que não seja aprofundar a sua luta contra a dominação imperialista.

Também como apontava nossa nota, a uma não atrás, “Todas as lutas contra o imperialismo são lutas de libertação nacional. Todas as guerras contra o imperialismo ou países por eles controlados são guerras de libertação nacional”.

Por isso, uma vez mais, nos colocamos em apoio à Rússia e da sua guerra libertadora.

E bradamos, fora o imperialismo da Ucrânia!

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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