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Cisão

PCB, terminou a tempestade num copo d’água?

Qual o conteúdo social da disputa? Quais são as forças e os objetivos políticos por trás do racha no PCB?

A recente crise entre o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e os expurgados unidos à fração Reconstrução Revolucionária (RR, ou PCB-RR) foi tema do programa “20 Minutos”, do jornalista Breno Altman, que para traçar um panorama sobre a cisão no partido, entrevistou um dos expoentes da ala insurgente, o youtuber Jones Manoel, e a candidata pelo partido à Presidência da República nas eleições gerais de 2022, Sofia Manzano, . Chama atenção, em ambos os casos, que as divergências se dão em torno de  tecnicalidades do Estatuto do partido e não de posições políticas.

Manzano, por exemplo, denuncia o RR como um grupo que busca fracionar o partido. Em nenhum momento, entretanto, ela debate o fundo político em que essa divergência aparece. Resta então a dúvida, qual o conteúdo social da disputa? Quais são as forças e os objetivos políticos por trás do racha no PCB?

Jones Manoel, por sua vez, até ensaia tratar a questão do racha politicamente, ao questionar a participação do partido na Plataforma Mundial Anti-imperialista (PMAI) e demandar que o partido se mobilize contra o arcabouço fiscal do governo federal, deixa claro que o objetivo do grupo do qual dá voz é empurrar o PCB às posições do imperialismo. Isto é feito, claro, por meio de uma retórica ultra esquerdista, mas não muda o fato de que as críticas a uma organização internacional que apoia Rússia e China, e também a campanha contra o governo Lula são temas que interessam ao setor mais reacionário da direita.

A menção negativa ao PMAI dá pistas de que a política que orienta o PCB-RR é formulada pelo KKE, o partido comunista grego, que de comunista, só tem o nome. Os gregos adotaram a absurda tese de que no Leste Europeu desenvolve-se uma guerra “inter-imperialista”, razão pela qual, os trabalhadores não devem se colocar a favor da ofensiva russa contra a Otan na Ucrânia. Uma formulação criada sob medida para colocar os trabalhadores na defesa do imperialismo real. A PMAI, por sua vez, apoia a iniciativa russa no território ucraniano  uma necessidade diante da ameaça da Otan, considerando não só a Rússia como também China, Irã e Coreia do Norte como grandes centros de resistência ao imperialismo, no que naturalmente estão corretos.

Seguindo o imperialismo no desenrolar internacional da luta de classes, o mesmo fenômeno aparece na questão Lula. Enquanto a dirigente do PCB não traz divergências em relação ao governo petista, o interlocutor do PCB-RR é claro ao defender uma ação enérgica, voltada a barrar a tentativa do governo de aliviar as amarras do Teto de Gastos aprovado por Michel Temer. Ignorando sua defesa velada do Teto de Gastos de Temer, a política de Manoel é a mesma do imperialismo, que em 2016 derrubou a presidenta petista Dilma Rousseff e em 2018, prendeu o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Atentos às consequências que esse ultra-esquerdismo do youtuber e seu séquito trouxeram ao praticamente finado PSTU, atolado em crise e reduzido a escombros após mergulhar de cabeça na oposição ao PT, a burocracia do PCB evita tocar no caráter político do racha, mas demonstra muita consciência do perigo à organização partidária e busca impedir o mesmo destino ao partido. Para isso, os dirigentes mobilizaram-se para evitar o choque aberto defendido pelos aloprados do PCB-RR, ainda que através da melhor tradição stalinista, ou seja, pelos tradicionais expedientes burocráticos, inclusive os expurgos. Viram o que aconteceu com o partido morenista e sabem que as chances de acontecer o mesmo com o próprio partido é grande.

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