Nessa segunda-feira (17) veio à tona nas redes sociais, a expulsão do youtuber Jones Manoel de todos os órgãos dirigentes do PCB. A informação foi exposta pelo próprio youtuber em publicações no Twitter.
O conteúdo político do caso ainda é bem obscuro. Nem Jones Manoel, nem o PCB falam claramente as divergências políticas que poderiam ter motivado a expulsão. Num tuíte, Jones insinua que o PCB estaria numa política de adaptação ao governo Lula: “Estou combatendo justamente aqueles que no PCB, dentre outras coisas, não querem que o PCB seja oposição à esquerda ao governo Lula e sustentam a fórmula patética e pelega de ‘independência ao governo’ (uma fórmula parlamentar que não diz nada e é reformista)”
A insinuação de Jones, embora revele sua política ultra golpista, não explica a situação, já que o PCB vem levando uma política de oposição ao governo Lula. Basta saber que o partido participou dos últimos pequenos atos com o PSTU contra o governo.
O PCB, por sua vez, publicou nota no final da tarde de segunda-feira que não diz muita coisa. Apenas acusa, sem citar o nome de Jones Manoel em momento nenhum, que há uma “ala liquidacionista” do partido.
O que há mesmo é muita informação que denota um extremo bizantinismo jurídico por parte de Jones Manoel. Documentos internos, trocas de e-mail, contestação do processo disciplinar aberto pelo partido.
Aparentemente, a crise foi detonada por críticas públicas feitas por Jones Manoel nas redes sociais a dirigentes do Comitê Central por terem participado de uma reunião chamada Plataforma Mundial Anti-imperialista, que teria uma posição mais pró-russa.
Quem tiver a paciência de ler os documentos internos publicizados por Jones Manoel vai perceber que se trata de uma discussão bizantina, mas vai entender o extremo individualismo do youtuber. Ele inclusive acusa o PCB de não estar dando atenção à sua segurança, pois, segundo ele, estaria ameaçado de morte. E diz que o partido “lucraria com sua morte”, como propaganda, como acontece com Mariele Franco. Uma acusação totalmente individualista, anti-militante e anti-partidária. Até mesmo há uma acusação velada de que os dirigentes do PCB estariam tentando matar Ivan Pinheiro, ex-presidente do partido, e também lucrar posteriormente com sua morte.
Uma coisa é fato, Jones Manoel nunca foi uma figura de partido. Um elemento que veio do aquém e do além e foi alçado a grande teórico e dirigente político. A nota misteriosa do PCB, que não menciona o youtuber, afirma isso corretamente, mas esquece que foi o próprio partido que deu pilha no individualismo de Jones Manoel.
Ainda não sabemos o que realmente está por trás da exclusão, mas possivelmente mais informações vão aparecer. A situação deve levar à saída definitiva de Jones do partido.
Fato é que o caso deu muito repercussão para pouca importância que tem realmente para a luta política no Brasil. Uma tempestade em copo d’água.