Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Ataque sorrateiro

Para que marxismo? Grupo do PSOL repete imperialismo sobre BRICS

Sem coragem de abertamente colocar o que defende, Esquerda Online ataca os BRICS, replicando ponto por ponto os argumentos da imprensa burguesa

Na última sexta-feira, dia 25 de agosto, o sítio Esquerda Online publicou em que ataca copia a análise do imperialismo a respeito e ataca os BRICS. O título já é em si revelador BRICS: expansão fortalece China e aprofunda divisão mundial, complementado por: “Da forma como ocorreu, a expansão também beneficia a Rússia, pois a ajuda a minimizar os efeitos das sanções econômicas, principalmente se as negociações sobre novas moedas de troca forem para frente.” Apontando a China, embora não com essas palavras, como o que seria um país imperialista, embora sem utilizar a palavra. O termo imperialista, ou imperialismo, sequer aparece no texto, algo também demonstrativo. Vamos aos argumentos (ou ataques) apresentados pelo jornal quanto aos BRICS:

“O grupo sempre foi um pouco amorfo, sem pautas comuns definidas e sem uma identidade própria que o diferenciasse de outras formações geopolíticas. Isso começou a mudar na medida do crescimento econômico chinês e da consolidação da Terra do Meio como única potência em ascensão capaz de desafiar a hegemonia norte-americana.”

Um erro crasso. O BRICS surgiu como uma iniciativa para fazer frente ao imperialismo. Algo necessário aos países atrasados para que consigam se desenvolver na fase imperialista do capitalismo. A “mudança” no papel do bloco também não ocorre em função do crescimento da economia chinesa, mas daquilo que permite tal crescimento: a profunda crise que atinge o imperialismo. Esse ponto falso tem a função de conseguir apontar a China como um país de tipo imperialista, outra inverdade. Continuemos:

“Até quinta-feira, os BRICS já correspondiam a cerca de 40% da população mundial (3,26 bilhões de pessoas) e 26% da riqueza gerada no planeta (26 trilhões de dólares). Com a expansão, o bloco passa a ter uma população de 3.699.303.884 pessoas (46% do total), uma área de 48.489.600 km2 e um PIB que corresponde a 36,64% da produção global. As exportações do bloco correspondem a 20% do total de exportações do mundo. Para se ter uma ideia, o G7 tem hoje uma população de 776.976.507 pessoas, uma área de 21.624.939 km2 e um PIB correspondente a 29,99% do total planetário. Além dos mostradores estáticos, a dinâmica entre os países também é considerada positiva. Os investimentos mútuos (de um país membro em outro) cresceram seis vezes nos últimos anos e os investimentos globais (em outros países fora do bloco) dobraram no mesmo período.”

“Todos esses números foram aos poucos convencendo os líderes do bloco de que estavam diante de um potencial ainda não totalmente realizado. Assim, as conversas sobre a ampliação do grupo começaram ainda em 2021, promovidas fundamentalmente pela China, interessada em ampliar sua influência através de um aglomerado geopolítico dinâmico, com presença em praticamente todos os continentes. A Rússia também se posicionou pela expansão, principalmente depois do início da guerra na Ucrânia, quando foi submetida a duras sanções e precisava evitar o isolamento econômico, político e diplomático. Índia e Brasil mantinham posições mais cautelosas, temendo que a expansão do bloco pudesse descaracterizá-lo e fazê-lo perder importância de fato.”

O jornal se julga muito inteligente, apontando que os líderes dos BRICS não tinham a menor ideia do que estavam fazendo, sendo convencidos posteriormente por um aglomerado de dados primários de que seu bloco poderia se chocar com o imperialismo. Então, a China, interessada em ampliar sua influência (não a frente contra o imperialismo), passou a considerar a expansão do bloco. A Rússia, por sua vez, se posicionou pela expansão para contornar as sanções pela guerra na Ucrânia, as que não afetaram em grande medida a economia russa, mas que estão destruindo a economia europeia. Novamente, o papel central da crise do imperialismo, o mesmo fator que levou a Rússia a enfrentar a OTAN na Ucrânia, não é mencionado. Já a Índia e o Brasil seriam contra fortalecer o próprio bloco econômico, para não “descaracterizá-lo”. É importante lembrar: para o Esquerda Online, já que o imperialismo aparentemente não existe, um bloco que faz frente a ele não tem, de fato, propósito algum. Ainda, a expansão dos BRICS poderia “fazê-lo perder importância”. Um argumento sem pé nem cabeça, retirado diretamente dos jornais burgueses mais pró-imperialistas, que buscam pintar no Brasil a ideia de que os BRICS são ruins e não deveriam se expandir ou sequer existir. O artigo procede a um ataque contra outros países atrasados recém-admitidos nos BRICS:

“Os novos membros têm a característica comum de serem importantes atores regionais em seus continentes, embora sua dinâmica econômica e diplomática seja bastante heterogênea. A Argentina, por exemplo, apesar de ser, de fato, uma economia importante, se encontra em uma forte crise financeira, caracterizada pela alta da inflação e empobrecimento geral da população e agora uma incógnita política com a vitória do fascista Javier Milei nas primárias nacionais. No entanto, o convite ao país platino parece ter sido uma concessão a Lula em troca do apoio à ideia geral de expansão do bloco. A Arábia Saudita tem sido um parceiro fiel dos Estados Unidos, embora nos últimos anos tenha se aproximado também da China, que chegou a costurar um acordo entre Riad e Teerã com vistas à superação da animosidade histórica entre os dois países.”

De acordo com o Esquerda Online, a Argentina, em forte crise política provocada pela intervenção do imperialismo, não deveria ser acudida pelos BRICS que deveriam, portanto, desconsiderar o país. Mas segundo o jornal, isso foi uma forma de mediar com Lula a expansão do bloco, bloco do qual ele é um dos fundadores e, por algum motivo, não seria favorável a fortalecer. A Arábia Saudita, que se afasta dos EUA em crise, e se aproxima dos países não alinhados, deve ser considerado apenas no quesito de seu passado. Toda sorte de argumento é utilizado para atacar a expansão dos BRICS. A conclusão do texto deixa ainda mais clara a posição de que a China seria uma nova potência imperialista:

“O fortalecimento e expansão dos BRICS também aprofunda a divisão geopolítica mundial, polarizando ainda mais os dois grandes blocos que já vinham se enfrentando. Pode-se afirmar que, até certo ponto, a China agora tem um instrumento mais sob seu controle e que se adequa melhor ao seu projeto de disputa de hegemonia.”

Ou seja, a divisão mundial não se daria pelo fato de o bloco imperialista explorar todo o resto do mundo, mas sua polarização ocorre pelo fortalecimento dos BRICS, não o contrário. Não é que a crise econômica acirrou as contradições do capitalismo, aumentando a polarização, simultânea a um enfraquecimento do imperialismo, e isso desaguou no fortalecimento dos BRICS. Finalmente, tudo seria um instrumento da China para “disputar a hegemonia”. Interessante a comparação. Enquanto o imperialismo expande sua influência por meio de golpes e da submissão econômica dos países atrasados, a China, que seria um novo país imperialista, expande sua influência com investimento, construção de infraestrutura e desenvolvimento geral dos países atrasados. Da mesma forma, o abandono do dólar seria meramente uma forma de a Rússia, especificamente, contornar sanções, e não uma medida que livra os povos do mundo de estar atrelados diretamente aos desejos do imperialismo. Uma farsa completa.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.