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PM não pertence ao PT

Para Jones Manoel, as chacinas são culpa do PT

A serviço da burguesia, Jones Manoel vem se esforçando para se consolidando como linha auxiliar da direita, atacando o PT até mesmo em questões relativas ao regime político

Os políticos do reformismo, esses habilidosos manipuladores, especialistas em intrigas e carreirismo, versados em manobras parlamentares e ministeriais, quando colocados fora da sua habitual esfera pelo curso dos acontecimentos, quando têm de se defrontar com fatos importantes, revelam-se ser – não há meio termo para isso – verdadeiros imbecis. A Polícia e o Exército Alemães, Leon Trotsky

Como parte da cruzada contra o PT, o webcomunista Jones Manoel lançou um vídeo intitulado “Violência policial no Brasil”, onde analisa a atuação policial nos governos do PT na Bahia e governos progressistas, pretendendo demonstrar que “a polícia da Bahia mata mais que a polícia dos Estados Unidos”.

A sanha de Jones Manoel é defender a tese de que o PT é o partido que mais promove a violência policial pelo fato de a Bahia ter ultrapassado neste ano o Rio de Janeiro nesse quesito. Além da violência policial, o ex membro do PCB funde o tema com a questão do encarceramento que, segundo ele, é maior hoje que durante a ditadura militar.

Os dados extraídos das secretarias de segurança dos Estados revelam apenas uma parte da violência policial. O índice de letalidade da polícia mostra a perversidade e o nível da atuação policial em dada época, porém, a existência da polícia é uma violência em si. Se “o Estado é o produto e a manifestação do antagonismo irreconciliável de classe” (Lenin, O Estado e a Revolução), logicamente estamos diante de uma polícia defensora dos interesses da burguesia, sendo seu caráter inconciliável, de fato.

Deste modo, na condição de autoproclamado marxista, deveria fazer um balanço da violência policial, colocar em perspectiva, ou seja, na linha do tempo, e apontar a polícia como instrumento da burguesia para reprimir trabalhadores. Em períodos de maior crise ou contradição, a polícia escala mais ou menos a violência inerente a ela mesmo.

Se por um lado, um governo de um partido de esquerda poderia ter maior sensibilidade no sentido de diminuir a letalidade da polícia, por outro lado, a polícia é patrimônio da burguesia, portanto, da direita. Assim, é princípio dos revolucionários lutar pelo fim da polícia, não pela manutenção dela de modo menos letal.

No Brasil, as polícias são de direita, todas votaram desde figuras como Adhemar de Barros, passando por Maluf até Bolsonaro. Não há por sinal, polícia de esquerda, pois a repressão é subproduto direto do regime político da burguesia, que eventualmente a esquerda governa. Por exemplo, em São Paulo, um dos Estados onde as polícias têm mais dinheiro, armas e infraestrutura, jamais foi governado pela esquerda.

Por isso culpar os governos da Bahia pela violência policial parece um desatino de um desesperado antimarxista. Não é possível que um governo, eleito dentro do regime burguês, consiga controlar ou alterar substancialmente todos os aspectos do Estado burguês, especialmente a repressão, que é o elemento central da direita para sabotar governos de esquerda.

Não se pode esquecer que o PT está no governo Bahiano, mas quem está no poder são as oligarquias como é o caso dos Magalhães. A prefeitura de Salvador não controla oficialmente a PM, mas a burguesia demanda permanentemente os serviços policiais para sua própria segurança, pressionando o Estado. Ao afirmar que a “violência policial no Brasil é pluripartidária”, o que não é verdadeiro, Jones Manoel oculta o fato de a polícia pertencer à direita, à burguesia, não pertence ao povo.

O marxista que não consegue analisar as escalas políticas acaba se tornando um reacionário a serviço do próprio sistema. No caso do Jones Manoel – que já há algum tempo flertando com o bolso da imprensa burguesa – parece como uma ação orquestrada. No ato que um dado ou outro desfavoreça os governos do PT, ele comparece apenas para palpitar, não para fazer uma caracterização, uma análise.

Podemos dizer que a atuação do PT é frágil nessa questão da segurança, muitas vezes a reboque da direita, não dá para ignorar que a polícia é praticamente uma facção, cujo funcionamento independe de quem está no governo. Nesse quesito, Jones Manoel não conseguiu contra-argumentar, tampouco oferecer uma proposta nem burguesa, nem marxista.

Ao não oferecer nenhuma alternativa ou proposta, depreende-se que se Jones Manoel fosse governo faria pior. O webcomunista que se considera marxista não defende o fim da polícia, não faz uma verdadeira análise política; não defende o armamento do povo, apenas demonstrando que faz parte de uma ala mais radical do reformismo, nada mais do que isso. Se todo o poder deve emanar do povo, Jones Manoel não fala da necessidade de substituição do exército e da polícia – separados do povo -, pelo armamento imediato e direto do próprio dos trabalhadores.

É preciso rebater esses webcomunistas, que parecem estar a serviço consciente ou inconscientemente dos interesses da burguesia. São peças do jogo da direita para desvirtuar o marxismo e a luta dos trabalhadores. A difusão de informações recortadas, fora da realidade dos fatos, vem construindo um caminho para um golpe da direita a partir da tentativa de Jones Manoel em agrupar uma esquerda sectária, antipetista, simplesmente para atender sua vaidade, ao mesmo tempo facilitar o caminho da direita.

A polícia tem que acabar, não tem que ser reformada, mas não se pode desvirtuar os fatos gerais da repressão, como chacinas, como sendo de responsabilidade do PT.

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