As falas recentes do presidente Lula, que vêm sendo consideradas como uma “elevação do tom” em relação ao Estado de Israel, provocaram uma série de reações negativas da imprensa golpista. Em um editorial que bem lembrou a época do golpe de 2016, chamando Lula de “demiurgo” e a esquerda de “primitiva”, o Estado de S.Paulo chega a acusar o presidente da República de estar “desprezando cruelmente a dor dos judeus massacrados em Israel”.
Não bastassem as palavras duras contra Lula, a imprensa capitalista já começa a insinuar, inclusive, que o presidente teria dado declarações “antissemitas”. Por consequência, Lula seria, então, praticamente um nazista, uma pessoa favorável ao extermínio de judeus.
Não é mistério algum que a acusação de “antissemitismo” é uma obra dos serviços de inteligência de Israel e dos Estados Unidos. Até mesmo a famosa carta de Osama Bin Laden aos norte-americanos, que voltou a ser comentada nesta semana, explica claramente: “qualquer pessoa que discorde deles sobre este suposto fato é acusado de antissemitismo. Esta é uma das mais falaciosas invenções amplamente divulgadas na história. O povo da Palestina são árabes puros e semitas originais”.
O que a imprensa está mostrando, ao intensificar os ataques ao governo, é que qualquer sinal, por mínimo que seja, de apoio à luta do povo palestino, deve ser reprimido. Lula, afinal, voltou a condenar o “terrorismo” do Hamas, mostrando a sua cautela em criticar Israel. Por consequência, Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo, estão mostrando que a sua defesa do Estado de Israel não é superficial, mas sim uma defesa que irá até as últimas consequências.
A grande imprensa brasileira, que, conforme visto no golpe de 2016, é um capacho do imperialismo norte-americano, é também uma sucursal do Estado de Israel. E, por isso, é cúmplice de todos os crimes de guerra cometidos pelo Estado judeu.
Nos últimos tempos, a esquerda pequeno-burguesa muito repetiu que, “se houver nove nazistas em uma mesa e você não se levanta, então, nesta mesa, há dez nazistas”. O caso da imprensa já não é de sentar à mesa com nazistas, mas sim de defender com unhas e dentes os seus crimes e de atacar aqueles que os denunciam.