A sequência de guerras que rondam o mundo nos últimos anos tem uma característica em comum: são, em sua maioria, guerras contra o imperialismo e a dominação norte-americana e dos seus capachos em países pobres.
Rússia, Síria, Palestina, Afeganistão e os diversos outros países da África que se rebelaram contra a dominação imperialista demonstram isso. A guerra na Ucrânia foi um verdadeiro demonstrativo de como o imperialismo, mesmo com todo o capital que possui, estava com dificuldade de financiar a guerra por falta de equipamento militar e principalmente escassez para produzir munição. Agora, com a guerra na Palestina, o foco da Ucrânia foi quase que completamente retirado, dando um golpe duríssimo no imperialismo.
Esse setor da burguesia, composto principalmente pelos Estados Unidos, precisaria sustentar a guerra em Israel, que possui várias frentes de combate, envolvendo agora até mesmo o Líbano numa situação de crise intensa e de resistência dos países oprimidos pelo mundo.
Tudo isso, no fim das contas, enfraquece muito a Ucrânia e a posição do imperialismo na região — isso abre uma ótima oportunidade para Putin aproveitar e mudar a situação de uma vez por todas, podendo inclusive chegar até Odessa e controlar não só o Mar Azov, mas também o Mar Negro.
O fato é que o imperialismo não consegue dar atenção a tudo isso ao mesmo tempo, independente de quanto dinheiro ou exército tenha. Isso porque diversos países oprimidos estão se levantando contra a dominação imperialista e as frente irão se abrir cada vez mais em todos os lugares, explodindo tanto em novos lugares quanto em lugares onde a crise com o imperialismo ainda não foi resolvida efetivamente.
Tudo isso é muito positivo para os países oprimidos e Rússia, China, Cuba, Venezuela e qualquer outro país que tenha alguma pendência precisa aproveitar a oportunidade não só para resolvê-la, mas também para ajudar a jogar o imperialismo no fogo e a virar o jogo de uma vez por todas.
Não interessa quanto dinheiro ou soldados apareçam daqui em diante, quanto maior for a determinação da população e dos grupos que lutam ao lado dela para se libertarem, maior vai ser o ataque contra as forças de dominação mundial. O imperialismo simplesmente não consegue sustentar essas ações de revide, ainda mais num momento tão delicado de crise do capitalismo no qual vive a humanidade atualmente.
Putin deve aproveitar essa virada para ir com tudo e libertar a Ucrânia de uma vez por todas, acabando com esse conflito e derrotando, na prática, um dos flancos de guerra do imperialismo no mundo, avançando contra a OTAN e colocando abaixo a falsa concepção de que os países imperialistas são dominantes e intocáveis, que reinam o mundo e nada está acima de sua palavra. Isso terá resultados positivos não só para o povo local, mas também na guerra contra Israel, bem como incentivará revoltas no mundo inteiro, enfraquecendo ainda mais o imperialismo, estabelecendo uma desmoralização gigante, como foi com a expulsão dos EUA do Afeganistão em 2021 pelo Talibã.