Nesta última terça-feira (28), foi transmitido ao vivo pela Rádio Causa Operária, o programa Análise Política da 3ª, em que Rui Costa Pimenta, o presidente do PCO, comenta os acontecimentos políticos do começo da semana, em um programa com formato de entrevista, onde os temas são propostos pelos apresentadores e pelo público, utilizando as perguntas enviadas pelo bate-papo do YouTube.
O programa desta semana abordou os mais diversos assuntos de política nacional e internacional, dando destaque especial para a questão da luta por um plebiscito revogatório que reverta as ações dos governos golpistas, antecessores deste terceiro mandato de Lula.
Um dos primeiros temas a ser comentado por Rui durante o programa foi a questão das mobilizações na França, cuja fase atual já dura mais de dez dias. Rui comentou que, a essa altura dos acontecimentos, fica evidente que não se trata mais de apenas uma revolta devida à questão da previdência. Agora, uma das principais palavras de ordem do movimento é a exigência da renúncia de Emmanuel Macron.
O grau de radicalização do movimento é muito grande, o que fica evidenciado pelo próprio tamanho das manifestações, que são muito grandes. Na prática, os manifestantes liquidaram toda a política neoliberal do governo Macron.
Ademais, a situação não é crítica apenas na França. No restante da Europa há também um alto índice de radicalização da classe operária. Um exemplo é a greve geral dos transportes da Alemanha, que ocorreu na segunda-feira e paralisou todo o país por um dia inteiro. Em outros países, como a Inglaterra, também há um alto número de trabalhadores em greve e mobilização popular. O pano de fundo de todas essas paralisações é a crise diante da guerra da Rússia com a Ucrânia, que ocasionou os embargos econômicos à Rússia que prejudicaram todo o continente.
É possível ver, portanto, que a classe trabalhadora volta a tomar a iniciativa e a ditar as regras da situação, após décadas de política neoliberal e de refluxo da mobilização operária. O movimento começa na Europa, mas pode se espalhar pelo mundo inteiro.
Sobre a questão do Banco Central, Rui Costa Pimenta comenta que a política atual levada pelo seu atual presidente, Roberto Campos Neto, é uma política que não recua nada diante da mobilização popular, ainda mais considerando que as mobilizações atuais são de baixíssima intensidade.
Talvez se as mobilizações fossem muito grandes, a ponto de ameaçar a própria permanência de Campos Neto no cargo, ele fizesse alguma concessão ao povo. Mas, mesmo assim, não seriam grandes concessões. Isso revela o caráter da política do Banco Central “Independente”, cuja independência significa que ele não sofrerá nenhuma pressão ou influência do povo. São funcionários dos banqueiros e que não foram eleitos por ninguém. Se o Presidente do Banco Central fosse indicado pelo presidente da República, deveria satisfação ao povo, já que o presidente depende dos votos da população para ocupar o cargo. No entanto, a instituição “independente” responde somente à burguesia e ao imperialismo.
Sobre a questão do plebiscito revogatório, Rui comentou que essa é a reivindicação atual do partido e sua principal campanha de rua. O governo Lula foi eleito com cerca de 50% dos votos, mas no Congresso ele possui apenas 15% de representação. O governo é refém de um Legislativo direitista, oportunista e vendido à burguesia e ao imperialismo.
Nesse cenário, é muito complicado que Lula possa fazer qualquer coisa que seja do interesse da população, e o principal motivo para isso é que os governos golpistas anteriores aprovaram uma série de medidas que precisam ser imediatamente revogadas para que o presidente eleito consiga governar.
Dentre essas medidas, há a reforma da Previdência, que roubou a aposentadoria dos trabalhadores; a reforma trabalhista, cuja função foi tirar os direitos da classe operária; a reforma do Ensino Médio, alvo de ataques e críticas de todos os professores e estudantes do país; a Independência do Banco Central; o teto de gastos, que impõe que o governo não deve gastar dinheiro com a população acima de um determinado teto, podendo ultrapassá-lo somente para aumentar o repasse para os banqueiros, e muitas outras medidas criminosas.
Não será possível revogar essas medidas com esse Congresso Nacional, onde o governo é minoria. Para poder fazê-lo, é preciso apelar ao povo e à mobilização. A convocação de um plebiscito revogatório de todas as medidas golpistas é algo que coloca nas mãos do povo a decisão a respeito dessas questões.
O Partido da Causa Operária irá levar adiante essa campanha, saindo às ruas para recolher assinaturas, conversar com as pessoas, distribuir materiais esclarecendo a situação e muito mais. Trata-se da única forma de enfrentar os setores direitistas que impedem que o governo leve adiante quaisquer políticas de defesa dos interesses da população, por mais tímidas que sejam.
Muitos outros temas foram debatidos no programa pelo companheiro Rui e pelos apresentadores. Para acompanhar toda a programação, acesse o vídeo abaixo e fique atento para a Análise Política da 3ª, na próxima terça-feira, às quatro horas da tarde: