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Economia

Os planos de Paulo Guedes para liquidar a economia nacional

O "chicago boy" Paulo Guedes capitaneou, quando dentro do governo, uma campanha dos bancos e capitalistas contra a soberania nacional e pela liquidação do patrimônio da nação

O governo de Bolsonaro, cujo Ministério da Economia ficou nas mãos de Paulo Guedes, serviu o propósito de entregar de mãos beijadas as riquezas do País ao capital estrangeiro. Felizmente, Paulo Guedes acabou não conseguindo as condições necessárias para implementar o seu programa dos sonhos, em virtude das contradições políticas do governo. No entanto, o ex-ministro não teve pudor ao exibir seus planos ao público: conseguir R$3 trilhões de “investimentos” — como os R$ 100 bilhões da Eletrobrás — nos próximos 10 anos, pondo todo o patrimônio nacional em liquidação. Entre as principais doações estariam 3.000 quilômetros de rodovias catarinenses, a ferrovia Ferrogrão, a concessão de rodoviais federais no Nordeste, o Porto de Santos e a usina Angra 3.

Os planos de Paulo Guedes são, atualmente, os planos dos banqueiros. Mesmo Paulo Guedes afastado do ministério, o projeto que ele encabeçava no governo Bolsonaro é o criminoso projeto de transferência do patrimônio dos trabalhadores para os bolsos da burguesia e do capital financeiro. 

Sob a promessa de arrecadação no Estado brasileiro, Paulo Guedes planejava um amplo programa de privatizações, que não deixaria pedra sobre pedra sem que o montante fosse dos grandes capitalistas e do setor financeiro.

Longe de estarmos livre de tais ameaças, o projeto de Guedes persiste. O setor dos banqueiros ainda exerce pressão política, e muito dura, para que as privatizações caminhem. É do objetivo dos bancos que Lula adote uma política de subserviência aos seus interesses, e com toda a pressão e sabotagem que Lula está sofrendo, os bancos enxergam grandes oportunidades de se somar a este esforço conjunto e empurrar suas reivindicações parasitárias.

É claro que os planos de arrecadação através da privatização de Guedes se tratam, na verdade, de uma farsa. As empresas cotadas para serem vendidas, na verdade, além de se sustentarem, ainda davam lucro, fato que faz com que as privatizações se tornem verdadeiras doações aos capitalistas, como fez Fernando Henrique Cardoso (FHC) em seu governo com a Vale e outras estatais.

Somente no que diz respeito às finanças, a Eletrobrás teve, no ano de 2021, um lucro líquido de R$4,1 bilhões. Considerando que se trata de uma empresa estatal, que redireciona parte de seus ganhos para seu próprio investimento, trata-se de um lucro bastante alto. E que, mantido como média, pagaria a “compra” da empresa em 25 anos.

Por si só, já é um dado estrondoso. Entretanto, a empresa também é o patrimônio, ou seja, as diversas hidrelétricas espalhadas pelo País estavam inclusas na compra. O que foi gasto para construir Itaipu, por exemplo, que está agora nas mãos do imperialismo, é muito superior ao valor de privatização. Um assalto sem precedentes.

A situação se apresenta ainda mais crítica quando percebemos que as empresas privatizadas não trarão desenvolvimento algum para o P. Isso porque o dinheiro que será tomado pelos capitalistas será, em grande medida, injetado em economias alheias à economia nacional, como nos bancos dos países imperialistas e negócios estrangeiros. Com o dinheiro circulando fora do País, se reduz a zero o benefício a longo prazo das privatizações, e se maximiza o interesse dos bancos e do imperialismo, como Guedes gosta. Guedes encampou com perfeição a pressão da burguesia no governo, e a burguesia manterá sua pressão do lado de fora.

Não seria absurda a afirmação de que Guedes pretendia liquidar toda a economia nacional, privatizando todas as riquezas do Brasil e suas importantes empresas estatais que desempenham papéis que a burguesia se recusa a desempenhar, como a de construir infraestrutura e fornecer serviço de qualidade a lugares afastados, garantindo o direito do povo de acesso aos mais diversos bens e serviços. Com a ajuda do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), diretamente comandado pelos bancos do imperialismo norte-americano, Paulo Guedes lançou o Monitor de Investimentos, uma plataforma que funciona como uma espécie de mostruário, para o mercado financeiro, de todas as riquezas do País.

A imprensa burguesa, defensora do entreguismo de Guedes, estimou que o País atrairia cerca de 3 trilhões de investimento ao longo de 10 anos através das concessões e privatizações que seriam implementadas até o fim de 2022.

Um dos problemas com toda essa estimativa de arrecadação em investimentos é que o dinheiro não serve de nada nas mãos do Estado quando ele não tem sob seu poder a propriedade das empresas que atuam em setores estratégicos, que além de fornecer o serviço para a população, tem como uma de suas missões garantir o desenvolvimento e a soberania nacional. 

Supondo que essa arrecadação de fato ocorresse, ela poderia também ocorrer com o desenvolvimento industrial usando de apoio estatais como ferramenta chave, fazendo com que a economia se expanda, gerando empregos, tecnologia, pesquisa e o avanço de muitos outros setores. O desenvolvimento real tem que se constituir com uma base sólida. Quando o dinheiro arrecadado acabar, o que terá sobrado, além do controle do imperialismo sobre a economia nacional?

Além disso, a burguesia e o imperialismo não ligam para o abastecimento da população e o fornecimento de serviços que realmente atendem as necessidades dos trabalhadores. Como o povo protestará contra um conselho de acionistas anônimos no estrangeiro quando os serviços estiverem com a qualidade baixíssima e os preços nas alturas, efeito natural dos monopólios capitalistas?

Lula deve resistir à pressão dos banqueiros e convocar amplas mobilizações para reverter a campanha criminosa de privatizações a qual Paulo Guedes desencadeou no Estado brasileiro, pois somente o povo e seus comitês de luta tem condições de lutar contra essa pressão política desigual.

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