“Bate panela, pode bater! Quem tira o povo da miséria é o PT”!
Esse grito de guerra, cantado pela juventude do Partido dos Trabalhadores (PT), esteve muito presente nas mobilizações contra o golpe de 2016. É uma resposta aos “batedores de panela” – isto é, à classe média de direita, principalmente ao PSDB, que mergulhou de cabeça na campanha reacionária da imprensa contra os governos do PT. Essa mesma classe média, durante o momento em que a imprensa atacava diuturnamente o governo de Dilma Rousseff e o então ex-presidente Lula, culpava o PT por tudo e latia para tudo o que aparecesse de vermelho.
Acontece que a Juventude do PT está cantando o mesmo refrão. No 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune), ocorrido entre os dias 12 e 16 de julho em Brasília, o grito de guerra foi cantado aos montes. E por quê? Estaria o PSDB presente no Conune?
Sim e não. Não havia nenhum tucano no congresso, pelo menos nenhum identificado como tal. Mas havia a mesma classe média direitista latindo contra o PT, representada sobretudo na juventude do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT).
A conduta desses grupos é a mesma do PSDB de 2016. A única diferença é que, enquanto o PSDB fazia uma campanha direitista com aparência direitista – a luta contra a “corrupção” -, MRT e PCB fazem a mesma campanha direitista, mas com aspecto esquerdista – a luta contra o “arcabouço fiscal”. Ao fim e ao cabo, são a mesma coisa: um pretexto para alinhar-se ao movimento do conjunto da burguesia para um futuro golpe de Estado.