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“Cara, mas você é um cara”

Os métodos hitleristas dos pretensos defensores dos transexuais

Associação Nacional de Transexuais e Travestis quer impor uma ditadura identitária nas universidades do Brasil e, por que não, em todo o Brasil

O último escândalo do identitarismo foi o caso da pessoa barbada na UNB que se afirmava como mulher e portanto teria o direito de usar o banheiro feminino. Uma estudante se revoltou com a situação e confrontou a pessoa que por sua vez a agrediu. O ocorrido foi filmado e viralizou nas redes sociais, a reação mais comum foi a de revolta pela situação absurda e a agressão da mulher. Com exceção da esquerda pequeno burguesa que fez um ato em defesa da pessoa barbada. Poucas semanas depois a ANTRA, Associação Nacional dos Travestis e Transexuais, publicou em suas redes qual deveria ser a punição da estudante agredida, o que gerou uma nova polêmica.

A nota começa, como esperado, com um absurdo identitário “nesse caso excepcionalmente por se tratar de uma mulher negra lésbica consideramos a expulsão da agressora”. O primeiro grande erro é que a estudante que foi agredida é considerada a agressora pelo ANTRA, por não concordar com a política de aceitar qualquer pessoa trans no banheiro feminino, mesmo que essa tenha barba e mais de um 1,80m de altura. A estudante por sua vez foi agredida pela auto proclamada mulher que a empurrou em meio a discussão.

A segunda questão é um dos grandes problemas do identitarismo, a sua sanha repressiva. A nota deixa clara que a política padrão caso a ANTRA tivesse a reitoria da universidade seria a de expulsar um aluno, algo digno de organizações da extrema direita ou da igreja católica em seus momentos de alta repressão como na inquisição. Isso fica ofuscado pela lógica identitária que coloca que uma mulher negra e lésbica deve ter uma pena diferenciada. O mundo invertido do identitarismo é um retrocesso ao feudalismo onde exista diferença de direitos entre as pessoas e tudo era “resolvido” por meio da repressão.

Expulsar alguém de uma universidade deveria ser uma medida tomada em última instância, é algo grave e abre precedente também para que as reitorias reacionárias expulsem outros estudantes. Mesmo que houvesse de fato uma agressão a uma mulher, trans ou não, ou a um negro ou a qualquer pessoa a primeira medida a ser tomada não deve ser de forma alguma a expulsão. Essa característica ultra repressiva do regime político reacionário atual é algo que é totalmente absorvida pelos identitários. O próprio ministro dos direitos humanos, Sílvio Almeida, que deveria ser um ministério de defesa dos oprimidos, já se mostrou como um repressor. 

A nota do ANTRA então segue com qual deve ser a pena da “agressora”: 1 – ela deve reconhecer publicamente a transfobia em seus atos com apoio da universidade 2- Fazer um pedido de desculpas público 3 – Fazer um artigo em e revista científica sobre os impactos da transfobia 4 – deve ser proibida de comentar, fomentar ou participar de atividades com teor discriminatórios em relação às pessoas trans. Se o início da nota já era medieval aqui ela já se assemelha aos piores períodos dos expurgos do stalinismo ou das ditaduras latino americanas. Não só a pessoa deve ser punida como deve ter sua opinião mudada a força.

A condenação a fazer um artigo científico que condene a transfobia é o ápice. Não existe liberdade de expressão, a pessoa deve escrever algo que não acredita como punição pelo crime de não ser identitária. A ANTRA aqui cria por meio do identitarismo o universo de 1984, onde há o crime do pensamento e é preciso fazer os criminosos mudarem de opinião à força. E mesmo após fazer o artigo científico em que ela não acredita ela deve ser proibida de fazer comentários e organizar qualquer evento com sua crença. Caso o ANTRA existisse em 1970 seria convidado pelo governo Médici a reitoria da UNB.

Essa política para a universidade também esconde algo ainda pior. Caso o “crime” fosse cometido em algum local de trabalho ou na rua por exemplo o responsável pela punição não seria a universidade mas sim o Estado, ou seja, caso a “agressora” não fosse uma mulher negra lésbica a punição seria encarcerar o “agressor”. É uma versão mais leve da defesa da repressão que fora da universidade leva ao encarceramento em massa da população trabalhadora no Brasil. O interessante é que o identitarismo surgiu no país com a maior população carcerária do mundo, os EUA.

E para provar que o ANTRA tem uma relação direta com os elementos mais repressores da sociedade, poucos dias após a nota a página da organização publicou seu encontro com o ministro Flávio Dino. Foi ele quem tentou indicar para o responsável pelos presídios de todo Brasil um comandante da PM que esteve envolvido diretamente com o massacre de Carandiru. Os presidiários, quase um milhão de pessoas, são provavelmente, em conjunto aos milhões que passam fome, o maior problema humanitário do Brasil. Mas isso não importa ao ANTRA, que na verdade tem uma política de ampliação dos presídios.

A universidade que tradicionalmente é um dos espaços mais livres da sociedade está se tornando um dos mais ditatoriais, nem mesmo a pequena categoria das mulheres negras e lésbicas estão a salvo do regime de ditadura identitária. Esse é justamente um dos objetivos do imperialismo com a propagação do imperialismo, transforma a universidade, que sempre foi um local de organização da luta da juventude, em um local inocuo de onde apenas saem identitários que são um entrave para o movimento operário e não uma faísca para a sua mobilização.

Por isso essa barbaridade deve ser denunciada, o fortalecimento do identitarismo e da repressão dos estudantes apenas fortalece a direita. De um lado a direita tradicional, o PSDB, que é quem mais ganha com o identitarismo e por outro o bolsonarismo, que cresce na contramão do identitarismo. Enquanto isso, a esquerda que se associa a este movimento, como o DCE da UNB, ganha cada vez mais a indisposição dos trabalhadores. Organizações como a ANTRA são inimigas de toda a classe operária, inclusive da minoria trans.

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