No dia 29 de maio, Ary Bergher, vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e presidente do Instituto Memorial do Holocausto, enviou um pedido ao ministro da Justiça Flávio Dino. Para que? Para – pasmem – censurar alguém.
Bergher quer impedir que uma das maiores lendas do rock, Rogers Waters, se apresente no Brasil. O pretexto para tal seria o uso de uma farda nazista durante seus shows. É ridículo: a farda serve para uma crítica ao fascismo, coisa que Waters faz publicamente há muito tempo. É uma perseguição, que cresceu bastante por causa de sua posição em relação à guerra da Ucrânia e por condenar o genocídio palestino provocado pelo Estado de Israel.
O curioso disso tudo é que quem quer censurar Waters é um judeu, povo apontado como uma das vítimas do nazismo.
O democrático, humanista e pacifista Bergher ainda pediu que houvesse escolta policial nas apresentações de Roger Waters, caso elas não sejam impedidas.
A medida do CONIB em nada difere da ditadura hitleriana. É uma política truclenta, repressiva e covarde. Por motivos puramente ideológicos – o lobby judeu apoia a Ucrânia, enquanto Waters, não -, Bergher quer impedir que um artista se apresente.
Daí para mandar seus adversários ideológicos para a fogueira, é só um passo.