Em 2016, Dilma sofreu um golpe de estado que afetou toda a massa trabalhadora, agora presidente, Lula foi preso e teve sua imagem associada a todo tipo de crime por parte da imprensa tradicional burguesa. O processo do golpe ainda não teve fim e até hoje, muitos que participaram ativamente da articulação se esconderam atrás de um véu democrático e progressista, negando qualquer participação.
Escândalo
O portal Consultor Jurídico trouxe a público mais um trecho das gravações da Operação Spoofing (operação policial brasileira para investigar invasões às contas de Telegram de autoridades políticas), desta vez, com o conteúdo da troca de mensagens do grupo dos procuradores da Lava-Jato no aplicativo russo, Telegram. As mensagens foram obtidas pelo hacker Walter Delgatti Neto, revelam o quão nefasto foi a articulação do golpe. O fragmento do diálogo, revela o nível de envolvimento dos jornalistas “profissionais” da imprensa burguesa com Dallagnol e Sérgio Moro, os primeiros, responsáveis por tornar um espetáculo as buscas e apreensões, as caças às bruxas aos membros do PT (Partido dos Trabalhadores), servindo como verdadeiros propagandistas da operação criminosa, afetando durante anos a imagem do atual presidente Lula e a esquerda envolvida, um verdadeiro massacre. Em uma das trocas de mensagens, a procuradora Laura Tesler demonstra todo seu profissionalismo:
“JN é uma ótima!! Mas de qq forma é bom tb depois dar uma provocada no Josias [jornalista da Folha de São Paulo], Miriam Leitão [porta-voz da Rede Globo] etc, para descerem a lenha”. O aparato jornalístico, como fica escancarado, serviu para consolidar a propaganda do processo que resultou no impeachment da Dilma Rousseff, ex-presidenta e na prisão política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem contar no fortalecimento da extrema-direita e a ascensão de Bolsonaro, hoje atribuída pelos mesmos pela versão fantasiosa do aparelho de “fake news”. Segundo o colunista do Brasil 247, Mário Vitor Santos, “O Jornal Nacional é a nave-capitânia do esquema”, o que fica em outro trecho vazado:
“Re-checarmos tudo e fazermos release logo antes do JN2. Liberar Vladimir Neto para soltar 3. Passar pra Josias com embargo, pra soltar no começo do JN” – escreveu Dallagnol.
Jornalistas cúmplices do esquema criminoso
O jornalista da Folha, Josias de Souza, negou as mensagens e disse que nada consta como verdadeiro. Apesar da negação de um dos representantes da burguesia, fica evidente que os jornais da imprensa tradicional e seus jornalistas, atuaram como verdadeiros militantes na operação criminosa mais nefasta do Brasil no século XXI. Os mesmos “arautos da democracia”, foram uma peça-chave no fortalecimento do fenômeno bolsonarismo, orquestraram junto à burguesia um verdadeiro golpe de Estado com o apoio do Supremo (“Com supremo, com tudo!), das forças armadas e do aparato jornalístico.
A Lava-Jato demonstrou que a imprensa não presta um serviço de jornalismo democrático, muito pelo contrário, existe para assegurar o atual regime capitalista e defender toda sua podridão. No caso apresentado, não só foram parciais, mas também faziam parte de uma jogada casada com os agentes do imperialismo Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e outras personagens abomináveis da política brasileira.
Amnésia da esquerda e a preparação de outro golpe?
Apesar da atuação escrachada da imprensa burguesa, a esquerda encontra uma enorme dificuldade de associar elementos dos jornais como golpistas, alguns inclusive, como Reinaldo Azevedo que foi uma espécie de ponta de lança dos ataques ao PT e autor de “Os Petralhas”, se transformou em um verdadeiro herói da democracia e da esquerda nacional. A esquerda que não reagiu ao golpe de 2016 e ao ataque à nação que foi a Operação Lava-Jato, não aprendeu a lição e se coloca ao lado da imprensa para atacar o governo Lula hoje.
Agora não é a corrupção, a atual crítica consiste na defesa do meio-ambiente, na defesa de uma mulher negra no STF e outras patifarias que a esquerda-pequeno burguesa repetem como papagaios à imprensa venal e anti-nacional. O PT deve se precaver com outro golpe que pode estar sendo preparado pelos mesmos autores do anterior, deve convocar os trabalhadores às ruas e buscar realizar uma política verdadeiramente popular.
